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FazDeConta é o 1º trabalho criado pelo Núcleo de Produção do Instituto Cultural Capobianco, uma iniciativa da gestora do local Fernanda Capobianco, em parceria com o Coletivo Lótus. A partir de encontros voltados a sanar a lacuna sobre produção teatral, artistas interessados se reúnem e idealizam seus projetos. Dentro deste universo foi fundado o jovem grupo Vil Companhia – formada por Érica Kou e Pedro Vicente, alunos recém-formados pelo INDAC Escola de Atores.
Com tradução de Alexandre Tenório, o texto é do profícuo dramaturgo e diretor britânico Alan Ayckbourn, ganhador de dezenas de prêmios e com peças traduzidas para 35 línguas. A montagem da Vil Companhia com direção de Kiko Marques nasceu no Núcleo de Produção mantido pelo Instituto Capobianco e conta, no elenco, com os atores Márcio Macedo (Justin, noivo de Julie-Ann), Elienay da Anunciação (Julie-Ann, noiva de Justin), Érica Kou (Paige Petite, ex-dançarina), Paulo Mendonça (Micky, ex-boxeador), Lu Severi(Dee, mãe de Julie-Ann) e Letícia Soares (Arabella, mãe de Justin). Como ator convidado, Fernando Neves (Derek, pai de Julie-Ann) completa o elenco.
Kiko Marques (Prêmios Shell, APCA, Aplauso Brasil e Qualidade Brasil pela encenação de 2013) foi convidado a dirigir o espetáculo, que estreia no dia 25 de outubro, sábado, às 20 horas. A temporada se estende até 8 de dezembro, sempre aos sábados, domingos esegundas, às 20 horas. Além disso, nos dias 1º, 16 e 30 de novembro, a apresentação conta com tradução simultânea em libras.
Na noite de tempestade em que Justin e Julie-Ann irão anunciar formalmente seu noivado aos pais, uma visita inusitada acontece fazendo com que se descortine diante do rapaz o futuro assustador que o espera com este casamento. O texto tem ritmo ágil, que surpreende o espectador a todo momento. A encenação insere o público no interior do apartamento, o que propicia um contato íntimo entre ator e plateia.
A montagem mostra, além de uma história recheada de surpresas e muito bem contada por Alan Ayckbourn, um aprofundamento sobre questões humanas como a busca dos nossos sonhos. “De alguma maneira, a peça propõe um despertar para o ser humano adulto. A arte tem essa função de acordar o ser humano para as coisas que realmente importam na vida”, conta o diretor Kiko Marques.
“Esse faz de conta, que dá nome à peça, diz respeito aos personagens sociais que nós criamos para nós mesmos e que nos afastam da nossa essência. Muitas vezes, as pessoas vivem num faz de conta. A peça mostra essa diferença entre aquilo que criamos para nós e o que de fato somos. A invasão de privacidade que a peça retrata, com os pais visitando o casal, os vizinhos entrando na festa de noivado e com o público assistindo a história de dentro da casa, serve para revelar o que os personagens tem por trás das máscaras,” continua Kiko.
Além do texto, os figurinos criados conjuntamente pelo diretor e pela Chis Aizer, também realçam esses estereótipos das máscaras de cada figura que serão escancarados ao final da peça: a dançarina vestida de forma sexy, o ex-boxeador ainda com as roupas da época em que competia, o noivo e a noiva vestidos corretamente para a visita dos pais, etc.
Num canto da cena, uma vitrola onde os personagens colocam as músicas da cena faz as vezes da trilha sonora que “tem papel central na encenação, lembrando das pessoas que vemos nas ruas, cada uma com seu fone de ouvido, vivendo no seu próprio mundo”, finaliza o diretor Kiko Marques.
