Desde que o mundo é mundo, as mulheres têm muita coisa em comum. Os temas são os mais variados que vão de questões cotidianas e vitais, como filhos e trabalho, passando por preocupações estéticas, no caso, dieta, flacidez e depilação, e pelo tema homens que, lógico, permeia muitas das conversas, até chegar a assuntos mais delicados, como aborto e infidelidade.
Basta colocar na mesma sala duas mulheres que não se conhecem e em pouco tempo elas já se tornaram amigas ou inimigas de infância.
E Mulheres, Tanta Coisa em Comum vai muito além disso. Na comédia dramática escrita e dirigida por Renato Scarpin, que reestreia dia01 de julho no Teatro Augusta, essas relações são aprofundadas, bastante amplas e inusitadas.
Na montagem realista duas desconhecidas encontram-se em um café para resolver uma questão em comum, a infidelidade. O que a princípio poderia representar um abismo intransponível entre as duas personagens, começa a ser conectado com pontes de identificação por meio das histórias de vidas de ambas em um espetáculo repleto de mistérios, revelações, surpresas e situações divertidas e instigantes.
No encontro, Tati (Maritta Cury), bailarina por formação e dona de uma escola de balé, e Amanda (Carô Carvalho), empresária que nunca realizou seu sonho de ser cantora, falam das peculiaridades do que é ser mulher nos dias atuais. Também conversam sobre como lidar com os homens na contemporaneidade, em um momento da perda dos valores nas relações humanas e da banalização do amor em detrimento do sexo, levantando também a motivos que fazem um homem ou uma mulher traírem.
No segundo momento da peça, as personagens saem do território neutro, a cafeteria, para entrar em um mundo particular: o estúdio de balé de Tati, proporcionando ao público um espetáculo à parte, com uma poética transformação do cenário.
A cenografia é assinada pelo artista plástico e cenógrafo Cesar Rezende de Santana e apresenta um café casual e moderno, trazendo um pouco mais de sobriedade e menos mobilidade ao primeiro momento do espetáculo e, com as mesmas estruturas e objetos, se transforma em um estúdio de balé, com muito movimento e elementos coloridos, transformando completamente o ambiente sem ao menos retirar ou colocar objetos de cena.
Vanderlei Conte assina a luz, que valoriza os climas do espetáculo, com momentos de tensão, mistério e outros de leveza e dinâmica. Os figurinos, de Camila Laczko, são bem realistas e captam totalmente a personalidade e o momento de cada personagem, tanto nas cores como nos modelos e estilos, sendo fiel ao local de trabalho onde cada uma delas estava antes do encontro, o que seria a situação precedente ao espetáculo.
FICHA TÉCNICA:
Texto e Direção: Renato Scarpin
Elenco: Carô Carvalho e Maritta Cury
Iluminação: Vanderlei Conte
Cenografia: Cesar Rezende de Santana
Figurino: Camila Laczko
Sonoplastia: Fran Landhin
Operação de Som: Rafael Junqueira
Operação de Luz: Vanderlei Conte
Visagismo: Andre Mateus / Cabelaria
Coreografia: Cristiane Mendes / Academia Club 109
Fotos: Adágio Produções/Joilson Kariri
Arte Gráfica/ Identidade Visual: Alpio Stanchi
Assessoria de Imprensa: Fabio Camara e Denise O. Freire
Relações Públicas: Helinho Calfat
Direção de Produção: Maritta Cury
SERVIÇO:
LOCAL: Teatro Augusta (Rua Augusta 943, Consolação), Sala Paulo Goulart, 302 lugares. Acesso à deficiente.
DATA: 01/07 até 01/10 (Quartas e Quintas às 21h)
INGRESSOS: R$ 50,00 (Inteira). Aceita cartões.
INFORMAÇÕES: (11) 3151 4141
DURAÇÃO: 70 min
CLASSIFICAÇÃO: 14 anos