Por Cau Marques
Boa semana amigos da música! Um amigo cantor me contou que foi ao Zoológico e ao antigo Simba-Safári de São Paulo e comentou o fato de passar com o carro vendo bem de perto os mais variados animais, que agora ficam atrás de grades e já não interagem mais com os visitantes como antigamente! Então me ocorreu que algo muito parecido está acontecendo no mundo da música e principalmente dos shows.
Não só aqui em solo tropical, mas também na terra do tio Sam e Europa, isso parece uma tendência da nova era. As megaproduções, os palcos com toneladas de iluminação e efeitos já acompanham o Pop e o Rock internacional por mais de 2 décadas. De Kiss a U2, dos pais da matéria Pink Floyd e Rolling Stones até as “Beyoncées” do momento, a coqueluche é ter milhares de artefatos explosivos, palcos que se movem, luzes, painéis de última geração e muita dança! Pôxa, isso é maravilhoso e todos que já foram a estes shows gigantescos de grandes artistas sabem que estou falando a verdade! Acho realmente mágico tudo que é colocado para complementar e dar mais brilho a um repertório de qualidade com músicas de sucesso. Afinal de contas, Michael Jackson também abusava de todos estes recursos para deixar suas apresentações ainda mais perto do “Olimpo”!
O único problema, na minha opinião, é que alguns artistas novos lá de fora e, principalmente daqui, colocam isso tudo em primeiro lugar e se esquecem da música. Quando o show é complemento da música acho delicioso de ver e ouvir, mas hoje em dia a coisa está 95% visual e isto eu lamento muito.
Assim como num safári, ficamos limitados a olhar diversos novos artistas exibindo as “horas de musculação”, tatuagens, modelitos, cortes e cores de cabelo, mas na hora da música deixam e muito a desejar. É recorrente ouvir comentários do público do tipo: “...me decepcionei com o show do cantor fulano”. Nesse caso, eu fico com a frase do meu amigo e produtor, cujo nome revelarei na próxima matéria: “Se você colocar cocô num tubo de ouro, do outro lado sai o mesmo cocô”.
Não basta apenas o recurso visual quando a qualidade do que se ouve não acompanha o padrão. Quando a música em si agrada, o que menos importa é o visual do artista ou do palco. Me lembro a enxurrada de críticas que faziam aos “quilinhos a mais” da afinadíssima cantora Adele, mas, neste caso, a voz e a música de muita qualidade se fizeram muito maiores.
Todo mundo gosta de ver gente bonita e bem-sucedida, e é claro que existem inúmeros casos em que se concilia o visual ao áudio, mas basicamente não basta ser apenas modelo de revista para ser bom músico ou cantor. A diversidade de artistas que estão apenas dispostos à exposição passageira é enorme e está aumentando a cada dia, mas eu fico com a resposta e a proposta de assistir alguns exemplos de novos artistas, que julgo conseguirem juntar o espetáculo visual ao auditivo. Ver link
https://www.youtube.com/watch?v=C8OAq3eQU9w