Cultura - Teatro

BIENAL SESC DE DANÇA - Com mais de 80 atrações em 11 dias evento estreia em Campinas

31 de Agosto de 2015

Apresentar um panorama diversificado da produção artística em dança é a proposta da BIENAL SESC DE DANÇA, que chega, pela primeira vez, à Campinas. Com realização do Sesc São Paulo, o festival acontece de 17 a 27 de setembro e nasce com o desafio de contribuir para a troca e a circulação de ideias e obras junto a novas audiências, e fortalecer as relações com artistas, produtores e público da cidade de Campinas e região.

 
 

Para dar início à nona edição da maratona de dança, o francês Olivier Dubois, um dos coreógrafos de destaque na cena de dança contemporânea atual, apresenta a montagem Tragédia (dia 17 de setembro, às 21h30, no Sesc Campinas), na qual coloca 18 bailarinos – nove mulheres e nove homens – totalmente nus durante todo o espetáculo. Com a coreografia, que estreou em 2012 no Festival de Avignon e já percorreu toda a Europa, Dubois se apresenta pela primeira vez com uma companhia reunida por ele. Tragédia tem como foco a anatomia do corpo humano tanto literal quanto figurativamente, com o objetivo de mostrar a exploração da condição humana.

 

Histórico da Bienal

Criada em 1998, a BIENAL SESC DE DANÇA apresenta em 2015 espetáculos nacionais e internacionais, em espaços cênicos fechados e na rua, além de intervenções, performances, instalações e ações formativas variadas, dando continuidade ao festival já consagrado na cidade de Santos. Com 35 unidades espalhadas pelo Estado de São Paulo, o Sesc acredita que a mudança para Campinas deve-se à importância da cidade, que é a terceira mais populosa do Estado, além de ser de fácil acesso com rodovias e um aeroporto internacional e perto de outros municípios importantes.

 

Para Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo, a realização da Bienal em Campinas reforça a intenção do Sesc em equilibrar suas iniciativas entre os municípios atendidos no estado de São Paulo. “Após a realização de oito edições, a cidade de Santos desenvolveu-se para a cena da dança contemporânea e os eventos multiplicaram-se. Miranda complementa que “em 11 dias de atividades, espetáculos, intervenções, performances e ações formativas irão apresentar, discutir e problematizar as questões que mobilizam a dança na contemporaneidade. Trata-se de um convite para um mergulho na linguagem, que pode se dar em diferentes profundidades.”

 

Construção de narrativas

Assim como nas últimas duas edições, a BIENAL SESC DE DANÇA não terá um tema pré-definido, mas pretende construir narrativas e sentidos curatoriais a partir das ações selecionadas via convite e da convocatória pública de obras, que contou com 550 inscrições de trabalhos nacionais e internacionais.

 

A edição 2015 privilegiou na grade de programação montagens que dialogassem com os espaços da cidade de Campinas, além de obras com trabalhos de pesquisa. Mesmo não tendo um tema pré-definido, muitas das obras presentes trazem à cena reflexões sobre identidade, novas sexualidades e gênero. Questões sociais e políticas contemporâneas também são temas recorrentes nos espetáculos. Em Campinas existe uma produção consistente e relevante em dança e a ideia é potencializar essa produção deflagrando reflexões e desdobramentos.

 

Uma das novidades nesse sentido é a residência que o Grupo Cena 11, de Santa Catarina, realizará durante o período da BIENAL SESC DE DANÇA. O grupo, dirigido Alejandro Ahmed abre o processo de criação do espetáculo Protocolo Elefante, que estreia em 2016. No dia 27 de setembro, último dia do evento, público e convidados terão acesso ao ensaio da montagem.

 

Os destaques da programação

Com 31 espetáculos, cinco intervenções, duas instalações e uma grade de ações formativas (mesas, debates, oficinas, aulas, residências e blog), a BIENAL SESC DE DANÇA leva para Campinas grandes nomes da dança contemporânea. Entre as montagens internacionais destaque para as francesas Tragédia, de Olivier Dubois, que abre a mostra, e A Partir de uma História Verdadeira, de Christian Rizzo, além de Futuros Primitivos, do argentino Luis Garay e Fall, do português Victor Hugo Pontes.

 

Duas apostas da BIENAL SESC DE DANÇA, os espetáculos Multitude, da uruguaia Tamara Cubas e Corpos em Espaços Urbanos, da austríaca Cia Willi Dorner terão em suas apresentações elenco local com performers e bailarinos brasileiros, por meio de residências artísticas.

 

Entre os brasileiros, ênfase para as estreias de Blink mini-uníssono intenso-lamúrio, novo trabalho da bailarina Michelle Moura, e Estado Imediato, nova coreografia do Grupo Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira. O bailarino Wagner Schwartz mostra quatro trabalhos – PiranhaTransobjetoMal Secreto e La Bête – na Ocupação Wagner Schwartz; enquanto Ricardo Marinelli, Gustavo Bittencourt e Erivelto Viana apresentam a Mostra Performática  Bizarra. Outros destaques são Homem Torto, de Eduardo Fukushima e os premiados Tira Meu Fôlego, de Elisa Ohtake (melhor espetáculo de dança pela APCA 2014) e Biomashup, de Cristian Duarte (melhor pesquisa em dança pela APCA 2014).

 

A programação contempla também o público infantil, com as apresentações dos espetáculos Ninhos – Performance para Grandes Pequenos, da Balangandança Cia., Para Todos os Seguintes, da Key & Zetta Cia e Varal de Nuvens, do Grupo Lagartixa na Janela.

 

Pela cidade de Campinas

BIENAL SESC DE DANÇA propõe a ocupação de diversos espaços do Sesc Campinas, além de equipamentos culturais da cidade e espaços públicos variados como praças e ruas. Além de espaços públicos variados e centros culturais, tais como o Teatro Municipal Castro Mendes, a Estação Cultura, o Centro Cultural de Inclusão e Integração Social (CIS Guanabara) e o Museu da Imagem e do Som (MIS), fortalecendo as parcerias entre a unidade e instituições e órgãos públicos e privados de Campinas.

