Uma das obras mais clássicas da literatura brasileira, Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis, que já virou filme e foi montada várias vezes nos palcos, estreia no dia 05 de junho no Teatro Augusta, com uma montagem ousada e diferente feita pela Das Duas Cia. de Teatro.
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Lançado em 1881, o livro Memórias Póstumas é considerado um divisor de águas, inaugurando o estilo realista no Brasil. A maioria dos críticos, tanto brasileiros quanto estrangeiros, considera como a obra-prima de Machado de Assis, marcando uma nova fase na sua carreira, transbordando esse movimento literário, pois apresenta um estilo tão inovador que perpassa qualquer classificação, sobrepondo-se ao seu tempo.
Na história Brás Cubas, após ter morrido, decide por narrar sua vida e revisitar os fatos mais importantes vividos, a fim de se distrair na eternidade. A partir de então ele relembra de amigos como Quincas Borba, de sua displicente formação acadêmica em Portugal, dos amores de sua vida e ainda do privilégio que teve de nunca ter precisado trabalhar em sua vida.
Nessa versão para o teatro feita pela das Duas Cia. de Teatro, formada pelas atrizes Renata Mazzei e Christiane Lopes, tem como objetivo salientar o que ainda hoje exala de modernidade na obra de Machado de Assis.
Todos os personagens são feitos, por Renata Mazzei e Christiane Lopes, criando uma linguagem lúdica e divertida, passando por diferentes formas de narrar e interpretar a história – do realismo ao melodrama - trazendo um dinamismo para a cena que a todo o instante brinda o público com novos estímulos, não só evitando a dispersão do mesmo, mas fazendo jus ao polêmico e inovador caráter do romance. A montagem propõe uma constante troca de personagens, com muita agilidade e desenvoltura, interpretando os mesmos personagens dando a cada um o seu toque de originalidade.
Na peça também são utilizados bonecos na realização da narrativa, dando graça e o tom de realismo mágico presente na obra, em que um personagem pode, ao mesmo tempo, aparecer como boneco e também interpretado pelas atrizes causando um estranhamento bem ao sabor da sátira. Os bonecos presentes são de diferentes alturas uns em tamanho natural e outros menores, além de alguns objetos transformados em bonecos, aumentando o caráter dinâmico e criativo da montagem.
FICHA TÉCNICA:
Texto: Machado de Assis
Direção e Adaptação: Christiane Lopes e Renata Mazzei
Assistência de direção: Roberto Matsubara
Produção: Das Duas Cia. de Teatro
Elenco: Christiane Lopes e Renata Mazzei
Figurino: Christiane Lopes
Costureiras: Silvana de Carvalho, Ilza da Silva santos
Maquiagem: Carol Costa
Cenografia e Cenotecnica: Fábio Gerônimo
Orientação de manipulação, bonecos e objetos: Fábio Pinheiro
Assessor de Imprensa: Fabio Camara
Designer Gráfico: Iberê Borges
Iluminação: Denilson Marques
Trabalho Corporal: Renata Mazzei
Coreografia Happy: Laris Gabrianne
Trabalho Vocal: Ariane Moulin
Fotografia: Mariana Nogueira
Trilha Sonora: Das Duas Cia de Teatro e Roberto Matsubara
Projeto Pedagógico: Das Duas Cia de Teatro e Silvia de Paula
SERVIÇO:
LOCAL: Teatro Augusta (Rua Augusta, 943 – Consolação), Sala Experimental, 50 lugares. Acesso a deficiente.
DATA: 05/06 até 28/06 (Sexta às 21h30min, Sábado às 21h e Domingo às 19h)
INGRESSOS: R$50,00 (inteira), R$ 25,00 (meia-entrada)
INFORMAÇÕES: 3151 4141
DURAÇÃO: 90 minutos
CLASSIFICAÇÃO: Livre
EQUIPE:
Das Duas Cia. de Teatro
É uma companhia recentemente criada pelas atrizes Renata Mazzei e Christiane Lopes que, desejosas de aprofundar suas pesquisas nas artes cênicas, resolveram unir suas forças para desenvolver projetos que tivessem ao mesmo tempo, qualidades artística e técnica.
