Com uma próstata de 335gr, 17 vezes maior que o comum, paciente de 70 anos teve diagnóstico de cura após procedimento com cirurgião robô do hospital
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| Hospital é pioneiro em cirurgia robótica, tendo realizado mais de 2 mil operações |
| Créditos: Douglas Intrabartolo |
Entre muitos casos inéditos sobre próstata, o mais recente aconteceu no Hospital São Lucas de Ribeirão Preto. Um paciente de 70 anos, residente de Casa Branca - SP, realizou em outubro de 2024 a cirurgia robótica para a retirada de 335gr de próstata, cerca de 10 a 17 vezes maior do que o tamanho normal, que geralmente varia entre 35 e 45gr para a faixa etária. Apesar da complexidade do caso, a operação e recuperação foram um sucesso e com resultado de cura sem sequelas.
Responsável pelo procedimento, cirurgião robótico e uro-oncologista do hospital, Dr. Tiago Bovo (CRM: 94246 /RQE: 58781), explica que o perfil era de grande risco, uma vez que o paciente tem índice de massa corporal (IMC) 40 e chegou ao hospital com o PSA (Antígeno Prostático Específico), a 158, sendo que o considerado normal varia na faixa de 2,5 a 4.
“Pelo nível do PSA, achávamos que a doença já não era só na próstata, que mesmo com o exame negativo de cintilografia (PET SCAN PSMA), ele tivesse alguma coisa nos linfonodos, coisa que não se confirmou. Como o IMC era muito elevado, uma das nossas preocupações era evitar a trombose venosa profunda e embolia pulmonar no pós-operatório, então no intraoperatório foram usadas meias de compressão contínua, tomamos diversos cuidados do ponto de vista anestésico, como monitorização cerebral contínua com índice bispectral e controle não invasivo de débito cardíaco. Tudo isso para diminuir o risco do pós-operatório, e foi muito importante para o desfecho clínico final”, detalha.
As vantagens da cirurgia robótica para perfis de alto risco estão no aspecto minimamente invasivo e na rápida recuperação, atendendo requisitos de maior preservação e delicadeza nos movimentos para acesso ao centro do períneo, passando por diversas estruturas. No caso citado, o paciente passou por 1h40 de cirurgia, com alta em 24h pós operação e recuperação sem sequelas.
“Esse paciente não teve sequela nenhuma, nem de incontinência e nem de impotência. Antigamente, em épocas de cirurgia aberta, um paciente como esse tinha risco de 30 % de transfusão sanguínea e internação em CTI ou internação prolongada, e pelo menos 30 % de chance de incontinência definitiva que se traduzia no uso definitivo de fraldas para a urina. A incontinência urinária e a impotência sexual impactavam sobremaneira na qualidade de vida desses pacientes. No caso atual, em 37 dias de pós-operatório o paciente se encontrava com controle miccional completo, sexualmente potente e PSA adequado”, conclui.
Entre os diferenciais para o sucesso do caso, está na consolidação do hospital como pioneiro em cirurgia robótica no interior do estado com mais de 2 mil cirurgias robóticas no currículo, equipe de enfermagem dedicada especialmente à sala robótica e time de cuidados em cirurgia robótica dedicado 24 horas aos pacientes que se submetem à esse tipo de técnica, desde ao atendimento pré-hospitalar até aos cuidados de fisioterapia, sendo um exemplo de sucesso robótico no país com os melhores resultados neste tipo de procedimento.
Tratamento multidisciplinar é fundamental
Para o tratamento de um caso em que a atenção precisa ser redobrada, o tratamento multidisciplinar é fundamental no bom andamento da recuperação pós-operatória. Nesse processo, a participação da fisioterapeuta da Re9 Fisioterapia e do Hospital São Lucas Emiliana Freire Moraes (Crefito : 57/232-F) foi de grande importância.
“A fisioterapia realizou exercícios motores e respiratórios associado a posicionamento em posição sentada no leito e fora do leito, visando a prevenção de Tromboembolismo Venoso (TEV), contraturas musculares e complicações respiratórias. Também realizamos desde o início caminhadas pelo hospital com o intuito de reduzir os efeitos do imobilismo e acelerar a recuperação funcional”, comenta.
Uma nova vida
Após recuperação bem-sucedida, o paciente, que estava até então 15 anos sem realizar acompanhamento médico, se sente aliviado pela nova chance de viver livre do câncer e sem sequelas, valorizando a nova oportunidade que lhe foi dada.
“Todo esse processo e recuperação melhorou minha qualidade de vida. Meus níveis de creatinina já estão estabilizados, não me levanto mais várias vezes na noite como antes e o jato de urina está normal, sem baixo volume. Gostaria de dizer aos homens da minha idade para não deixarem a coisa chegar no ponto crítico, façam todos os exames e se algum dia precisarem operar, procurem um cirurgião experiente em cirurgia robótica com equipamento e equipe de ponta para ter um processo de recuperação tranquilo como o meu”, reforça.
Sobre o Grupo São Lucas - O Grupo São Lucas de Ribeirão Preto (SP) é uma marca de tradição, qualidade e confiança em medicina de excelência há mais de 50 anos, com médicos especialistas, atendimento humanizado e estrutura própria com alta tecnologia. É composto pelo Hospital São Lucas, Hospital São Lucas Ribeirania e São Lucas Medicina Diagnóstica. O Grupo, localizado em Ribeirão Preto (SP) é administrado pela Hospital Care, uma holding de serviços de saúde formada por mais de 30 unidades entre hospitais e clínicas, em 7 cidades do país.
