Colaboradores - Mayne Galassi

Natal está chegando e por que cuidar do emocional nesta data faz toda a diferença

17 de Dezembro de 2025

Faltam poucos dias para o 25 de dezembro, e o Natal já toma conta das ruas, das casas e dos corações no Brasil. Mais do que uma celebração religiosa ou cultural, é uma data profundamente ligada ao emocional: evoca memórias afetivas, reforça laços familiares e convida à reflexão sobre o ano que passou. Para muitos, é sinônimo de alegria, ceia farta, luzes piscando e abraços demorados. Mas, para outros, pode despertar tristeza, solidão ou pensamentos depressivos, especialmente se associada a perdas, ausências ou dificuldades vividas no passado.

Foto: Freepik
 

Pesquisas em psicologia mostram que datas festivas como o Natal intensificam emoções: o contraste entre a expectativa de felicidade coletiva e a realidade pessoal pode agravar sintomas de depressão ou ansiedade em quem já carrega feridas emocionais. No Brasil, onde indicadores de saúde mental apontam para um aumento de casos de sofrimento psicológico pós-pandemia e em contextos de estresse cotidiano, isso não é raro. Perdas familiares, separações ou memórias dolorosas de Natais anteriores podem transformar a data em um gatilho.

A boa notícia é que é possível navegar por esses sentimentos e até transformar o Natal em um momento de cura e conexão. O segredo está em vivê-lo com intenção, reconhecendo as emoções sem ignorá-las, mas direcionando o foco para o que nutre.

Algumas estratégias simples e eficazes para proteger o emocional nesse Natal:

  • Planeje com antecedência: crie rituais novos ou adaptados, como uma ceia menor com amigos escolhidos, se a família tradicional traz dor. Isso reduz a pressão e dá controle.
  • Honre as memórias difíceis: reserve um momento para falar sobre quem não está mais presente ou sobre o que doeu, transformando a saudade em homenagem, acender uma vela, compartilhar uma história boa.
  • Pratique gratidão intencional: na ceia ou antes de dormir, cada um compartilha algo positivo do ano.
  • Busque conexão real: priorize conversas profundas em vez de superficialidades, e inclua gestos de solidariedade, como ajudar alguém ou doar, a generosidade libera endorfinas e combate a solidão.
  • Cuide de si: se os pensamentos depressivos persistirem, não hesite em buscar apoio profissional. Linhas como o CVV (188) estão disponíveis 24h.

Não é preciso fingir alegria perfeita nem evitar a data. Basta permitir que o Natal seja o que pode ser: uma oportunidade de acolher emoções, fortalecer laços e semear esperança para o ano novo.

Esse Natal que está chegando pode ser desafiador para alguns, mas também é um convite poderoso ao cuidado emocional, consigo e com os outros. E quem sabe, o mais significativo dos últimos tempos.

Sobre a autora:

Por Mayne Galassi

Psicóloga e Neuropsicóloga

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