 

A instalação Framing Body, de Cynthia Domenico, é uma das atrações que ocupará espaços públicos na cidade de Campinas. A obra interativa convida o público, passantes do Terminal Rodoviário de Campinas, a participar da criação coletiva de uma videodança – modalidade artística resultante da interferência tecnológica na prática da dança – e sua trilha sonora, que será transmitida no edifício em tempo real. 

 

Dois espetáculos de Campinas também fazem parte da programação com apresentações em locais públicos. Footing, da Seis+1 Cia de Dança, acontece na Praça Carlos Gomes e Suportar, da Cia Domínio Público com direção de Holly Cravell, ocupa o Terminal Rodoviário e a Área de Convivência do Sesc Campinas.

 

SERVIÇO:

 

SESC CAMPINAS APRESENTA BIENAL SESC DE DANÇA 2015

De 17 a 27 de setembro

Sesc Campinas (Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim, Campinas Telefone (19) 3737-1500) e outros espaços da cidade. www.sescsp.org.br/bienaldedanca

 

Ingressos à venda a partir de 28 de agosto, às 14 horas em todas as unidades do Sesc do Estado de São Paulo e no Portal sescsp.org.br. Os ingressos online estarão à venda, enquanto houver disponibilidade, até duas horas antes do início do espetáculo. Os espetáculos infantis terão venda apenas nas bilheterias das unidades do Sesc. Nesses espetáculos, crianças com até 12 anos não pagam ingressos.

 

Atividades apresentadas ao ar livre poderão ser alteradas ou canceladas em caso de variações climáticas que prejudiquem sua execução.

 

Locais das apresentações

Sesc Campinas – Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim . Telefone (19) 3737.1500.

Teatro Municipal José de Castro Mendes – Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial. Telefone (19) 3272.9359.

 

Estação Cultura Prefeito Antônio da Costa Santos – Rua Francisco Teodoro, 1050 –Vila Industrial. Telefone (19) 3705.8000.

 

MIS – Museu da Imagem e do Som – Rua Regente Feijó, 859 – Centro. Telefone (19) 3733.8800.

Pontilhão Governador Pedro de Toledo – Avenida Governador Pedro de Toledo, s/nº –Bonfim. Em frente ao táxi do ponto de ônibus da Parada Sesc.

 

Rodoviária de Campinas – Terminal Rodoviário de Campinas Ramos de Azevedo – Rua Dr. Pereira Lima, 60-140 – Vila Industrial.

 

UNICAMP – Cidade Universitária Zeferino Vaz – Barão Geraldo. Telefone (19) 3521.7000.

 

CIS Guanabara – Armazém do Café e Gare – Rua Mário Siqueira, 829 – Botafogo. Telefone (19) 3231.6369.

 

Praça Rui Barbosa – Rua 13 de maio, s/nº – Centro. Atrás da Catedral Metropolitana de Campinas.

 

Praça Guilherme de Almeida (Praça do Fórum) – Rua Regente Feijó, s/nº – Centro. 
Em frente ao Palácio da Justiça.

 

Torre do Castelo – Avenida João Erbolato, s/nº – Castelo.


Praça Carlos Gomes – Rua Irmã Serafina, s/nº – Castelo.

Largo do Rosário – Praça Visconde de Indaiatuba, s/nº – Centro.

 

 

Assessoria de Imprensa Bienal de Sesc de Dança 2015

Nossa Senhora da Pauta Assessoria de Comunicação

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PROGRAMAÇÃO

 

ESPETÁCULOS ADULTOS (por ordem de apresentação)

 

MULTITUDE (Multitud) | Tamara Cubas (Uruguai)

 

O espetáculo da uruguaia Tamara Cubas tem a cena ocupada por uma impactante multidão de corpos em luta. Eles estão ali para um extenuante embate. A questão é menos lutar uns contra os outros e mais enfrentar os limites do corpo de cada um – o cansaço, o tempo, o peso. Afinal, para permanecer em pé, imóvel, é preciso vencer a gravidade. O objetivo é analisar a noção de heterogeneidade no coletivo, a possibilidade de dissenso no espaço público, a alteridade. Estabelecida no Uruguai, Cubas é coreógrafa, bailarina e artista visual. A memória da ditadura militar uruguaia (1973-1985) está presente na pesquisa que a artista, nascida em 1972, vem desenvolvendo – sua família teve forte engajamento político, e a prisão, o desaparecimento e o exílio fazem parte de um doloroso repertório. Multitude foi apresentada na Cidade do México, em Montevideo e em Santiago do Chile.

Direção: Tamara Cubas | Elenco: artistas e performers locais selecionados para a apresentação.

 

Dia 17, quinta-feira às 12 horas | UNICAMP – Marco Zero | Dia 18, sexta-feira às 18h30 | Estação Cultura | Duração: 80 minutos | Classificação etária: 16 anos | Grátis.

 

 

TRAGÉDIA (Tragédie) | Olivier Dubois (França)

 

Dezoito bailarinos nus – homens e mulheres – movimentam-se homogênea e repetitivamente, o que coloca o público em estado de quase hipnose. De repente, começam ações que permitem diferenciar individualidades e uma liberação explosiva ocorre. Passa-se, assim, do conjunto totalizante para uma catarse coletiva que deixa ver uma humanidade ofuscante, deslumbrante, ensurdecedora. Tragédie é a última parte de uma trilogia sobre resistência e insurreição – as peças anteriores são Revolution (2009) e Rouge (2011). O coreógrafo Olivier Dubois, que dançou com Sasha Waltz e Angelin Preljocaj, dirige desde 2014 o Centro Coreográfico Nacional do Nord-Pas de Calais.

