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Canetas emagrecedoras: A exigência no acompanhamento e foco na preservação da massa magra

19 de Dezembro de 2025
Foto: Divulgação

O uso das chamadas “canetas emagrecedoras” tem crescido no Brasil como alternativa para acelerar a perda de peso. Porém, além da rapidez nos resultados, é preciso atenção aos impactos metabólicos e estruturais do corpo — especialmente na preservação da massa muscular. O alerta é do gastroenterologista Dr. Túlio Medeiros, em entrevista ao Doutor TV, onde destacou que emagrecer não é apenas reduzir números na balança, mas perder gordura mantendo a musculatura.

Segundo o médico, medicamentos como a tirzepatida — uma das substâncias utilizadas nas canetas — promovem forte saciedade, diminuindo a ingestão de alimentos e levando à perda calórica significativa. Entretanto, quando não há consumo adequado de proteínas e prática de exercícios de força, o corpo utiliza o músculo como fonte de energia, reduzindo a massa magra. “Precisamos monitorar a evolução do paciente para garantir que ele perca gordura, e não músculo. A massa muscular é determinante para saúde, metabolismo e longevidade”, afirmou.

O especialista reforçou que a abordagem ideal combina acompanhamento multidisciplinar, nutrição adequada e prática de musculação. A atividade física, explicou, é o fator que permite preservar — e até aumentar — o músculo ao longo do tratamento. Isso se torna essencial não apenas para o processo de emagrecimento, mas também para evitar o efeito sanfona, caracterizado por ciclos repetitivos de perda e ganho de peso. “O músculo é metabolicamente ativo: quanto maior a massa muscular, maior o gasto energético e mais fácil manter o peso conquistado”, destacou.

Dr. Túlio também chamou atenção para a importância do acompanhamento médico durante todo o processo, incluindo o desmame gradual da medicação após a perda de peso. Sem essa transição, o risco de reganho é elevado, levando a efeitos metabólicos negativos. “No efeito sanfona, o paciente perde gordura e músculo, mas quando recupera o peso, ele só ganha gordura. Isso reduz o metabolismo e aumenta a dificuldade para emagrecer novamente”, explicou.

Com a recente necessidade de prescrição médica para compra das canetas, o especialista vê avanço na segurança do tratamento. “Canetas e medicamentos não são solução isolada, e sim ferramentas para impulsionar a mudança de estilo de vida. O que emagrece de verdade é comportamento”, concluiu.

A entrevista completa está disponível no Doutor TV, com vídeos diários e informações confiáveis sobre saúde, bem-estar e qualidade de vida.

Foto: Divulgação

Dr. Túlio Santos de Medeiros - Gastroenterologista e Endoscopista

Formado pela UFPB e com especializações pela IPEMED, Hospital Nove de Julho/Ipiranga e Hospital Israelita Albert Einstein. Detentor de títulos reconhecidos pela SOBED e AMB, possui ampla experiência em doenças funcionais e manometria do aparelho digestivo. Com MBA em gestão de saúde pela FGV, une técnica, precisão e visão estratégica no cuidado ao paciente.

Contato: @drtuliomedeiros.

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