Ambas vinham de experiências bem sucedidas em solos, Christiane com Vestindo Histórias e Renata com Separação de Corpos, e assim, entenderam que juntas poderiam dar andamento a seus trabalhos de forma mais consistente. Desta união surgiu a ideia de adaptar o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis, com o qual poderiam ao mesmo tempo dar vazão a suas inquietudes como artistas e levar para o palco uma renomada obra literária. Memórias Póstumas de Brás Cubas surgiu, então, como o grande passo para a concretização de um desejo de ambas as atrizes de ter uma Companhia de Teatro que primasse pela qualidade e que também dialogasse com o grande público.
CHRISTIANE LOPES
Atriz, figurinista, diretora e produtora. Iniciou sua carreira em 1984 em Porto Alegre onde desde o início desenvolveu uma prática e um estilo versátil interessando-se e aprimorando-se em diversas técnicas e áreas do fazer teatral. Em 1991 viajou para Milão, Itália, e lá freqüentou por dois anos o Corso per Attori – Il Método delle Azioni Psicofisique di Stanislavskij, o Corso di Mimo na Scuola per L’Orientamento Teatrale com a Cia. Quelli di Grock e o Corso di Teatro Arsenale – baseado nos ensinamentos de Jacques Lecoq. De volta ao Brasil no final de 93 estreou e produziu a peça Casamento Aberto, Quase Escancarado de Dario Fo com Direção do Argentino Carlos Alsina – espetáculo que se manteve em cartaz na cena gaúcha por mais de três anos. Ainda em Porto Alegre participou da primeira montagem de O Carteiro e o Poeta – Ardente Paciência – de Antonio Skarmeta em 1995 e no ano seguinte foi contemplada com o patrocínio do FUMPROARTE para a peça O Reizinho Mandão de Ruth Rocha, onde assinava a produção e os figurinos, além de trabalhar como atriz. Ainda neste ano participou do Porto Alegre Em Cena com a peça Fellini By Stravaganza com a Cia Teatro di Stravaganza.
No Ano de 1998 recebeu o Prêmio Troféu Açorianos de Melhor Atriz Coadjuvante por seu trabalho na peça À Margem da Vida de Tennessee Williamns, com direção de Camilo de Lélis. De 1993 a 2003 produziu e executou diversas performances, aprimorando-se no teatro empresarial e trabalhando com reconhecidas empresas tais como: VARIG, CLARO, BLUE VILLE, TELEFÔNICA CELULAR, CANADIAN, KIMBERLI KLARK KENKO, RBS TV, BANRISUL, DROGASIL, PIZZA HUT, LACTA, PROSDÓCIMO, entre outras.
Radicada em São Paulo desde 2001 fez parte do espetáculo de teatro dança A Noiva do Frankestein com roteiro e direção de Christian Duurvoort em 2002 e World Shakespeare em 2003 dirigido por Bartholomeu de Haro. Em 2006 estreou a peça Eu Sei Que Vou Te Amar de Arnaldo Jabor com direção de Zédu Neves. Ministra aulas de Interpretação Teatral no Clube Alto dos Pinheiros e de Trabalho Corporal e Interpretação Teatral no Teatro Escola Macunaíma desde 2004. Em 2008 foi contemplada com o patrocínio da CAIXA CULTURAL para o espetáculo Vestindo Histórias – Rapunzel e João e o Pé de Feijão com direção de César Pezzuoli, no qual assina os figurinos e a produção, além de atuar, com o qual vem desenvolvendo um trabalho constante em diversas escolas da capital paulista. Em 2011 estreou a comédia Uma Questão de Tempo no Teatro Augusta com direção de Mônica Granndo, integrando a Cia. do Ator Careca, espetáculo com o qual realizou temporadas em 2012, 2013 e 2014. Em 2012 passou a fazer parte do grupo de estudo em cinema AP 43 como atriz, participando em 2014 do curta Inferno Colorido, produzido pelo Kinoforum, dirigido por Roseli Lima e Ian Olivo. Ainda em 2014 participou de um curso com o renomado diretor russo Jurij Alschitz sobre O Exercício Como Caminho Para o Conhecimento.
