Cultura - Teatro

Cidade de Suzano recebe a peça Quanto Custa?, de Bertolt Brechet, dias 3 e 4 de outubro

2 de Outubro de 2015

Suspense permeia adaptação premiada de Pedro Granato para texto inédito de Bertolt Brechet. O Espetáculo circula pelo interior do estado contemplado pelo Proac Circulação 2014 da Secretaria Estadual de Cultura.

>Espetáculo premiado como Melhor estreia de 2013 em sala convencional pelo Prêmio da Cooperativa Paulista de Teatro.

>*** Revista Veja   *** Jornal Folha de São Paulo **** Portal R7

 

Quanto custa o seu trabalho? Quanto custam seus valores? Até onde as pessoas vão por dinheiro? Estas são algumas das provocações do espetáculo QUANTO CUSTA? montagem do diretor Pedro Granato para os textos Quanto Custa o Ferro e Dansen, do dramaturgo, poeta e encenador alemão Bertolt Brecht (1898-1956).

A peça será apresentada dias 3 e 4 de outubro (sábado, às 20h e domingo, às 19h) no Teatro Contadores de Mentira, em Suzano. Ingressos para o espetáculo são gratuitos e distribuídos com 1 hora de antecedência.

No dia 4, domingo, o elenco da peça ministra oficina sobre Teatro Épico, das 14h às 18h. São 20 vagas e é necessário se inscrever pelos telefones 11 99852-9968 ou 96392-4987.

O espetáculo é uma adaptação de dois textos complementares de Bertolt Brecht, inéditos no Brasil. Com direção e concepção de Pedro Granato (diretor de Il Viaggio, sobre roteiro de Federico Fellini, e Navalha Na Carne, sobre texto de Plínio Marcos), o elenco reúne experientes atores ligados ao teatro de grupo: Paulo Federal (do Jogando no Quintal), Pedro Felício (do Ivo 60) e Ernani Sanchez (do Jogando no Quintal e IVO 60).

O cotidiano de três comerciantes, vizinhos que convivem harmoniosamente em uma pequena rua, é interrompido pela notícia de um cruel assassinato. A morte se deu no entorno das lojas e o principal suspeito é um empresário forasteiro, que propõe contratos de sociedade com os três: O açougueiro Dansen, o vendedor de ferro Svenson e a jornaleira Sra. Norsen.

Percebendo que estes contratos podem levar a novos assassinatos, os vizinhos criam uma relação de intriga, suspeita e tensão que dá o tom do enredo. “A intrincada trama de assassinatos, dúvidas, traições e interesses comerciais serve de pano de fundo para retratar e questionar os valores da sociedade contemporânea, por meio do suspense ininterrupto”, afirma o diretor Pedro Granato.

 

“Durante a peça o público fica na expectativa sobre o que vai acontecer”, afirma Granato. “Abordamos esta violência do comércio. Os negociantes muitas vezes pensam que se estiverem ganhando podem fazer coisas absolutamente injustas e absurdas.”

 

A montagem propõe inovações estéticas ao mesmo tempo em que se mantém fiel aos preceitos dramatúrgicos de Bertolt Brecht, um dos pensadores de teatro mais influentes do século 20 – responsável pela criação de uma dramaturgia própria, em que política, reflexão e entretenimento se misturam, a música é trazida para o centro da cena e a separação entre palco e plateia é rompida.

 

Unindo a dramaturgia própria de Brecht a referências estéticas cinematográficas que vão do cinema do diretor americano Quentin Tarantino a filmes como Dogville, de Lars Von Trier; O Iluminado, de Stanley Kubrick; Delicatessen, de Jean-Pierre Jeunet, e o documentário canadense The Corporation (A Corporação), de Mark Achbar e Jennifer Abbott, amontagem propõe um novo olhar sobre o texto.

 

“Brecht teve uma influência grande na forma de fazer teatro no mundo, porque seus textos fazem críticas sobre os problemas da sociedade. Estudei suas peças e descobri que duas delas tinham características muito interessantes, bastante sombrias. Elas contavam a mesma história, mas com dois pontos de vista diferentes. Gostei e tive vontade de explorar esse tom soturno”, explica Granato.

 

O texto original servia como uma parábola irônica para o contexto da segunda guerra mundial. Nossa montagem se concentra no tom soturno dos personagens e nas mazelas e mecanismos da lógica mercantil. Buscamos conferir um peso que é específico e atual ao mesmo tempo a esse texto, comenta Pedro.

                                                                                                                                                  

A trilha sonora e narração são assinadas por Rafael Castro, expoente de uma nova geração de compositores. A direção de arte de Marinês Mencio cria uma atmosfera de tom fantástico: sombria e rica em detalhes. Fugindo do realismo, o trabalho esmiuçado de atuação se soma à inventividade do cenário e figurino, que mescla as lojas aos comerciantes, cada um caracterizado com um tipo diferente de material. A iluminação cria jogos de luz e sombra, instaurando o suspense das situações.

