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Cartão de Visita: promotor Eduardo Ferreira Valério

19 de Setembro de 2012















A coluna Cartão de Visita conta com o apoio cultural de Nilton e Cristina Beraldo, da Beraldo Advogados Associados, da Formato Móveis, da Gallery, da Dentfix, da Woman Plastic, da Moviecom e da Semi Joias Mix

Cartão de Visita: promotor Eduardo Ferreira Valério
Por: Zacarias Pagnanelli - MTB 69694

A recuperação de pessoas viciadas em crack envolve um trabalho multidisciplinar complexo de assistentes sociais, médicos e psicólogos. Para que uma pessoa não retorne ao vício, é preciso garantir cuidados do começo ao fim. Mas, para o promotor do Ministério Público Eduardo Ferreira Valério, é a falta de vagas nos centros de internação um dos principais obstáculos para lidar com o problema em São Paulo.

- Depois da abordagem na rua e o tratamento médico, alguns dependentes químicos precisam da internação. É aí a questão começa a enroscar [o enfrentamento do consumo de crack] pela questão das vagas.

Outro ponto frágil no combate ao consumo de crack, a exemplo da Cracolândia (centro de SP), é a falta de dados que mostrem o tamanho da população que usa o entorpecente. Depois das recentes ações da Polícia Militar na área, os viciados se dispersaram pela cidade, dificultando o mapeamento do problema.

Valério compôs o grupo de promotores do Ministério Público de São Paulo que entrou com uma ação civil na Justiça solicitando que a Polícia Militar fosse proibida de expulsar moradores de rua e usuários de droga na região da Cracolândia. Para os promotores, a "procissão do crack" feria os direitos humanos e expunha os viciados a situações vexatórias.

De acordo com o Valério, há três momentos cruciais para garantir que o usuário de crack saia da situação de dependência. O "menos difícil" deles é abordar e convencer os viciados a deixarem as ruas para receber tratamento médico.

- É preciso, após isso, manter essa pessoa no centro de tratamento e não fazê-la desistir. O terceiro momento crucial na recuperação do viciado em crack é a volta dele para a rua. O poder pública tem que ajudar com trabalho e moradia. É um processo que tem que ter começo, meio e fim.

Ainda segundo Valério, é possível adotar mecanismos específicos para cada caso, com o objetivo de garantir a permanência dessas pessoas no tratamento.

- Em uma semana, por exemplo, a pessoa pede para sair, diz que não quer mais ficar no centro de tratamento. Você pode transformar, momentaneamente, aquela internação compulsória. Por algumas horas, você impede que ele saia. Isso só pode acontecer com ordem médica, o consentimento da família do dependente e aviso ao Ministério Público. A partir daí, entra uma equipe de psicólogos para readquirir o consentimento dele. A internação deixa de ser involuntária e volta a ser voluntária.

Durante visita à Rede Record em São Paulo - SP, o promotor foi recebido pelo colunista Zacarias Pagnanelli. Valério também participou, do programa da Record News Cartão de Visita, apresentado por Débora Santilli.

Membro do Ministério Público de São Paulo há mais de 26 anos, Eduardo Ferreira Valério é atualmente coordenador adjunto do Centro de Apoio Operacional Cível e de Tutela Coletiva.


O promotor do Ministério Público Eduardo Ferreira Valério participou do Programa Cartão de Visita, da Record News

Fonte: R7

Além do Tele História, a coluna Cartão de Visita é publicada em diversos jornais do interior de São Paulo e Minas Gerais. Os primeiros jornais a publicar a coluna foram O Santarritense, A Gazeta, O Farol, de Santa Rita do Passa Quatro (SP), O Jornal Da Cidade, de Atibaia (SP) e o Correio do Papagaio, de Aiuruoca (MG), que circula em 28 cidades do sul de Minas. O programa Cartão de Visita, apresentado por Débora Santilli, é exibido na Record News à meia-noite de sábado para domingo.
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