O Observatório da Imprensa da TV Brasil faz uma homenagem a Eduardo Coutinho nesta terça-feira (04) às 20h. O documentarista faleceu no último domingo (02) no Rio de Janeiro. O programa da emissora pública resgata uma entrevista do jornalista Alberto Dines com o cineasta Eduardo Coutinho, um dos principais diretores de documentários do país, mas que acima de tudo foi um profissional de mídia. A entrevista gravada em 21 maio de 2013 fez parte da série de especiais pelos 15 anos da atração jornalística na televisão.
"Um cabra marcado para viver. Esta tragédia grega não acaba com a biografia de um dos cabras mais criativos e independentes da cena cultural brasileira. Jornalista puro-sangue. Trabalhamos juntos na revista Visão nos idos de 1950. Depois quando ele estava perseguido veio trabalhar no copidesque do Jornal do Brasil”, lembra Alberto Dines.
“A entrevista que reprisamos em nosso programa foi uma das mais empolgantes que fiz na temporada de depoimentos a propósito dos 15 anos do Observatório da Imprensa na TV. Foram 52 minutos com um homem-verdade", declara o experiente jornalista sobre a conversa com o renomado cineasta que dirigiu filmes como “Santo Forte” (1999), “Edifício Master” (2002) e “Jogo de Cena” (2007).
Em um papo descontraído, Alberto Dines e Eduardo Coutinho falaram sobre televisão, jornalismo impresso e internet. Também avaliaram o poder das telenovelas na sociedade brasileira. O documentarista fez ainda uma dura crítica aos intelectuais - considerados por ele, normalmente, cobertos de empáfia. Coutinho aproveitou a ocasião para analisar o quadro de concessões das emissoras de TV, hoje, nas mãos de várias igrejas.
O diretor de "Cabra Marcado para Morrer" (1985) finalizou o encontro com Alberto Dines fazendo declarações fortes sobre o seu cinema. “Não faço filmes para mudar o mundo. Aliás, não preciso de uma utopia para viver, basta viver”, afirmou Eduardo Coutinho durante a entrevista que concedeu ao programa Observatório da Imprensa da TV Brasil em maio de 2013.