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Foto: Divulgação |
Assinar uma taça é, às vezes, mais memorável do que assinar um texto — e foi exatamente isso que senti ao estar presente no jantar harmonizado realizado pela Vinícola Basso no dia 30 de setembro, no Leques Brasil Hotel, em São Paulo. O ambiente aconchegante e intimista do espaço trouxe o clima perfeito para uma noite dedicada à celebração da memória, da amizade e do vinho.
A data marcou os 85 anos da vinícola gaúcha, que aproveitou o encontro para apresentar oficialmente ao público convidado os novos rótulos do portfólio, com destaque para a chegada da portuguesa Porta da Ravessa, DOC Alentejo da Adega de Redondo, agora representada pela Basso no Sul do Brasil.
Logo na recepção, o Brut Método Tradicional Mayos foi servido com canapés de ervas finas e queijo — uma combinação simples, porém precisa para despertar os sentidos. Em seguida, as harmonizações seguiram como um desfile de sotaques vinícolas cuidadosamente coreografados entre Portugal, Brasil e Chile. Entre o frescor do Porta da Ravessa Branco na salada com manga confitada e a imponência do Vinhas Velhas Tinto com cordeiro e arroz de ervas, ficou evidente que ali não se tratava apenas de servir vinhos — mas de contar uma história através deles.
Uma vinícola que carrega a história da imigração italiana no Brasil — e ainda escreve novas páginas
Fundada oficialmente em 1940 por Hermindo Basso, a vinícola nasceu do sonho iniciado décadas antes por Vitório Basso, que trouxe da Itália as primeiras mudas de videira para o Brasil. O terreno escolhido não poderia ser mais simbólico: Farroupilha, na Serra Gaúcha, hoje reconhecida como Capital Nacional do Moscatel (IP Farroupilha), berço de algumas das melhores uvas aromáticas do país.
A Basso cresceu sem perder suas raízes familiares e comunitárias. Hoje, mantém:
Essa trajetória é reconhecida com mais de 300 premiações nacionais e internacionais, consolidando a vinícola como uma das mais atuantes no cenário brasileiro — não apenas como produtora, mas também como importadora e distribuidora oficial de grandes marcas, como Toro de Piedra (Chile), Finca Rivadavia (Argentina), Santa Alba, Alma de Lisboa, Mayos e agora Porta da Ravessa (Portugal).
Um brinde ao tempo — e ao que ele faz com bons vinhos e boas histórias
Ao final do jantar, taça de Mayos Moscatel Rosé em mãos, percebi que 85 anos de história podem ser resumidos em uma sensação simples: constância com inquietude. A Basso respeita o passado, mas, como os melhores vinhos, segue em evolução.
E é justamente isso que torna essa vinícola tão brasileira — enraizada, mas sempre pronta para brindar o que ainda vem pela frente.
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