Business -

Pequenas empresas investem em pacotes de benefícios e obtêm resultados positivos

11 de Dezembro de 2023

Quando empresas demonstram preocupação com a saúde dos funcionários, o engajamento e senso de pertencimento dos colaboradores aumenta

Foto: StockSnap/Pixabay

Atualmente, diferentes benefícios corporativos com foco no cuidado com a saúde dos colaboradores estão sendo disponibilizados por empresas de qualquer tipo e tamanho. Os mais desejados pelos colaboradores são os planos de saúde, de acordo com o relatório de bem-estar de 2022 da Betterfly, empresa de benefícios flexíveis.

Segundo o levantamento, 77% dos colaboradores gostariam que a empresa melhorasse o pacote de benefícios ofertados. Entre os três mais importantes para aumentar o bem-estar no trabalho, os colaboradores destacam plano de saúde (26,6%), seguro de vida (16,5%) e benefícios flexíveis (15,8%). 

Outros benefícios citados são vale-alimentação (15,6%), adiantamento de salário (7,8%) e impacto social - doações (5,8%). Os dados foram coletados em novembro de 2022 com 4 mil entrevistados em oito países, entre eles o Brasil. 

Em outro levantamento, conduzido pela plataforma LinkedIn, 60% dos candidatos a alguma vaga de emprego destacam, além do salário, os benefícios como prioridade na hora de escolher um novo trabalho. Essas opções só perdem para equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional, apontado como prioridade por 63% dos entrevistados. Os dados são do relatório Global Talent Trends, desenvolvido em 2022 pela rede social. 

Benefícios também considerados importantes 

Benefícios que focam no cuidado com a saúde do colaborador melhoram a conexão dos times com a empresa e, consequentemente, o desempenho e a produtividade. Isso vale tanto para empresas maiores quanto para as pequenas. 

De acordo com um estudo conduzido pela operadora de saúde Alice, quando as empresas demonstram preocupação com a saúde e o bem-estar dos funcionários, 97% das pessoas sentem orgulho de trabalhar ali e 77% compartilham os mesmos valores da companhia. Se as organizações não demonstram a mesma preocupação, 75% dos colaboradores sentem o mesmo orgulho e 58% têm os mesmos valores do negócio. 

A pesquisa realizada pela Alice com a Opinion Box, em parceria com BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Caju, Fleury, Gupy, O Futuro das Coisas e Zazos. Foram entrevistados mil colaboradores, de forma online, de todas as regiões do Brasil, entre os dias 4 e 11 de outubro.

Além dos planos de saúde, outras opções de benefícios que focam na saúde dos colaboradores são descontos para academias de ginástica, acesso facilitado a profissionais de saúde mental, acesso a aplicativos de esportes, de telemedicina e/ou de meditação, plano odontológico, entre outras opções. 

Resultados para pequenas empresas

Seja qual for o tamanho da empresa, organizações que se preocupam com o bem-estar dos funcionários, por meio de programas focados na qualidade de vida dos colaboradores ou pela oferta de benefícios têm bons resultados: menos colaboradores com sintomas de burnout, de acordo com os dados divulgados pela Alice.  

Isso vale para todos os tamanhos de empresa, incluindo as pequenas. Entre aquelas que demonstram preocupação com a saúde dos colaboradores, 24% dos funcionários relatam terem tido sintomas da doença. Já em empresas sem essa preocupação, os relatos vão a 37%.

O impacto é observado também na saúde geral dos funcionários: 70% das pessoas avaliam a saúde como ótima ou boa quando as empresas demonstram esse tipo de preocupação. Já entre aquelas sem esse cuidado, apenas 40% dos funcionários avaliam a própria saúde da mesma forma.

Benefícios para pequenas empresas

Empresas de pequeno porte, de acordo com o Sebrae, são aquelas cujo faturamento anual é superior a R$ 360 mil e igual ou inferior a R$ 4,8 milhões e, em média, podem ter entre 10 a 49 funcionários. Mesmo com um número limitado de colaboradores, a oferta de benefícios é um atrativo para novos talentos, além de servir de fator de retenção dos profissionais mais qualificados. 

Os planos de saúde para empresas pequenas, por exemplo, funcionam da mesma forma que para empresas maiores – e é preciso algumas regras para contratá-los. De acordo com a exigência da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), apenas pessoas com vínculo empregatício comprovado podem fazer parte. Entram nessa categoria funcionários registrados, sócios, administradores, trabalhadores temporários, jovens aprendizes e estagiários. 

Há diferentes variações de custeio quando uma empresa contrata o benefício. Desde cobrir 100% dos custos dos funcionários com o plano de saúde; pagar uma parte da mensalidade e o empregado outra; descontar os custos direto na folha de pagamento ou optar por um plano com coparticipação. 

Entre empresas com menos de 30 funcionários, as operadoras solicitam o preenchimento da declaração de saúde. Trata-se de um documento em que o beneficiário destaca se há condições de saúde que precisam ser declaradas, como cirurgias realizadas anteriormente, doenças crônicas identificadas até o momento, entre outras questões. 

O preenchimento da declaração é feito durante o processo de contratação do plano e as doenças e/ou lesões preexistentes (DLPs) não devem ser omitidas, já que isso pode ser considerado fraude pela ANS. Caso ocorra a omissão, a operadora pode solicitar um processo administrativo junto à agência regulatória, o que pode resultar em rescisão do contrato do beneficiário, dependentes e fim da cobertura.

O que são benefícios corporativos?

Tudo que é oferecido ao colaborador em adição ao salário pode ser considerado um benefício corporativo. Além de serem uma forma importante de atrair e reter talentos, os benefícios contribuem com a produtividade a partir do cuidado com a qualidade de vida, bem-estar, saúde e satisfação dos colaboradores. 

Os benefícios se dividem em dois grupos: os obrigatórios, estabelecidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e os extras, ou não obrigatórios, que nem todas as empresas oferecem.

Quais benefícios são obrigatórios para as empresas?

Determinados pela legislação brasileira por meio da CLT, os benefícios corporativos obrigatórios englobam o décimo terceiro salário, férias remuneradas, adicional noturno, depósito no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), hora extra, licença-maternidade e vale-transporte.

Em alguns casos, acordos coletivos entre sindicatos e empregadores também podem determinar benefícios para uma categoria profissional, como vale-alimentação, vale-refeição ou mesmo plano de saúde.

Quais benefícios não são obrigatórios para as empresas?

Entram na categoria de benefícios não obrigatórios aqueles oferecidos pelas empresas sem justificativa na legislação, visando atrair e reter talentos nas empresas. 

São eles plano de saúde, plano odontológico, desconto em academias de ginástica, programas de atendimento psicológico ou de saúde mental, seguro de vida, previdência privada, participação nos lucros e resultados, entre outros. Justamente por não serem obrigatórios, nem todas as empresas os oferecem – exceto se houver acordo coletivo com sindicatos de categorias profissionais que exija esse tipo de benefício. 

Comentários
Assista ao vídeo