Com texto inédito de Rafael Martins e direção de Marcelo Morato, a comédia ácida leva à cena um embate entre colegas de trabalho no fim do expediente
Vida útil - da esq. para dir. Lucas Garbois, Jade Freneszi, Luciano Pontes e Júlia Couto |
Créditos: André Garzuze |
Por que profissionais competentes de áreas diversas, mesmo insatisfeitos, costumam permanecer em empresas que comprometem sua saúde mental? Por que existem tantas relações tóxicas nos ambientes de trabalho? Essas reflexões permeiam o espetáculo “Vida útil”, que estreia, dia 2 de abril, no Centro Cultural Justiça Federal, com sessões às terças e quartas, às 19h. Com texto inédito do cearense Rafael Martins e direção de Marcelo Morato, a peça é uma comédia ácida, que leva à cena situações intrincadas entre colegas de trabalho, mostrando diferentes personalidades e posições no jogo capitalista.
A trama se passa em uma sexta-feira qualquer, no momento do fim de expediente, quando os “colaboradores” de uma empresa começam a discutir sobre o cumprimento de uma demanda passada pelo chefe. A disputa sobre quem vai cumprir as tarefas gera discussões e reflexões sobre os nossos desencontros entre carreira e desejos pessoais. No elenco, estão Jade Freneszi, Júlia Couto, Lucas Garbois e Luciano Pontes, na pele de funcionários com questões existenciais e emocionais, que passam situações de abuso de poder e desvalorização profissional.
“Recriamos em cena um ambiente de trabalho claustrofóbico e disfuncional. As metas que muitas empresas exigem de seus funcionários acabam gerando uma série de desequilíbrios emocionais e disputas internas”, descreve o diretor Marcelo Morato. “Mas não se trata de uma peça realista, há espaço para delírios e devaneios dos personagens que nos fazem refletir sobre o lado desumano da sociedade civilizada, aquele que sempre nos faz adiar nossos sonhos de felicidade”, completa.
O projeto começou quando Luciano Pontes, ator paraense que viveu décadas no Ceará, procurava um texto para produzir. Depois de exercer outra profissão a vida inteira, decidiu estudar artes cênicas ao se ver infeliz no ambiente corporativo. Mudou-se de Fortaleza para o Rio, onde se formou há um ano e meio. O texto, do amigo Rafael Martins, tem uma ligação muito forte com sua vida pessoal e a escolha de trocar de carreira e cidade aos 34 anos.
“Além da identificação com minhas questões, queria uma peça com a qual eu sabia que a plateia ia se identificar. É alarmante o número de pessoas afastadas do seu trabalho por questões ligadas à depressão e à ansiedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à falta de saúde mental do trabalhador, e isso gera uma perda de aproximadamente um trilhão de dólares para a economia global. É com urgência que temos que debater mais esses temas”, observa Luciano.
Ficha Técnica
Texto: Rafael Martins
Direção: Marcelo Morato
Elenco: Jade Freneszi, Julia Couto, Lucas Garbois e Luciano Pontes
Figurino: Wanderley Gomes
Iluminação: Bruno Aragão
Operação de Luz: Bruno Aragão
Operação de som e trilha sonora: Diogo Perdigão
Assistência de direção: Luca Matteo
Assistência de produção: Johnny de Castro
Fotografia: André Garzuze
Filmagem: Tamo em Copa Filmes
Programação Visual: Leonardo Pereira
Mídias Sociais: Rafael Teixeira
Assessoria de Imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
Realização: Terceiro Sinal Produções
Serviço
Espetáculo “Vida últil”
Temporada: de 02 a 24 de abril de 2024
Centro Cultural Justiça Federal: Av. Rio Branco, 241 - Centro, Rio de Janeiro - RJ
Telefone: (21) 3261-2550
Dias e horários: terças e quartas, às 19h.
Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada).
Lotação: 141 lugares
Duração: 1h15
Classificação etária: 14 anos
Venda de ingressos: pelo site Sympla (https://www.sympla.com.br/
Instagram: @vidautil.teatro