A peça em quatro atos, conta a vida de um menino de 15 anos, Rafael, sobrevivendo as descobertas da adolescência e lidando com os traumas durante o ano de 1991. O protagonista narra sua história com o auxílio de cartas que ele envia a um amigo. Porém, suas histórias são narradas também pelas falas de outras personagens, deixando assim as relações mais complexas e dialogando diretamente com o mundo que o cerca.
A recriação do texto literário assina um traço autoral através do distanciamento: alterna momentos na primeira e na terceira pessoa, trazendo ao espetáculo teatral movimentos críticos e emocionais. Busca a identificação imediata de uma grande parcela de espectadores: os temas tratados e discutidos em cena são universais e independentes de idade; todos foram jovens e tiveram as mesmas dúvidas, incertezas e dificuldades.
Na concepção para a transposição cênica de Sobre Cartas & Desejos Infinitos, o diretor Kleber Montanheiro procura uma aproximação de uma história que se passa nos EUA, numa realidade muito específica, para o Brasil. Essa proposta cria uma identificação de jovens que vivem numa sociedade classe média e que poderiam estar nas mesmas situações das relações que se desenvolvem na obra original. Essa realidade pode ser equilibrada com a sociedade brasileira, pois se trata de relações e conflitos que são humanos. Dentro dessa perspectiva, procuramos uma "vestimenta" cênica que possa gerar esse equilíbrio através do caráter urbano.
A cenografia foi criada a partir de inspiração urbana: as linhas arquitetônicas de uma grande metrópole, com seus elementos verticais e sua mescla de cores. Grandes painéis brancos são pintados durante o espetáculo pelos próprios atores, terminando como uma grande graffiti urbano. Uma peça cenográfica única suspensa, sugerindo um aquário, traz uma sensação de isolamento, de solidão daquelas personagens durante o desenvolvimento do conflito. E por fim, três peças em desnível - que se movimentam durante o espetáculo -, formam os diversos ambientes que contam essa história.
Os figurinos partem da vestimenta urbana e real para uma desconstrução da moda cotidiana. Modelos vistos na rua de uma cidade foram desmontados para compor novas possibilidades de desenhos através do mix de modelagens e sobreposições, criando movimento crítico de acordo com cada personagem.
A iluminação foi criada pelo diálogo da luz cênica com a projeção de vídeo, compondo imagens que reforçam a luz da rua através de temperaturas diferentes e da sensação da velocidade: a luz manchada de faróis de carros e dos semáforos de uma grande cidade em movimento.
SINOPSE:
Rafael é um adolescente de 15 anos que vive entre a felicidade e a tristeza. Ele acaba de entrar no colegial, enquanto se recupera de uma depressão, pela perda de seu único amigo. Tateando territórios inexplorados, preso entre o desejo de viver a própria vida, e ao mesmo tempo, assistí-la. Rafael, porém, conhece Theo e Ana, que o ajudam com as dificuldades do ambiente escolar, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir "infinito". Um jovem que não se sabe quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo.
Idealização e Produção: Eduardo Peixoto.
Realização: Armazém Cultural SP.
LOCAL: Armazém Cultural - Rua dos Cariris, 48 - Pinheiros. Próximo à estação Faria Lima do Metrô. 60 lugares. Acesso para deficientes.
DATA: 04/07 até 01/11 (Sábado e Domingos às 20h00)
INGRESSOS: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada). Aceita todos os cartões de débito, crédito ou dinheiro. Dias 29 e 30 de agosto apresentações gratuitas.
INFORMAÇÕES: (11) 2729-5137.
DURAÇÃO: 75 min
CLASSIFICAÇÃO: 16 anos
EQUIPE:
KLEBER MONTANHEIRO:
Ator, autor, diretor cênico, cenógrafo, figurinista e iluminador, tem em sua formação experiência profissional com importantes nomes da cena artística nacional: Gianni Ratto, Patrício Bisso, Wagner Freire, Roberto Lage, José Possi Neto, entre outros. Formado pelo Teatro-escola Célia Helena, dirigiu entre outras peças: O Mambembe, de Arthur Azevedo; O Rouxinol, de Cássio Pires, baseado no conto homônimo de Hans Christian Andersen; Marias do Brasil, de Marília Toledo e Rodrigo Castilho. Atuou em Uma Rapsódia de Personagens Extravagantes, direção de Cristiane Paoli-Quito; A Cor de Rosa, de Flavio de Souza, direção de William Pereira; Buster - O Enigma do Minotauro, com o grupo XPTO, recebendo indicação ao prêmio Apetesp de melhor ator.
