O espetáculo Arcano 17 – Os Surrealistas e a Guerra, um monólogo com Ariel Borghi interpretando os poetas Guillaume Apollinaire e André Breton, segue em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA). Esther Góes assina o texto e a encenação junto com Ariel. A peça foi contemplada pela 41ª Edição do Programa de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo e tem a realização da Cia Ensaio Geral e da Rede de Teatros e Produtores Independentes.
No confinamento que nos reduziu a pandemia, a poesia retornou ao nosso ambiente de vida e de trabalho. Ariel, que sempre trouxe consigo os poetas, sobretudo os surrealistas, tais como Rimbaud, Mallarmé, Lautréamont, Apollinaire e Breton, voltou a citá-los no contexto do vazio e da incerteza que a pandemia trouxe ao mundo. E começamos, por iniciativa dele, a leitura dos poemas Caligramas de Apollinaire, e do Arcano 17 de Breton.
À pandemia seguiu-se não a esperada pacificação e solidariedade que esperávamos, mas a onda de beligerância que transformou em ambiente de conflito e guerras surpreendentes as relações das nações e dos seres humanos.
A gratuidade de tais acontecimentos, levando à guerra questões passíveis de soluções melhores, assemelhava-se ao momento vivido pelos poetas criadores do Surrealismo, na I Guerra Apollinaire, e Breton na I e II Guerras. Caligramas são na verdade diários da I Guerra, escritos por um Guillaume Apollinaire combatente, na linha de frente, e o Arcano 17 é o poema em prosa em que André Breton, auto exilado no Canadá, em 1944, refuga todas as razões que motivaram a carnificina das duas guerras mundiais.
Claramente o Surrealismo tenta resgatar o ser humano da obrigação da morte sem razão, a serviço de interesses ou para se defender deles. A carta do Renascimento Arcano 17 é uma carta de recomeço, de aprofundar-se na possibilidade que existe dentro de nós de outra construção mais bela e inteligente para a vida. Assim nasceu o espetáculo Arcano 17 – Os Surrealistas e a Guerra.
Em cena os dois poetas, vividos por um ator. Ambos se conheceram em vida, Breton sendo admirador e seguidor de Apollinaire nos primeiros passos da grande liberdade intelectual deste. Apollinaire (1880-1918) lutou na I Guerra, como dever patriótico à sua amada França. Breton (1896-1966) criticou a guerra desde sempre, e escreveu contra ela tudo que pôde.
A peça descreve esses movimentos dos poetas, Apollinaire vivendo em cena, através de seus poemas, o que ocorreu em sua vida. Breton observando em contraponto o desenrolar da história de Apollinaire, de um outro lugar e tempo, em que as ilusões sobre qualquer legitimidade da guerra tinham sido há muito superadas. Esse encontro dos dois poetas é ficcional, criado pelos autores Ariel Borghi e Esther Góes, para sintetizar o olhar dos poetas surrealistas sobre a guerra, e a ação poética a que se dedicaram em prol da felicidade humana. Na Ficha Técnica a ordem certa é:
Ficha Técnica
Texto e Encenação – Ariel Borghi e Esther Góes
Autores citados – Guillaume Apollinaire e André Breton
Poetas – Ariel Borghi
Direção Artística – Esther Góes
Criação Visual e Iluminação – Nadia Hinz
Direção de Arte e Figurino – Carolina Casarin
Trilha Sonora – Sérvulo Augusto
Visagismo – Kene Heuser
Assistência e Contrarregragem - Beatriz Alves
Direção Técnica e Cenotecnia - José Alves da Silva
Coordenação Geral de Produção – Cia Ensaio Geral
Produção Executiva - Tiago Barizon e Isadora Petrin (PiTô Produções)
Assessoria de Coordenação – Daniel Gomes Gouveia
Assessoria de Imprensa – Miriam Bemelmans
Fotografia e Design Gráfico - Luciano Alves
Realização - Cia Ensaio Geral e Rede de Teatros e Produtores Independentes
Serviço
Arcano 17 – Os Surrealistas e a Guerra | Sala Paschoal Carlos Magno
Data: De 5 a 28 de julho, sexta e sábado, às 19hs e domingo, às 18hs
Ingressos: Inteira R$ 40,00|Meia Entrada R$20,00 | Sympla
Local: R. Rui Barbosa, 153 - Bela Vista, Centro, São Paulo - SP, 01326-010 | Bilheteria (11) 3288.0136
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 80 minutos
Capacidade da Sala: 143 lugares + 6 espaços de cadeirantes
Sobre a Amigos da Arte
A Associação Paulista dos Amigos da Arte, Organização Social de Cultura responsável pela gestão de chamadas públicas, do Teatro Sérgio Cardoso, e do Teatro de Araras, além do Mundo do Circo SP, trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e a iniciativa privada desde 2004.
Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo fomentar a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em seus 19 anos de atuação, a Organização desenvolveu cerca de 70 mil ações que impactaram mais de 30 milhões de pessoas.
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