Por Evandro Alonso, CEO do Grupo Kaza
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Foto: Freepik |
O mercado imobiliário é um dos pilares mais sólidos para quem busca diversificar investimentos e proteger o patrimônio. Ao longo dos anos, tive o privilégio de observar como o Brasil e os Estados Unidos, cada um com suas características únicas, podem oferecer lições valiosas para quem deseja expandir ou iniciar investimentos nesse setor. O que percebo é que investir em imóveis preserva capital em tempos de incerteza econômica e também abre portas para novas possibilidades financeiras e estratégicas.
O Brasil tem se destacado pela valorização de imóveis que privilegiam conforto, espaço e um estilo de vida mais familiar. A preferência por casas e apartamentos amplos, integrados e adaptáveis é uma característica marcante do consumidor brasileiro. Entretanto, ainda enfrentamos desafios relacionados à padronização de registros e à complexidade regulatória, o que pode dificultar a previsibilidade no mercado.
Nos Estados Unidos, por outro lado, a transparência é um dos grandes diferenciais. Plataformas acessíveis fornecem informações detalhadas sobre propriedades, como histórico de vendas e avaliações de mercado, tornando as transações mais ágeis e seguras. Além disso, o foco na eficiência e na funcionalidade dos imóveis, sobretudo em grandes cidades como Nova York, onde espaço é um recurso escasso, revela o pragmatismo de um mercado altamente estruturado.
Embora distintos, os mercados não se rivalizam, mas se complementam. São fortalezas distintas, num cenário em que, enquanto o Brasil oferece oportunidades de valorização em um mercado emergente, os Estados Unidos destacam-se pela estabilidade econômica e pela força do dólar.
Assim, investir em imóveis no exterior tem se tornado uma estratégia crescente entre brasileiros que desejam diversificar portfólios e proteger seu capital contra a volatilidade do real. Dados recentes da National Association of Realtors (NAR) mostram que, em 2024, os brasileiros aumentaram em 15% sua participação no mercado imobiliário dos EUA em relação ao ano anterior, reafirmando o país como um dos principais investidores internacionais.
A estabilidade do dólar e a previsibilidade do mercado americano são fatores-chave que tornam os EUA uma escolha atrativa. Além disso, o modelo de build-to-rent, cada vez mais adotado por incorporadoras americanas, atende à demanda crescente por flexibilidade habitacional, algo que o mercado brasileiro ainda está começando a explorar.
Expandir para o mercado imobiliário americano exige mais do que capital; demanda uma mentalidade de adaptação e inovação. Tecnologias como tours virtuais e open houses 3D, amplamente utilizadas nos EUA, têm redefinido a experiência do consumidor. Incorporar essas práticas é uma tendência, mas além disso, uma necessidade para quem deseja se destacar nesse mercado tão competitivo.
Outro ponto bastante importante é a construção de uma rede sólida de contatos locais. Estar com os corretores mais experientes, amparados por advogados especializados e consultores financeiros é fundamental para entender as nuances do mercado e escolher as melhores oportunidades.
Cidades como Miami, Orlando e Nova York continuam atraindo investidores brasileiros, tanto pelo apelo cultural quanto pelo potencial de valorização imobiliária. Essas regiões representam um ecossistema favorável para quem busca retorno financeiro e segurança patrimonial.
No entanto, sem esquecer as lições do mercado brasileiro. A criatividade e a resiliência que moldam os negócios no Brasil são vantagens competitivas que podemos levar para o mercado internacional. Então, ajustar-se às demandas locais sem perder nossa essência é o caminho para construir um legado de sucesso além das fronteiras.
Em um cenário global de crescente interesse por sustentabilidade, diversificação e inovação, vejo o mercado imobiliário como uma ponte entre culturas, economias e gerações. Seja no Brasil ou nos Estados Unidos, investir em imóveis continua sendo uma decisão estratégica para quem busca transformar oportunidades em prosperidade duradoura.
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Sobre o Autor:
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Evandro Alonso, CEO do Grupo Kaza, especialista em ativos imobiliários e promotor da internacionalização de negócios brasileiros Foto: Divulgação |