Criação e coreografia: Olivier Dubois | Intérpretes: Arnaud Boursain, Benjamin Bertrand, Carole Gomes, Filipe Lourenço, Inés Hernández, Isabelle Kürzi, Jorge More Calderon, Karine Girard, Loren Palmer, Marianne Descamps, Marie-Laure Caradec, Rafael Pardillo, Sandra Savin, Sébastien Ledig, Sébastien Perrault, Sylvain Decloitre, Thierry Micouin e Virginie Garcia | Apoio: Consulado-Geral da França em São Paulo.

 

Não recomendado a pessoas com epilepsia ou labirintite devido aos efeitos de luz e som

 

Dia 17, quinta-feira às 21h30 | Dia 18, sexta-feira às 21h30 | Galpão do Sesc Campinas | Duração: 90 minutos | Classificação etária: 18 anos | Ingressos: R$ 30,00; R$ 15,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9,00 (credencial plena).

 

 

DUO PARA DOIS PERDIDOS | Dual Cena Contemporânea (São Paulo – Brasil)

 

Baseado no universo da peça teatral Dois Perdidos numa Noite Suja, de Plínio Marcos, o trabalho Duo para Dois Perdidos lança um olhar sobre a desigualdade, a exploração e a injustiça com os marginalizados da sociedade. A diferença entre os corpos dos bailarinos Ivan Bernadelli e Hélio Feitosa não os impede de se relacionar. A peça pretende revelar o brilho do ser humano com suas singelezas e singularidades. A companhia Dual Cena Contemporânea foi criada em 2011 e engloba integrantes de diversas áreas, propondo uma interface entre dança, teatro e arquitetura. Pensado para espaços não convencionais, Duo para Dois Perdidos será apresentado na região central da cidade de Campinas. O trabalho já participou do festival Circuito Vozes do Corpo em São Paulo e da Bienal Internacional de Dança do Ceará em 2014.

Direção Artística e coreografia: Ivan Bernardelli | Elenco: Hélio Feitosa e Ivan Bernardelli.

 

Dia 18, sexta-feira às 15 horas | Rodoviária de Campinas | Dia 19, sábado às 11 horas | Praça Rui Barbosa | Duração: 28 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

 

 

DESLOCAMENTOS | Marta Soares e Cia (São Paulo – Brasil)

 

Depois de uma primeira versão em 2014, na Casa Modernista projetada por Gregori Warchavchik, em São Paulo, e de uma nova configuração este ano, na Casa do Povo, no Bom Retiro, o espetáculo ocupa o térreo do Palácio dos Azulejos durante a Bienal Sesc de Dança. Construído em 1878 como residência do Barão de Itatiba, o edifício, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), abriga hoje o Museu da Imagem e do Som (MIS). No espetáculo, os figurinos, desenvolvidos por Anne Cerutti, unem os corpos dos bailarinos, dando origem a figuras híbridas, quase abstratas, tangenciando o “informe”. Mestre em Comunicação e Semiótica e doutora em Psicologia Clínica/Artes pela PUC/SP, Marta Soares apresentou seus trabalhos em festivais como o francês Temps d’Images, o croata Queer Zagreb e o alemão In Transit, entre outros.

Direção e concepção: Marta Soares | Elenco: Carolini Lucci, Martina Sarantopoulos, Natalia Mendonça, Patricia Bergantin e Talita Florencio.

 

Dia 18, sexta-feira às 17 horas | Dia 19, sábado às 17 horas | MIS – Museu da Imagem e do Som | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingressos: R$ 17,00; R$ 8,50 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 5,00 (credencial plena).

 

 

MENU DE DANAS (Do it!+Corpo) | Cia Gente (Rio de Janeiro – Brasil)

 

Do it!

Fruto da parceria entre o coreógrafo Paulo Emílio Azevedo e o BBoy Jean Clei, o solo Do it! parte do universo do breaking para explorar conflitos, referenciais estéticos e polaridades da juventude urbana. Mestre em políticas sociais, Paulo Emílio Azevedo se interessa pelo campo da educação e da cultura, tendo dirigido companhias de dança como Membros e DI. Como BBoy, Jean Clei participou de diversas batalhas pelo Brasil e foi finalista da Red Bull Cyphers, em 2014.

Direção e coreografia: Paulo E. Azevedo | Intérprete-criador: Jean Clei.

 

Corpo

Um corpo sob interrogações constantes, em que as memórias se entrelaçam ao questiona­mento sobre formas de habitar. Esse é o mote de Corpo, desenvolvimento do trabalho apre­sentado pela Cia Gente na Bélgica, durante a Europalia, em 2011.

Direção: Paulo E. Azevedo | Criação colaborativa: Filipe Itagiba, João C. Silva e Paulo E. Azevedo | Intérpretes-criadores: Filipe Itagiba e João C. Silva

 

Dia 18 sexta-feira às 20 horas | Dia 19, domingo às 20 horas | Teatro do Sesc Campinas | Duração: 40 minutos | Classificação etária: Livre | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

MORDEDORES | Marcela Levi e Lucía Russo (Rio de Janeiro – Brasil e Argentina)

 

A mais nova criação da Improvável Produções, companhia dirigida pela brasileira Marcela Levi e pela argentina Lucía Russo, leva ao palco um bando de “mordedores”. A dupla está interessada no movimento da mandíbula dos dançarinos, que remetem às hienas, animais que mordiscam e riem em situação de fome, parecendo sedentos pelo contato humano seja ele violento, erótico ou engraçado. O público é disposto numa plateia em forma de arena e pode por vezes sentir as vibrações emitidas pelos corpos dos dançarinos. A peça estreou 2014 no Rio de Janeiro e já foi apresentada no Festival Internacional de Danza, no Uruguai. Graduada em dança, Marcela Levi colaborou com artistas como Lia Rodrigues e Vera Mantero. Lucía Russo tem formação em psicologia e dança contemporânea.