Criou cenário, figurino e luz do espetáculo Misery, com Marisa Orth e Luis Gustavo; Cada um com seus 'pobrema', de Marcelo Médici; cenário e iluminação de Madame de Sade, direção de Roberto Lage, Macbeth, direção de Regina Galdino, entre muitos outros. Escreveu e dirigiu o espetáculoTem Francesa no Morro, com a Cia As Graças, que cumpriu temporada no Centro Cultural São Paulo e no projeto Circular-Teatro. Concebeu com Marília Toledo o projeto Clássicos para Menores, uma trilogia de espetáculos cômicos clássicos, onde dirigiu O Doente Imaginário, de Molière; Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare; e A Odisséia de Arlequino, uma commedia dell'arte inspirada nos canovaccios italianos.
Recebeu indicações ao prêmio Femsa por Chapeuzinho Vermelho (figurinos-2001); O Rouxinol(iluminação e figurinos-2002); Marias do Brasil (figurinos-2003); Amazônica (cenário e iluminação-2005); O Doente Imaginário (cenário-2007) e Sonho de uma Noite de Verão(figurinos e direção-2008). Ganhou os prêmios APCA 2008 por Sonho de Uma Noite de Verão e Femsa 2009 por A Odisséia de Arlequino, ambos de melhor diretor. Foi indicado ao prêmio CPT 2012 pela direção de Cabeça de Papelão e vencedor dos prêmios APCA e Femsa 2012 pelos cenários e figurinos de A História do Incrível Peixe Orelha. Dirigiu em 2013, no Teatro Popular do SESI: Crônicas de Cavaleiros e Dragões, de Paulo Rogério Lopes, inspirado no livro A Saga de Siegfried, de Tatiana Belinky, pelo qual recebeu o Prêmio Femsa 2014 de melhor Iluminação.
Sua última direção para o teatro foi para a obra de Chico Buarque de Hollanda, Ópera do Malandro, que estreiou no CCBB - SP em agosto de 2014 e ainda cumpre temporada no novo Espaço Cia. da Revista, na Santa Cecília, SP.
Dirige artisticamente a Cia da Revista com repertório de quatro espetáculos: Cada Qual no Seu Barril, Carnavalha, Kabarett e Cabeça de Papelão. Foi integrante do projeto de humanização hospitalar Doutores da Alegria, de 1993 a 2003.
ANA LUIZA GARCIA:
Atriz e escritora. Formou-se em Letras - Inglês pela PUC-SP em 2010, onde escreveu seus primeiros textos e peças. Em 2013, formou-se em Los Angeles, onde cursou The American Academy of Dramatic Arts. Lá adquiriu habilidades especiais, como luta, esgrima e danças deépoca. Ana fez cerca de 20 peças em Los Angeles, tais como Um Bonde Chamado Desejo, direção Michele Martin Gossett, Muito Barulho por Nada, direção Tim Landfield, Dear Brutus, direção Jules Aaron, To Gillian on her 37th Birthday, direção Perry Hart e The Barretts of Wimpole Street, Direção Karen Hensel. Depois de formada, foi convidada para entrar no grupo de teatro The Loft Ensemble e se destacou com a personagem Maria, uma faxineira mexicana de um hotel em Las Vegas, na comédia Vegas Nightmares. Fez parte to Instituto Lesly Kahn de comédia, onde aprendeu tudo sobre sitcoms. Ana se especializou em sotaques de diversas partes do Brasil e do mundo, principamente na lingua inglesa. Ela utiliza muito deste talento em seus shows de stand up comedy, uma faceta que nasceu em Los Angeles. Ana também escreveu e participou de vários curtas metragens, entre eles The Somnambulist, que fez parte do festival SUNDANCE em Los Angeles.