Técnicos em eletrotécnica ganham destaque na transição para uma energia mais limpa e global
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Foto: Divulgação |
Com demanda crescente e papel estratégico na transição energética, profissionais da eletrotécnica se tornam cada vez mais valorizados. A especialista Renata Souza comenta tendências, oportunidades e o caminho para se destacar nesse mercado em transformação.
Enquanto o mundo avança rumo a uma nova era energética — mais limpa, automatizada e conectada — os técnicos em eletrotécnica ocupam uma posição central nessa transformação. Por trás da instalação de sistemas fotovoltaicos, da automação industrial, da expansão de redes inteligentes e da manutenção de infraestrutura elétrica crítica, está um profissional técnico que vem ganhando reconhecimento e protagonismo em escala global.
Segundo dados da International Energy Agency (IEA), a transição energética mundial poderá gerar mais de 14 milhões de novos empregos até 2030, com uma parcela significativa voltada à atuação técnica em energia, eletricidade e automação. A escassez de profissionais qualificados já é um desafio para países como Alemanha, Canadá, Reino Unido e especialmente os Estados Unidos — que têm ampliado esforços para atrair técnicos estrangeiros em setores como energia renovável, eficiência energética e eletrificação da mobilidade.
De acordo com o U.S. Bureau of Labor Statistics, técnicos em eletrotécnica podem alcançar salários médios superiores a US$ 65.000 por ano, com profissionais experientes ou especializados em áreas críticas ultrapassando os **US$ 85.000 anuais. O cenário se mostra promissor tanto para quem busca oportunidades locais quanto para aqueles que sonham em atuar internacionalmente.
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Quem conhece bem esse movimento é Renata Souza, técnica em eletrotécnica com mais de 15 anos de carreira e vasta experiência à frente de projetos de grande porte. Renata atuou por anos na **Enel, uma das maiores empresas globais de energia elétrica, com presença em mais de 30 países e fornecimento de energia para cerca de 70 milhões de pessoas. Na empresa, ela liderou projetos de expansão e modernização de redes em diversas regiões brasileiras, sendo referência em planejamento técnico e execução estratégica.
“O mercado mudou drasticamente. Hoje, não basta saber fazer. O técnico precisa ter conhecimento atualizado, entender normas, aplicar tecnologias e, acima de tudo, estar pronto para se reinventar constantemente”, afirma Renata.
Ela explica que o reconhecimento da profissão vem crescendo à medida que a energia elétrica se torna um elemento ainda mais essencial para o funcionamento de cidades, indústrias e sistemas digitais. Áreas como energia solar, redes inteligentes (smart grids), mobilidade elétrica e infraestrutura de carregamento de veículos vêm abrindo milhares de vagas — e essa tendência se estende por todo o mundo.
“Nos Estados Unidos, por exemplo, há uma corrida por mão de obra técnica qualificada para sustentar o crescimento da energia limpa e da eletrificação da frota automotiva. Isso tem aberto portas para profissionais de outros países que possuam formação sólida e certificações reconhecidas internacionalmente”, ressalta Renata.
Ela também destaca a importância de investir em capacitação contínua. Certificações como a IEC 60364 (para instalações elétricas de baixa tensão), cursos de segurança elétrica e treinamentos em normas como a OSHA nos Estados Unidos são diferenciais importantes, especialmente para quem busca atuar fora do país ou em multinacionais.
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“As empresas estão mais criteriosas. Elas valorizam técnicos com perfil proativo, formação sólida e que se preocupam com segurança, eficiência e inovação. Isso se traduz em crescimento rápido e boas remunerações”, reforça.
Renata também chama atenção para o empreendedorismo técnico, que tem ganhado força em diversas partes do mundo. Muitos profissionais têm iniciado suas próprias empresas, oferecendo serviços especializados em manutenção elétrica, sistemas de energia solar e automação predial.
O futuro é técnico, elétrico — e global
Com salários em ascensão, escassez de profissionais qualificados e um papel cada vez mais estratégico, a profissão de técnico em eletrotécnica vive um momento de destaque global. Em um mundo que exige soluções energéticas inteligentes, seguras e sustentáveis, esses profissionais têm conquistado não apenas espaço, mas também respeito e reconhecimento.
“A eletrotécnica deixou de ser uma profissão invisível. Hoje, ela está no centro das decisões que moldam o futuro da energia no mundo. E isso, para mim, é motivo de muito orgulho”, conclui Renata Souza, com a convicção de quem já ajudou a transformar o setor — e continua pronta para os novos desafios que vêm pela frente.
*Colaboração: Radija Matos