Direção Artística: Marcela Levi e Lucía Russo | Performance e cocriação: Daniel Passi, Endi Vasconcelos, Gabriela Cordovez, Ícaro Gaya, João Victor Cavalcante, Lucía Russo e Tony Hewerton.

 

Dia 19, sábado às 18 horas | Dia 20, domingo às 18 horas | CIS Guanabara – Armazém do Café | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingressos: R$ 17,00; R$ 8,50 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 5,00 (credencial plena).

 

 

HYENNA – NÃO DEFORMA, NÃO TEM CHEIRO, NÃO SOLTA AS TIRAS | Tuca Pinheiro (Minas Gerais – Brasil)

 

“No Brasil, um bailarino que não fala francês não é nada.” Dirigidas ao público – em

francês –, frases como essa fazem parte deste solo-manifesto. Nele, a belle époque e a influência francófona no Brasil são evocadas com um misto de reverência, deboche e sarcasmo. Hyenna – Não Deforma, Não tem Cheiro, Não Solta as Tiras instiga a pensar o lugar de submissão em que a dança brasileira se coloca. “Ainda precisamos da tutela do olhar europeu para legitimar nosso fazer artístico?”, pergunta-se o bailarino. A figura da hiena, que orbita entre o riso e o resto, funciona como um símbolo da submissão da dança brasileira. Formado pela Escola de Dança da Fundação Clóvis Salgado (Belo Horizonte), Tuca Pinheiro integrou companhias como o Balé do Teatro Guaíra (Curitiba), o Grupo Primeiro Ato e a Benvinda Cia. de Dança (BH) e o Zikzira Physical Theatre (Inglaterra).

Criação e dança: Tuca Pinheiro.

 

Dia 19, sábado às 19h30 | Dia 20, domingo às 19h30 | CIS Guanabara – Armazém do Café | Duração: 70 minutos | Classificação etária: 18 anos | Ingressos: R$ 17,00; R$ 8,50 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 5,00 (credencial plena).

 

 

ESTADO IMEDIATO | Grupo Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira (São Paulo – Brasil)

 

A partir de um questionamento sobre a condição física e psicológica do artista de dança, Estado Imediato investe na relação entre os bailarinos e o público, procurando maneiras de ampliar esse contato. Vigésima segunda criação da dupla formada por Ana Catarina Vieira e Ângelo Madureira, que trabalha em parceria desde 1999, o espetáculo conta com patrocínio do programa Petrobras Cultural e leva à cena, além dos dois, quatro outros bailarinos. Estado Imediato pode ser encarado como prolongamento das pesquisas que Vieira e Madureira vêm desenvolvendo sobre as formas de relacionar as danças populares brasileiras à dança contemporânea. Nessa trajetória, o frevo ocupa um lugar importante. A intenção, agora, é explorar o potencial dos artistas brasileiros no desenvolvimento de uma linguagem mestiça.

Direção artística, coreografia e pesquisa: Ana Catarina Vieira e Ângelo Madureira | Elenco colaborador: Ana Catarina Vieira, Ângelo Madureira, Beto Madureira, Leandro Soares, Rafi Sousa e Vanessa Silva.

 

Dia 19, sábado às 20 horas | Dia 20, domingo às 18 horas | Teatro Municipal José de Castro Mendes | Duração: 40 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

 

 

FUTUROS PRIMITIVOS | Luis Garay (Argentina)

 

Coproduzido pelo programa Kyoto Experiment, no Japão, Futuros Primitivos é a terceira parte de uma pesquisa conduzida por Luis Garay a partir de objetos inanimados, iniciada com Atividade Mental (2012) e Under de Si (2013). O novo espetáculo volta a colocar em cena objetos propostos pelo artista Diego Bianchi, colaborador constante ao longo da tríade. Na obra, objetos obsoletos e desgastados adentram a cena antes dos performers, constituindo um cenário de desolação em meio ao qual eles se movem. Nascido em Bogotá, Colômbia, Luis Garay vive em Buenos Aires. Seu trabalho já foi visto no Festival de Outono, de Madri, no Naunystrasse, de Berlim, na Bienal de Cochabamba e na Fábrica de Movimentos de Portugal, entre outros. No Brasil, apresenta-se com regularidade desde 2011, quandoManeries (2009) e Ouroboro (2010) ocuparam o palco do Sesc Belenzinho (SP).

Direção: Luis Garay | Performers: Bruno Moreno, Flor Vecino, Leticia Lamela e Luis Garay.

 

Dia 19, sábado às 21h30 | Dia 20, domingo às 20 horas | Galpão do Sesc Campinas | Duração: 60 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

 

 

DESASTRO | Neto Machado (Paraná e Bahia – Brasil)

 

Cantada por David Bowie em Space Oddi ty, a história de Major Tom, astronauta que decide abandonar a Terra, é o mote inicial de Desastro. Os bailarinos brincam com lâmpadas de neon que parecem ter poder semelhante ao das espadas de Star Wars. Voltado para o público infantojuvenil, o espetáculo propõe um encontro entre a dança contemporânea e a ficção científica. Os elementos futuristas provêm do passado, ou seja, trata-se de um futuro passado, ou de uma “arqueologia do futuro”, expressão do norte-americano Fredric Jameson. Mestre em artes cênicas pela UFBA, Neto Machado foi bolsista da Akademie Schloss Solitude (ALE), e já participou de espetáculos do diretor holandês Jan Ritsema e do coreógrafo francês Xavier Le Roy. O processo de criação de Desastro contou com apoio do Prêmio Pró-Cultura de Estímulo ao Circo, Dança e Teatro do Governo Federal.

Concepção e direção: Neto Machado | Criação e performance: Bernardo Stumpf, Daniella Aguiar, Isaura Tupiniquim, Jorge Alencar, Jorge Oliveira e Neto Machado.

