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Foto: Freepik |
Comumente chamados de “tempo adicional,” ou “descontos”, os acréscimos no futebol são os minutos a mais de jogo determinados pelo árbitro ao final de cada tempo da partida (aos 45 do primeiro tempo e aos 90 do segundo) e podem influenciar significativamente o resultado de um jogo.
Que torcedor que nunca reclamou de um árbitro deu poucos minutos adicionais de relógio quando o time precisava virar o jogo? Ou quando o juiz dá o famoso “até empatar” quando o rival busca a virada?
Os acréscimos mexem inclusive com a emoção de quem faz esporte bet, pois são os minutos decisivos que podem garantir um palpite certo ou não.
A responsabilidade pela definição dos acréscimos é do árbitro principal da partida. Durante o jogo, ele monitora o tempo perdido com base em uma orientação geral fornecida pela FIFA e outras entidades do futebol.
O quarto árbitro é quem exibe a placa indicando quantos minutos adicionais serão jogados ao final de cada tempo. Vale ressaltar que o tempo indicado é um mínimo, e o árbitro pode decidir prolongá-lo caso ocorram mais interrupções.
O objetivo do acréscimo é minimizar a perda de tempo causada por eventos que por algum motivo interromperam o andamento da partida.
Os principais fatores que influenciam o tempo de acréscimo são:
Nos últimos anos, a FIFA tem orientado os árbitros a serem mais rigorosos na compensação de tempo perdido, o que resultou em jogos com acréscimos mais longos.
Durante a Copa do Mundo de 2022 e as Olimpíadas de 2024, por exemplo, várias partidas tiveram acréscimos superiores a 10 minutos devido a uma aplicação mais rigorosa da regra.
Essa mudança visa reduzir a "cera", comportamento de equipes que tentam gastar tempo propositalmente quando estão em vantagem. Com tempos adicionais mais precisos, os jogos tendem a ser mais dinâmicos e justos.
É importante não confundir acréscimos com prorrogação. Os acréscimos são minutos extras somados ao tempo regulamentar para compensar interrupções.
Já a prorrogação é um tempo extra jogado em partidas eliminatórias quando o jogo termina empatado e é necessário um vencedor, geralmente composta por dois tempos de 15 minutos cada.
Os acréscimos frequentemente trazem momentos emocionantes, pois muitas equipes aproveitam esse tempo extra para buscar o gol da vitória ou do empate.
Gols marcados nos acréscimos são chamados de "gols no apagar das luzes" e muitas vezes são decisivos em competições importantes.
Muitos esportes com bola, como o futebol americano, o basquete, o handebol e até mesmo o futsal, paralisam o relógio a cada saída de bola ou paralisação ao invés de o árbitro dar minutos a mais de jogo.
Um dos motivos para não haver paralisação de relógio no futebol é a fluidez do jogo. O futebol foi pensado para ser um jogo contínuo, sem muitas paralisações. Isso significa que os jogadores precisam se adaptar ao tempo de jogo sem pausas artificiais.
Além disso, a não paralisação tem a ver com uma tradição do esporte. Os acréscimos no futebol foram criados ainda no Século XIX. De acordo com o site Trivela, eles surgiram após um goleiro chutar a bola para fora do campo, com a bola sendo devolvida já após o fim do tempo regulamentar.
Se o relógio fosse interrompido a cada falta, lateral ou outra interrupção, o jogo dependeria muito do controle técnico do tempo. O árbitro tem autonomia para determinar o tempo perdido e decidir a quantidade de acréscimos de forma razoável, sem a necessidade de parar e reiniciar o cronômetro constantemente.
Além disso, tem a questão da TV. O futebol funciona muito bem nas programações por ocupar um espaço bem determinado na grade dos canais, diferentemente de partidas de vôlei, por exemplo, que podem ser muito rápidas ou se estender muito, prejudicando os programas que vêm a seguir.
Com a evolução das regras e o uso da tecnologia, a tendência é que os acréscimos no futebol se tornem ainda mais precisos, beneficiando jogadores, torcedores, arbitragem e até quem faz aposta online, que podem esperar mais emoção até o último minuto do jogo.