RENATA MAZZEI
Atriz desde 1998 e Mestre em Artes Cênicas pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP) com a pesquisa “O Aikido e o Corpo do Ator Contemporâneo”, arte marcial que pratica há 13 anos, tendo se tornado Nidan em novembro de 2013. Como resultado prático da pesquisa, preparou o monólogo Separação de Corpos, de sua autoria, cuja estreia se deu em maio de 2009. Este espetáculo foi apresentado na capital e no interior de São Paulo, na Semana de Artes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e na Universidade da Costa Rica em San Jose. A partir dessa pesquisa desenvolveu a oficina “O Aikido e a Poesia Corpórea do Ator” a qual já ministrou nas Oficinas Culturais Oswald Andrade, na SP Escola de Teatro, em diversos campi da USP para atores e não atores e para alunos do curso de graduação da UFOP. Atualmente faz doutorado também na ECA-USP com a pesquisa “O Aikido e a Capoeira como fontes de inspiração para a dramaturgia do ator” com orientação do Prof. Dr.Armando Sérgio da Silva.
Atualmente cursa Pós-Graduação Stricto Sensu, nível Doutorado, com a pesquisa “O aikido e a capoeira como fontes de inspiração para a dramaturgia do ator” na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP) com orientação do Prof. Dr. Armando Sérgio da Silva. No bojo desta pesquisa está concebendo o espetáculo Hamlet baseada na obra homônima de William Shakespeare.
Foi co-criadora da Arte Tangível Cia. de Teatro para Pesquisa e Performance, a qual integrou de 2002 a 2007, onde atuou em “Nasus e Flora- uma história de amor” (2003 a 2006), apresentado no Brasil e na Austrália, em “Solidão” (2004), de Steven Berkoff, espetáculo que integrou o 9º Festival do Cultura Inglesa, no qual participou também como tradutora e produtora, em “Sobre Sonhos e Esperança” (2006) espetáculo inspirado nas obras de Paulo Freire e em “Itãs Odu Medeia”(2006) adaptação do mito de Medeia inspirada nos rituais do Candomblé, projeto este contemplado pela Lei Municipal de Fomento ao Teatro. Desde 2007 quando começou a atuar autonomamente, já produziu espetáculos que vão desde o realismo até o teatro físico como Separação de Corpos, Medo...desejos, também de sua autoria e Uma Questão de Tempo, de Alberto Guiraldelli. Em 2007 integrou o CEPECA (Centro de Pesquisa em Experimentação Cênica do Ator) sediado na ECA-USP coordenado pelo Prof. Armando Sérgio da Silva. Juntamente com outros integrantes do CEPECA, lançou os livros “CEPECA: Uma Oficina de PesquisAtores” (2010) e “CEPECA: Uma Oficina de PesquisAtores 2” (2014). Há quatro anos ministra aulas de interpretação e expressão corporal em cursos profissionalizantes como Escola Recriarte, na qual lecionou por um ano e no Teatro Escola Macunaíma onde integra o corpo docente desde 2008. Em 2011 viajou para a Inglaterra onde participou do curso de teatro físico "Act Creation Course" no Circomedia- Bristol e fez oficinas com companhia inglesas renomadas como Complicité e Trestle. Em 2012 passou a fazer parte do grupo de cinema AP 43 como atriz e participou do longa-metragem “Do Lado de Fora” de Alexandre Carvalho.