 

Dia 20, domingo às 17 horas | Teatro do Sesc Campinas | Duração: 50 minutos | Classificação etária: Livre | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

 

 

CARCAÇA | Grupo Strondum (Minas Gerais – Brasil)

 

No centro da praça, está uma carcaça de um carro em avançado estado de deterioração. Ao seu redor, os performers interagem entre si e com o público. Esses são os ingredientes básicos da intervençãoCarcaça, que vem sendo trabalhada pelo grupo Strondum desde 2010. O resultado são imagens de forte impacto. O processo de destruição do carro e a própria presença em cena de sua estrutura metálica amassada têm como efeito uma subversão da simbologia original dos automóveis, ligada ao conforto e ao progresso material. Fundado e dirigido pelo coreógrafo Cláudio Henrique Eurípedes de Oliveira na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, o grupo Strondum iniciou suas atividades em 2003, com o objetivo de trabalhar na fronteira entre a ação espontânea e a elaboração cênica.

Direção artística: Cláudio H. Oliveira e Eduardo L. Paiva | Elenco: Andressa Boel, Cláudio H. Oliveira, Eduardo L. Paiva, Lucas Borges, Lucas Dilan, Nádia Yoski e Mariane Araújo.

 

Dia 21, segunda-feira às 16 horas | Dia 22, terça-feira às 16 horas | Praça Rui Barbosa | Duração: 50 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

 

 

MOSTRA PERFORMÁTICA BIZARRA | Encontro de três artistas com performances cujo objetivo é questionar o modelo heteronormativo, branco e ocidental (Paraná e Maranhão – Brasil)

 

Bife | Gustavo Bitencourt

Para a criação de Bife, trabalho de 2007, o performer Gustavo Bitencourt estudou os trabalhos do dramaturgo francês Antonin Artaud, da artista plástica britânica Anne Van der Linden e do norte-americano GG Allin, ícone do punk rock. Na poética do palco, a violência presente no corpo de GG Allin é ressignificada por Gustavo Bitencourt, que tenta entender, com o trabalho, como seria a postura corporal das pessoas se não fosse o rock and roll. Gustavo Bitencourt estudou letras e trabalhou como ator, diretor, performer, roteirista e artista gráfico.

 

Dia 22, terça-feira às 20 horas | Teatro do Sesc Campinas | Duração: 60 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

 

Travesqueens | Erivelto Viana e Ricardo Marinelli

Cintia Sapequara vive em São Luís, usa sutiã extra GG, tem um quadro em um programa de televisão e é garota de programa. Princesa Ricardo é curitibana, loira, ninfomaníaca, detesta parecer engraçada, só usa roupa preta. Anos atrás, elas decidiram que um dia fariam juntas um espetáculo de dança contemporânea. Era o embrião de Travesqueens. Essas personagens foram criadas por Erivelto Viana e Ricardo Marinelli, autores do projeto, em parceria com Elielson Pacheco. A intenção é questionar os limites entre masculino e feminino, abordando questões do universo dos transexuais e travestis sem cair em estereótipos. Com formação em arte e educação pela Universidade Federal do Maranhão, Erivelto Viana atua nas áreas de dança, teatro e performance. Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná, Ricardo Marinelli transita entre a dança contemporânea e as artes visuais.

Criação: Elielson Pacheco, Erivelto Viana e Ricardo Marinelli | Performance: Erivelto Viana e Ricardo Marinelli.

 

Dia 23, quarta-feira às 20 horas | Teatro do Sesc Campinas | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

 

Sintética Idêntica ao Natural | Erivelto Viana

Parte de uma pesquisa sobre transexualidade, o espetáculo-situação criado pelo curitibano Ricardo Marinelli e pelo maranhense Erivelto Viana tem como estrela Cintia Sapequara. De longas madeixas louras, formas voluptuosas e figurino de cores gritantes, ela se apresenta há mais de 15 anos nos palcos maranhenses, onde foi concebida e é até hoje incorporada por Erivelto Viana. Sintética Idêntica ao Natural tem a intenção de borrar as fronteiras entre o natural e o artificial, o real e o virtual, o orgânico e o inorgânico, a carne e a espuma – já que, como indica o título, Cintia é uma mulher sintética, mas idêntica ao natural. Trata-se de um ícone da “transcelebridade”, criatura atualmente dotada de maior notoriedade que seu criador. A iniciativa conta com o apoio do programa Rumos Itaú Cultural 2014-2015.

Idealização e direção: Erivelto Viana e Ricardo Marinelli | Performance: Erivelto Viana/ Cintia Sapequara.

 

Dia 24, quinta-feira às 18 horas | Dia 25, sexta-feira às 18 horas | MIS – Museu da Imagem e do Som | Duração: 60 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 17,00; R$ 8,50 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 5,00 (credencial plena).

 

 

A PARTIR DE UMA HISTÓRIA VERDADEIRA (D’Après Une Historie Vraie) | Christian Rizzo (França)

 

Para criar o espetáculo, o coreógrafo francês Christian Rizzo observou movimentos e sistemas de composição nas danças masculinas do Mediterrâneo, o que lhe possibilitou pensar sobre a ideia de comunidade no contexto contemporâneo. Em uma estrutura coreográfica geometricamente desenhada, oito dançarinos se movem poliritmicamente, dão-se as mãos, se abraçam. Os bateristas Didier Ambact e King Q4 tocam a trilha sonora ao vivo. A música oscila entre o diálogo e a batalha, tencionando a estrutura da peça. Christian Rizzo nasceu em 1965 em Cannes, fez parte de uma banda de rock e desenvolveu marca própria de roupas antes de formar-se em artes plásticas. Em 1996, fundou sua companhia, a l’association fragile. Ele é autor de óperas, peças coreográficas e instalações. Sua mais recente produção em dança estreou em 2013 no Festival de Avignon.

Coreografia, cenografia e figurino: Christian Rizzo | Dança: Fabien Almakiewicz, Filipe Lourenço, Massimo Fusco, Miguel Garcia Llorens, Kerem Gelebek, Roberto Martinez, Yaïr Barellie Pep Guarrigues | Músicos: Didier Ambac e King4Q.

