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Gilda de Abreu começou a carreira no cinema em 1933 |
Ela foi atriz, cineasta, cantora, radialista e roteirista, enfim, uma estrela que tocava os sete instrumentos nas décadas de 40, 50 e 60. Ela era Gilda de Abreu, filha de um diplomata brasileiro e de uma cantora lírica, que teve a sorte de nascer na bela capital francesa, Paris.
Gilda veio para o Brasil ainda menina e aqui, a partir de 1933, construiu uma carreira de grandes sucessos e se tornou uma das mulheres mais influentes do cinema brasileiro, em uma época em que poucas presenças femininas tinham algum poder de decisão no que se produzia para as nossas telas.
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Gilda no filme que a consagrou: "Bonequinha de Seda" |
Começou como atriz e em 1936 interpretou seu papel mais marcante no cinema, ela foi a protagonista de “Bonequinha de Seda”, um clássico do nosso cinema que teve produção de Ademar Gonzaga e direção de Oduvaldo Viana.
Mas ela não se contentava apenas em ser atriz ou radialista e, em 1946, estreou como diretora e roteirista com outro clássico do cinema tupiniquim: “O Ébrio”, estrelado pelo seu marido, o cantor e ator Vicente Celestino. Gilda foi a segunda mulher a dirigir uma fita no Brasil, a primeira foi Carmen Santos, poucos anos antes.
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Gilda e o marido, Vicente Celestino, em "Coração Materno" de 1951
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O sucesso do filme, que contava a história de um cantor, que por uma desilusão amorosa se entregava ao alcoolismo, guindou Gilda de Abreu ao estrelato e ao reconhecimento como uma das mais importantes figuras femininas da história do cinema brasileiro.
Ela também dirigiu outros filmes significativos como “Pinguinho de Gente”, em 1947; “Coração Materno”, em 1951, onde também atuou como atriz ao lado de Vicente Celestino e “Chico Viola não Morreu”, um documentário sobre Francisco Alves, o Rei da Voz.
Além de atuar como radioatriz e apresentadora de programas de rádio, Gilda também dirigiu peças teatrais e escreveu alguns livros, um deles sobre a vida e a carreira de Vicente Celestino, seu marido, que morreu em 1968.
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Ela foi a segunda mulher a dirigir no cinema brasileiro |
Com a morte de Vicente ela se retirou da carreira e acabou se casando novamente, nove anos depois, com o cantor lírico José Spinto, mas morreu dois anos depois, aos 74 anos de idade.