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A TV Brasil apresenta na próxima semana o quarto programa da nova temporada do Arte do Artista. A atração abre a porta dos fundos do seu estúdio na segunda, dia 19, às 23h, com um convidado especial, o comediante Fábio Porchat. O ator desvenda os bastidores do mundo do humor, seja na internet, no cinema mudo e falado, na TV, no desenho e na literatura nacional ou internacional.
Aderbal Freire-Filho começa o programa apresentando um baú de lembranças e dizendo que a humanidade se divide em dois grandes grupos: os seres humanos que guardam papel e os seres humanos que rasgam papel. A brincadeira é só para lembrar que há anos o iniciante Fábio Porchat enviou alguns textos próprios para a análise de Aderbal, que na época já era um premiado diretor de teatro.
Após alguns anos, o reencontro. E os primeiros diálogos deste papo cabeça muito divertido não poderiam ser diferentes. Mais de dez palavrões iniciam a conversa, todos obviamente sem som para o telespectador, com o famoso PIIIII! E Aderbal dispara a primeira pergunta: o palavrão é um aliado do humor? O comediante responde: “Sim, o palavrão é um aliado, mas ainda é chocante. Embora todo mundo fale palavrão o tempo todo, ainda é chocante. O legal é que tem pessoas que falam palavrão e que você não percebe que a pessoa falou. Mas a piada não pode ser o palavrão.”.
Para relembrar grandes nomes do humor nacional e internacional, o apresentador diz ao entrevistado que o convite para o Arte do Artista foi feito porque ele era a pessoa certa para falar de humor. Não só por hoje ser uma referência do humor brasileiro, mas também porque o jovem ator tem opiniões bem categóricas sobre o assunto. Para este comentário, Fábio Porchat diz: “Eu sou uma pessoa que gosta de rir e de fazer rir. Eu sou um consumidor do humor. Eu pesquiso, eu vejo muita coisa para entender como aquela piada funciona”.
Aderbal aciona a Máquina de Pensarte e utiliza o livro “Isso é arte?”, de Will Gompertz, para perguntar: como e quando o humor é arte? “Claro que o humor é arte. Todo tipo de humor é arte. É claro que você pode ter um humor mais político, mais de entretenimento. Não é porque você está rindo que é menor. Às vezes é rindo que você compreende aquilo.”. Não obstante, Aderbal dispara para Porchat: algumas de suas piadas já deram dor de cabeça?
“Sim. Quando eu fiz um texto do Porta dos Fundos que era sobre uma mulher num exame ginecológico e o médico via a imagem do Senhor Jesus Cristo na vagina da mulher. Foi uma brincadeira com essas pessoas que veem Jesus na ceiva de árvore etc. E algumas pessoas religiosas ficaram sentidas com isso e manifestaram e pediram para que as pessoas não assistissem mais ao vídeo. Até aí tudo bem porque todo mundo pode gostar ou não de alguma coisa”.
Porchat explica também um dos momentos de grande tensão e dor de cabeça: “Já fui ameaçado por causa de outro texto que rolava uma ´dura´ em policiais. Um cara escreveu num blog que tinha que metralhar o Porchat. Ou seja, não é só uma ameaça, mas também é uma incitação à violência. Muitas pessoas não têm humor”. E Aderbal finaliza a entrevista fazendo uma pergunta importante para o humorista: o Porta dos Fundos vai para a TV?
“Não vai para a TV porque a gente está muito bem na internet. A gente tem audiência, apoio das pessoas, a gente ganha dinheiro, a gente tem público, tem boa crítica e a gente pode fazer o que a gente quiser, a gente é dono do nosso próprio negócio. Pra quê ir para a TV?”.
Sobre o Arte do Artista
O programa teve a sua estreia na TV Brasil em 25 de setembro de 2012. Entra na sua segunda temporada no dia 28 de abril de 2014. Entre os convidados que já conversaram com Aderbal estão nomes como Wagner Moura, Ruy Guerra, Giulia Gam, Gerald Thomas, Domingos Oliveira, Antônio Cícero, Amir Haddad, Eugenio Barba e Geléia da Rocinha, entre outros. Como pano de fundo para essas saborosas conversas, um cenário peculiar, com a marca do apresentador, composto por elementos cênicos de diversos espetáculos dirigidos por ele Brasil afora. Os bate-papos acontecem sobre o chão da peça As Centenárias, muitas vezes dentro da banheira do espetáculo O Púcaro Búlgaro. Também estão lá os arquivos de O que diz Molero, a coxia de Hamlet, as cadeiras de Depois do filme e até o Pequod, navio no qual o capitão Ahab buscou sua baleia branca na encenação de Moby Dick.
Arte do Artista / Segunda, às 23h
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