 

Dia 22, terça-feira às 20h30 | Dia 23, quarta-feira às 20h30 | Teatro Municipal José de Castro Mendes | Duração: 70 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingressos: R$ 30,00; R$ 15,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9,00 (credencial plena).

 

 

BLINK MINI-UNÍSSONO INTENSO-LAMÚRIO | Michelle Moura (Paraná – Brasil)

 

Intrigada pelo ato reflexo de piscar os olhos e pelas consequências corporais de sua interrupção, Michelle Moura traz ao público uma coreografia vertiginosa, interessada no movimento das pálpebras. Nela, duas performers abrem e fecham os olhos em uníssono e intensificam esse movimento de tal forma que se perde de vista a singularidade de cada uma. A criação, que estreia na Bienal Sesc de Dança, foi desenvolvida por meio de experimentos e trocas realizadas em residências, laboratórios e no mestrado da Amsterdamse Hogeschool voor de Kunsten (AHK), na Holanda. Performer e coreógrafa, Michelle Moura reside em Curitiba e suas criações, que envolvem um hibridismo das linguagens da dança, performance e som, já foram apresentadas em festivais em diversos países, como Brasil, Uruguai, Chile, Cuba, Alemanha, França, Portugal, Holanda e Espanha.

Criação: Michelle Moura | Performance: Clara Saito e Michelle Moura | Coproducao: Sesc e Theaterschool – Amsterdam Master of Choreography

 

Dia 22, terça-feira às 21h30 | Dia 23, quarta-feira às 21h30 | Galpão do Sesc Campinas | Duração: 45 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

 

 

BIOMASHUP | Cristian Duarte (São Paulo – Brasil)

 

Nesta criação dirigida por Cristian Duarte, bailarinos, músico e público ficam envoltos na atmosfera de Tom Monteiro, que executa ao vivo a trilha sonora através do teremim, instrumento eletrônico formado por duas antenas que captam os movimentos do performer. Na cena, os seis bailarinos atualizam seus repertórios de dança e convocam seus diferentes treinamentos corporais, numa dança incessante que ganha intensidade e espacialidade no decorrer do tempo. O público os acompanha, por vezes de perto, e é convidado a mobilizar diferentes camadas de percepção para contemplar o espetáculo. A pesquisa que precedeu a peça foi realizada dentro da residência artística LOTE#, coordenada por Cristian Duarte. Biomashup e LOTE#3, a terceira edição da residência, receberam o prêmio de melhor pesquisa em dança pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) 2014.

Concepção, criação e direção: Cristian Duarte | Criação e dança: Alexandre Magno, Aline Bonamin, Clarice Lima, Felipe Stocco, Leandro Berton e Patrícia Árabe | Música ao vivo: Tom Monteiro (concepção musical para teremim).

 

Dia 23, quarta-feira às 17h30 | Dia 24, quinta-feira às 17h30 | CIS Guanabara – Gare | Duração: 90 minutos | Classificação etária: 10 anos | Ingressos: R$ 17,00; R$ 18,50 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 5,00 (credencial plena).

 

 

HOMEM TORTO | Eduardo Fukushima (São Paulo – Brasil)

 

A nova obra de Eduardo Fukushima foi criada a partir de uma residência na Ásia na qual o artista acompanhou por um ano, em Taiwan, a Companhia Cloud Gate Dance Theatre, de Lin Hwai-min. Seu “mentor” proporcionou experiências para além do diálogo sobre dança: Eduardo recebeu tarefas, como a de caminhar numa peregrinação taoísta em homenagem a Matsu, Deusa do Mar, e a visitar o Japão sozinho. O artista percorre uma longa passarela com diferentes qualidades de movimento, como as enérgicas torções de tronco e o delicado gestual de mãos e olhos. O solo tem a potência das obras criadas a partir de mergulhos íntimos e traz à cena as múltiplas facetas de um homem comum. O espetáculo estreou na antiga sala de jantar do ex-monastério da Ilha de San Giorgio Maggiore, em Veneza, em 2013, e no ano seguinte foi apresentado no Tanz im August (Berlim) e no Sesc Belenzinho (SP).

Direção artística, criação e dança: Eduardo Fukushima.

 

Dia 24, quinta-feira às 19h30 | Dia 25, sexta-feira às 19h30 | CIS Guanabara – Armazém do Café | Duração: 40 minutos | Classificação etária: 12 anos | Ingressos: R$ 17,00; R$ 8,50 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 5,00 (credencial plena).

 

 

EXPERIÊNCIA 3 | Key Sawao (São Paulo – Brasil)

 

Key Sawao dá continuidade aos estudos de movimento presentes em seus trabalhos anteriores (Experiências 1 e 2), realizados paralelamente às criações desenvolvidas pela key zetta e cia., grupo que ela dirige com Ricardo Iazzetta desde 1996. Em Experiência 3, a artista convida a baterista Mariá Portugal para a cena. Juntas, as duas criam, ao vivo, a dança e a música do espetáculo. O trabalho foi concebido para espaços não convencionais e na Bienal Sesc de Dança ocupará o Jardim do Galpão. A musicista Mariá Portugal é mestranda em comunicação e semiótica pela PUC/SP e faz trilhas para dança, teatro, vídeo, desenho animado e instalações. Sua banda, a Quartabê, deve gravar ainda este ano seu primeiro disco de música experimental.

Concepção e dança: Key Sawao | Música ao vivo: Mariá Portugal (bateria).

