Colaboradores - Mayne Galassi

Como Proteger Os Filhos no Mundo das Redes Sociais

10 de Outubro de 2025

As redes sociais estão por aí, tomando conta do tempo das nossas crianças. Outro dia, vi uma notícia que me fez parar: o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania lançou um curso gratuito sobre segurança e bem-estar de crianças e adolescentes no ambiente digital. É o tipo de coisa que, como psicóloga, me deixa aliviada e preocupada ao mesmo tempo.

Aliviada porque finalmente estão falando sério sobre isso; preocupada porque, nossa, como precisamos correr atrás do prejuízo. Trabalho com famílias há anos, e o que vejo é real: crianças de 10, 11 anos, já com ansiedade por causa do Instagram ou do TikTok. Não é exagero. Um estudo recente mostrou que 70% dos jovens sentem algum impacto na saúde mental por causa das redes – seja comparando a própria vida com a dos outros, seja lidando com comentários maldosos que parecem inofensivos, mas machucam. No Brasil, onde quase toda criança com mais de 10 anos já tem um perfil em alguma plataforma, isso vira um problema de todos nós.

O que mais me aperta o coração é ouvir pais que se sentem perdidos. “Mayne, eu não sei o que fazer. Minha filha vive no celular, e quando tento tirar, é uma briga danada.” Conheço bem essa história. As redes não são só um passatempo; elas mexem com o cérebro das crianças, que ainda está se formando. A dopamina liberada a cada like ou notificação é como um docinho que vicia. E o pior: enquanto o cérebro busca essa recompensa, a autoestima pode ir ladeira abaixo com comparações ou bullying virtual.

Mas, olha, nem tudo é caos. Dá pra navegar nesse mar digital com as crianças sem afundar. Aqui vão algumas coisas que sempre falo e que funcionam de verdade:

• Converse, não brigue. Proibir o celular de uma vez só é receita pra guerra. Em vez disso, sente com seu filho e explique por que o tempo de tela precisa ter limite. Diga algo como: “Quero que você durma bem pra ter energia pro futebol amanhã.” É mais fácil quando eles entendem o motivo.

• Seja curioso sobre o mundo deles. Pergunte o que eles veem no TikTok, quais vídeos acham engraçados. Isso cria confiança e abre espaço pra falar sobre o que é legal e o que pode ser perigoso nas redes.

• Crie regras juntos. Minha sugestão é ter horários sem celular, tipo durante o jantar ou antes de dormir. E, claro, dê o exemplo – nada de rolar o feed enquanto cobra que eles larguem o telefone.

• Fique de olho, mas com respeito. Tem apps que ajudam a monitorar o uso, mas o mais importante é o diálogo. Se seu filho sente que você confia nele, ele vai te contar quando algo der errado online.

O principal começa em casa. Fique atento se seu filho anda mais quieto, irritado ou grudado no celular mais do que o normal. Esses podem ser sinais de que algo não vai bem. No fim, criar filhos na era das redes é como ensinar eles a atravessar a rua: você não pode proibir a rua, mas pode ensinar a olhar pros dois lados. E se quiser dividir como é aí na sua casa, manda um comentário. Adoro trocar ideias com quem tá na mesma jornada!

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