Daiane Guimarães Alves implantou sistema que reduz cancelamentos e conseguiu ampliar margem de lucros. Agora, sua metodologia já inspira outras empresas.
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Daiane Guimarães Alves |
PEGN
Um serviço de saúde de excelência depende da junção de uma série de fatores, como a presença de profissionais qualificados na linha de frente, equipamentos com tecnologia de ponta e ambiente acolhedor para o paciente, por exemplo. No entanto, um outro fator igualmente importante, mas que acaba negligenciado com frequência, é a boa gestão.
Em clínicas pequenas e médias, o acúmulo de funções administrativas por profissionais de saúde é comum. No entanto, essa acaba sendo uma das principais causas de ineficiência operacional, que gera falta de previsibilidade e desperdício de recursos. Foi exatamente esse cenário que Daiane Guimarães Alves, administradora com mais de 20 anos de experiência, encontrou ao assumir a gestão da Popular Clínica e Laboratório, com unidades na Região Metropolitana de Porto Alegre, que oferece mais de 1.800 tipos de exames laboratoriais e atendimentos em especialidades como pediatria, ginecologia, psiquiatria e nutrição.
“Os médicos estavam sobrecarregados, cuidando da clínica e dos pacientes. O sistema precisava de alguém com foco total na operação”, conta Daiane, que possui mestrado pela PUC-RS e especialização em marketing pela FGV. Levando um olhar profissional para um ambiente ainda marcado pela informalidade na gestão, ela começou a virar esse jogo rapidamente, aplicando medidas relativamente simples, mas capazes de transformar a realidade das empresas.
Redução dos cancelamentos foi crucial para o sucesso
Um dos maiores problemas da clínica era o alto índice de cancelamento ou não comparecimento para os exames e consultas marcados. Nesse cenário, cada desistência gerava um efeito em cadeia, deixando profissionais ociosos, aumentando o tempo de espera para a marcação de atendimentos e, em última instância, gerando prejuízo para a clínica e inconveniência para os pacientes.
Para resolver isso, Daiane implantou um novo sistema de agendamento e confirmação de consultas, com lembretes automatizados, ligações para confirmação e reorganização da agenda em caso de necessidade. A mudança gerou resultados expressivos: em um ano, os cancelamentos caíram pela metade e a fila de espera diminuiu significativamente, possibilitando a ampliação do número de atendimentos e melhora na experiência dos pacientes, muitos deles de baixa renda.
Clínica reorganizada ampliou lucros
Além da agenda, Daiane Guimarães Alves reformulou boa parte dos procedimentos internos da empresa. Ela renegociou contratos com fornecedores, investiu na digitalização de processos e reorganizou as escalas dos profissionais de saúde com base em dados. Com experiência como docente e coordenadora de polos de ensino à distância da Estácio no Rio Grande do Sul, Daiane também trouxe ferramentas do universo acadêmico para a área da saúde, implantando na rede de clínicas um sistema de metas e indicadores, que também contribuem para manter elevados a satisfação e o engajamento dos colaboradores.
A administradora explica a iniciativa: “A gestão de recursos humanos vai além do cumprimento de normas – inclui iniciativas para manter o time engajado e alinhado com os objetivos institucionais. A preocupação em criar um ambiente acolhedor e profissional se reflete no clima organizacional e, consequentemente, na experiência dos pacientes”, afirma.
O resultado foi um ciclo virtuoso, com equipe valorizada, otimização de custos e aumento da satisfação dos pacientes, ampliando a margem de lucro sem abrir mão da qualidade no atendimento. “O paciente continua no centro da operação, mas agora com processos que garantem previsibilidade e eficiência”, conclui Daiane.
Sucesso já inspira outras unidades
O modelo de gestão implantado por Daiane Guimarães Alves já começou a ser replicado em outras empresas e inspirou a criação de uma consultoria especializada em gestão de serviços de saúde. Atualmente, ela também oferece orientação especializada para clínicas e hospitais que desejam organizar suas operações, melhorando os resultados financeiros e mantendo o atendimento humanizado.
“Gestão profissional não é luxo na saúde, é necessidade. Quando bem-feita, ela entrega um produto raro: mais qualidade para quem cuida e para quem é cuidado, com equilíbrio financeiro e visão de futuro”, conclui a administradora.