 

Dia 24, quinta-feira às 20h30 | Dia 25, sexta-feira às 20h30 | Jardim do Galpão do Sesc Campinas | Duração: 30 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

 

 

OCUPAÇÃO WAGNER SCHWARTZ | Entendendo que o percurso de produção aponta para uma maneira singular de entendimento de dança, esta ocupação apresenta quatro obras realizadas em épocas diferentes que atualizam e potencializam questões pertinentes ao pensamento do artista (Minas Gerais e São Paulo – Brasil e França)

 

Piranha

Criado com subsídios do programa Rumos Dança Itaú Cultural em 2009-2010 e premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte como melhor projeto artístico de 2012, Piranha convida a pensar a reclusão, do retiro religioso ou do mergulho solitário de artistas e intelectuais à restrição de liberdade em penitenciárias ou hospitais psiquiátricos. Inspirado nos peixes carnívoros da Amazônia e do Pantanal que, depois do fim das cheias ficam aprisionados em lagoas sazonais, o artista criou este solo, que realiza em movimentos contínuos e espasmódicos cerceados por uma limitação: ele praticamente não se desloca pelo palco, ocupando apenas um ponto fixo no espaço cênico.

Concepção, texto e performance: Wagner Schwartz.

 

Dia 24, quinta-feira às 21h30 | Galpão do Sesc Campinas | Duração: 45 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

 

La bête

Schwartz manipula, nu, uma réplica de plástico de uma das esculturas da série Bichos (1960), da artista mineira Lygia Clark. O objeto geométrico laranja, articulado por meio de dobradiças, permite a criação, por quem o manipula, de diversas formas. O bailarino propõe um paralelo entre o objeto e o corpo do artista, convidando a plateia a manuseá-lo para criar as formas que desejar. La bête foi realizada com o apoio do Fórum Internacional de Dança (FID) Território de Minas 2005.

Concepção e performance: Wagner Schwartz.

 

Dia 25, sexta-feira às 21h30 | Teatro do Sesc Campinas | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 18 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

 

Transobjeto

Criado em 2004 com subsídio do programa Rumos Dança do Itaú Cultural e do Palco de Arte de Uberlândia (MG), o espetáculo incorpora influências estrangeiras e as mistura a estereótipos da brasilidade. A fileira de frutas tropicais em cena – manga, maracujá, abacaxi – remete ao orgulho nacional, assim como as menções a Caetano Veloso e Carmen Miranda. Schwartz trata o próprio processo de “canibalizar” influências com ironia e deboche. Assim, dilui as frutas brasileiras em vinho branco importado, cantarola uma paródia de Disseram que Eu Voltei Americanizada, gravado por Carmen Miranda em 1940, e ilustra com seus gestos um Caetano Veloso que canta em inglês (If You Hold a Stone, 1971). Esculturas da série Bichos de Lygia Clark e os parangolés de Hélio Oiticica funcionam como articuladores em um conjunto extenso de referências.

Concepção e performance: Wagner Schwartz.

 

Dia 26, sábado às 20 horas | Teatro do Sesc Campinas | Duração: 40 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

 

Mal Secreto

Realizada para o programa Semanas de Dança 2014 do Centro Cultural São Paulo, esta performance é fruto de uma viagem – de início, descomprometida – para cidade francesa de Pont-sur-Yonne, na Borgonha. Durante o tempo que passa ali, Wagner Schwartz registra pensamentos e impressões em um diário, que se torna matéria-prima da apresentação. Em cena, o artista lê seus textos, enquanto fotografias realizadas na mesma viagem são exibidas no fundo do palco. O trabalho articula memórias e afetos com delicadeza, em sintonia com a canção Mal Secreto (1972), de Wally Salomão (letra) e Jards Macalé (música) – “Não choro, / Meu segredo é que sou rapaz esforçado, / Fico parado, calado, quieto, / Não corro, não choro, não converso, / Massacro meu medo, / Mascaro minha dor, / Já sei sofrer”.

Concepção, imagens, texto e performance: Wagner Schwartz.

 

Dia 27, domingo às 19 horas | Galpão do Sesc Campinas | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

 

 

OLHO NU | Cia Híbrida (Rio de Janeiro – Brasil)

 

Fundada em 2007 e dirigida pelo bailarino e coreógrafo Renato Cruz, a Cia Híbrida agrega intérpretes-criadores que misturam a linguagem da dança de rua com a dança contemporânea. Terceira parte de uma trilogia criada pelo grupo com o objetivo de olhar para a fragilidade no hip-hop, Olho Nu propõe uma apresentação com formato diferente das obras anteriores: o público, sentado ao redor do palco, é convidado para, em alguns momentos, fazer parte da cena. Olho Nu integra a seleção dos dez melhores espetáculos de 2014 elaborada pelo jornal carioca O Globo. A Cia Híbrida é patrocinada pelo II Fomento à Cultura Carioca e, com o apoio d’O Boticário, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, realizará apresentações na França e em Portugal.

Direção artística: Renato Cruz | Intérpretescolaboradores: Daniel Oliveira, Fábio de Andrade, Jefte Francisco, Kapú Araújo, Luciana Monnerat, Luciano Mendes, Mailson de Morais, Marjory Lopes e Raphael Lima.

 

Dia 25, sexta-feira às 17 horas | Dia 26, sábado às 17 horas | Estação Cultura | Duração: 50 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

 

 

INTIMIDADE DÓCIL | Bruna Spoladore e Renata Roel (Paraná – Brasil)

 

Fruto da parceria entre Renata Roel e Bruna Spoladore, Intimidade Dócil investiga os efeitos causados no corpo pelos sistemas de controle da sociedade contemporânea, como as câmeras de segurança. A dupla dança incessantemente no limite de resistência do corpo, que apesar de esgotado, insiste em se mover. A trilha sonora composta por Demian Garcia captou e tratou os sons dos corpos das bailarinas em contato com o chão.  Bruna Spoladore é mestra em dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e integra o Núcleo Artérias (SP), que tem direção de Adriana Grechi. Renata Roel é doutoranda pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Elas estudaram no Centro de Estudos em Movimento, em Portugal. Intimidade Dócil foi desenvolvido com apoio do Prêmio Funarte Klauss Vianna Novos Talentos em 2012 e conta com o patrocínio dos Correios para sua circulação.