 

“A montagem trabalha uma característica muito brechtiana, a fábula. Ainda que estejamos falando de uma rua de comércio e da vida de comerciantes, essa questão se situa em um ambiente fantástico. Os três comerciantes estão fundidos à lógica das suas profissões - o que é extremamente presente na sociedade contemporânea”, completa Pedro.

 

FICHA TÉCNICA

Quanto Custa?

Texto: Bertolt Brecht

Tradução: Christine Röhrig e Marcos Americo Renaux

Adaptação e  Direção: Pedro Granato

Assistente de Direção: Diego Dac

Elenco: Ernani Sanchez, Paulo Federal e Pedro Felício

Direção de Arte: Marinês Mencio

Iluminação: Uirá Freitas.

Trilha Sonora Original: Rafael Castro

Direção de Produção: Carla Estefan

Assistente de Produção: Nuno Carvalho

Operação de Luz: Vinicius Andrade

Operação de Som: Edson Luna

Cenotécnicos: Big Din e Edson Luna

Fotos: Ding Musa.

Design Gráfico: Anna Turra

Vídeo: Beto de Faria

Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli

Gênero: Suspense

Duração: 60 minutos

Recomendação etária: a partir de 12 anos

 

Serviço:

Quanto Custa? – Dias 3 e 4 de outubro, no Teatro Contadores de Mentira – Av. Major Pinheiro Froes, 530. Pq. Maria Helena. Suzano. Telefone -11 99852-9968

Horário: Sábado, às 20h e domingo às 19horas.

Ingressos: Grátis (retirar na bilheteria 1 hora antes do espetáculo).

 

Oficina Teatro Épico – Dia 4 de outubro - das 10h às 14h.

Inscrição: 11 99852-9968 ou 96392-4987.

Vagas: 20 pessoas.

SINOPSE

Em uma rua de comércio, três vizinhos convivem em harmonia: o vendedor de porcos Dansen, a jornaleira Sra. Norsen e o comerciante de ferro Svenson. Tudo se transforma quando recebem a notícia de um cruel assassinato. Eles passam então a receber a visita de um estranho cliente. Ele propõe acordos e contratos de negócios com todos. A violência torna-se cada vez mais presente e próxima, mas os vendedores, não fazem nada a respeito até que seja tarde demais.

 

Sobre o diretor

Diretor formado em Cinema e Vídeo pela ECA-USP. Participou do Directors LAB no Lincoln Center em Nova Iorque em 2014. Estudou teatro com Simon McBurney, Alejandro Catalán, Tiche Vianna, Georgette Fadel, Carlos Simeone, Ésio Magalhães, entre outros.

 

Dirigiu as peças: "Quanto Custa?" com textos de Bertolt Brecht, com estreia no CCBB São Paulo e Brasília eleita “Melhor trabalho realizado em sala convencional” pelo Prêmio CPT da Cooperativa Paulista de Teatro de 2013, “Fortes Batidas”que também escreveu com estreia no Centro Cultural São Paulo, “Submarino” texto de Leo Moreira para o Projeto Conexões que une instituições brasileiras e inglesas, “As Lágrimas Quentes de Amor que Só meu Secador Sabe Enxugar” que escreveu em parceria com Paula Cohen e estreou no SESC Ipiranga, "IL Viaggio" texto de Marcelo Rubens Paiva a partir de roteiro inédito de Federico Fellini com estreia no SESC Bom Retiro, "Navalha na Carne" texto de Plínio Marcos com estreia no SESC Paulista e nova versão no Teatro da Caixa Cultural no Rio de Janeiro, "Criminal"texto de Javier Daulte com estreia no SESC Pinheiros, “Sonho de Uma Noite de Verão” adaptação para o Parque Villa-Lobos com a Cia. do Novelo, o infantil "O Grande Mágico Mistério" que também escreveu com estreia no Teatro Alfa, entre outras peças. Foi assistente de direção de Lais Bodanzky em "Menecma" de Bráulio Mantovani com estreia no SESI.

 

Durante 12 anos dirigiu o IVO 60, grupo contemplado 5 vezes pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro criando 5 espetáculos que circularam por todo o país: “Gozolândia – uma Farsa Democrática” criação coletiva de rua, “O Menino que Fugiu da Peça” infantil de Felipe Sant’ Angelo, “Top! Top! Top!” a partir dos quadrinhos de Henfil, “Ópera de Sabão” de Felipe Sant’ Angelo e atou em “Sombras da Luz” com direção de Silvia Leblon.

 

Dirigiu o curta "Uma Tragédia Brutal" premiado como 'melhor direção' no 1o Panorama de Cinema Latinoamericano e 'melhor curta' no MUV MAES. Editou diversos curtas e documentários. Lançou o CD "Berlam e Banda Larga"interpretando músicas próprias, participou do CD "Geração SP" e da trilha do filme "José e Pilar" indicado para 'melhor trilha sonora original' no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Dirigiu o lançamento do livro “Os Cadernos de Itamar Assumpção” no Itaú Cultural em 2012 e a Virada Cultural no SESC Pompeia em 2015. É professor de interpretação na Escola Superior de Artes Célia Helena e dirige e administra o teatro Pequeno Ato em São Paulo.

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