Criação e dança: Bruna Spoladore e Renata Roel.

 

Dia 26, sábado às 17 horas | Dia 27, domingo às 17 horas | CIS Guanabara – Armazém do Café | Duração: 45 minutos | Classificação etária: 18 anos | Ingressos: R$ 17,00; R$ 8,50 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 5,00 (credencial plena).

 

 

FALL | Victor Hugo Pontes (Portugal)

 

Em inglês, o título da peça nomeia a estação do ano em que as folhas das árvores caem. Trata-se de um convite para pensar diversos tipos de queda: caímos de amor, caímos por terra e há quem diga que caímos do paraíso. Interessado pelo sentido literal, metafórico e metafísico da queda, o coreógrafo português criou o espetáculo que aborda o ato, deliberado ou não, de cair. Os bailarinos, atraídos pela força da gravidade, dançam sobre um piso construído especialmente para a obra. Fall estreou no Porto em 2014 e excursionou por várias cidades de Portugal. Nascido em Guimarães, em 1975, Pontes é artista plástico formado pela Universidade do Porto e concluiu os cursos profissionais de teatro no Balleteatro Escola Profissional, também no Porto. Desde 2009, está à frente da Nome Próprio, associação cujo objetivo é a produção, a promoção e a divulgação de atividades artísticas.

Direção e coreografia: Victor Hugo Pontes | Interpretação: Anaísa Lopes, Ángela Díaz Quintela, António Torres, Daniela Cruz, Diogo Almeida, Marco da Silva Ferreira e Valter Fernandes. 

 

Dia 26, sábado às 20 horas | Dia 27, domingo às 20 horas | Teatro Municipal José de Castro Mendes | Duração: 70 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingressos: R$ 30,00; R$ 15,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9,00 (credencial plena).

 

 

TIRA O MEU FÔLEGO | Elisa Ohtake e elenco (São Paulo – Brasil)

 

Como você prova de corpo inteiro que está apaixonado? Determinada a desafiar cinco já consagrados criadores e intérpretes da dança contemporânea, Elisa Ohtake reúne-os em sua mais recente criação e atua como bailarina. Em cena, têm de provar, dançando, que estão verdadeiramente apaixonados. Como numa gincana de programa de auditório, os performers, cada um à sua vez, inventam diferentes modos de realizar suas provas, sem medo do ridículo – banho de mel, chuva de açúcar, champanhe e danças vigorosas fazem parte do espetáculo. A trilha musical é composta de hits de partir o coração. Diretora de dança e teatro, Ohtake estudou butô com Yoshito Ohno no Japão, dança flamenca e africana no Brasil e é formada em dança e performance pela PUC/SP. Tira Meu Fôlego recebeu o prêmio de melhor espetáculo de dança pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) em 2014.

Direção Artística: Elisa Ohtake | Coreografia: Elisa Ohtake e elenco | Elenco: Cristian Duarte, Eduardo Fukushima, Elisa Ohtake, Raul Rachou, Rodrigo Andreolli e Sheila Ribeiro.

 

Dia 26, sábado às 21h30 | Dia 27, domingo às 20h30 | Galpão do Sesc Campinas | Duração: 90 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

 

 

ESPETÁCULOS INFANTIS (por ordem de apresentação)

 

NINHOS – PERFORMANCE PARA GRANDES PEQUENOS | Balangandança Cia (São Paulo – Brasil)

 

Ninhos não segue uma narrativa nem recorre à fala. A movimentação dos bailarinos lembra a relação de animais (e humanos) com seus filhotes – no processo de criação, eles estudaram Kempô, arte marcial inspirada nos animais. Voltada para o público infantil, a performance propõe cenas de aconchego, carinho e cuidado, que evocam o desenvolvimento das aves, do aninhar dos ovos à partida para o voo solo. Também é possível identificar o rastejar da cobra, o mergulho dos peixes, o engatinhar dos bebês... Os bailarinos envolvem a plateia nas brincadeiras propostas, em diálogo com o espaço em que se apresentam. Com trilha sonora de Coré Valente, executada ao vivo pelo próprio (violão, sanfona e percussão) em colaboração com Georgia Lengos (música mecânica), a performance foi contemplada pelo Fomento à Dança da Cidade de São Paulo.

Direção e Concepção: Georgia Lengos | Elenco/criação: Alan Scherk, Alexandre Medeiros, Ciro Godoy, Clara Gouvêa, Coré Valente, Dafne Michellepis e Isabel Monteiro | Música ao vivo: Coré Valente (violão, sanfona e percussão).

 

Dia 19, sábado às 16 horas | Dia 20, domingo às 11h30 | Jardim do Galpão do Sesc Campinas | Duração: 45 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

 

 

VARAL DE NUVENS | Grupo Lagartixa na Janela (São Paulo – Brasil)

 

Sabe as roupas que secam no varal? E se, na verdade, elas estiverem dançando uma coreografia elaborada pelo vento? Melhor: será que é possível dançar junto com elas e com a brisa, seguindo o movimento das nuvens? É mais ou menos isso que acontece na mais recente criação do grupo paulistano Lagartixa na Janela, dirigido pela artista e educadora Uxa Xavier. Resultado de um processo de criação ocorrido na Praça das Corujas, em São Paulo, a obra recebeu financiamento do Programa de Fomento à Dança da Cidade de São Paulo e já foi apresentada em lugares como Centro Cultural São Paulo (CCSP), Sesc Belenzinho e Sesc Pompeia, além de ter participado da oitava edição do Enredanza, festival de dança contemporânea de Montevideo, no Uruguai. Criado em 2010, o grupo pesquisa a criação cênica e a educação em dança contemporânea, tendo como foco o público infantil.

Direção Artística: Uxa Xavier | Performers: Aline Bonamin, Barbara Schil, Suzana Bayona, Tatiana Cotrim e Thais Ushirobira.

 

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