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| Daniel Naruto |
Em uma nova modalidade de golpe, conhecida como "Golpe do Presente", estelionatários estão aproveitando ocasiões especiais, como aniversários, para enganar pessoas oferecendo o resgate de presentes mediante o pagamento de uma taxa. No entanto, ao realizar o pagamento, as vítimas correm o risco de terem seus dados bancários roubados e sofrerem prejuízos financeiros.
Nesse novo golpe, os estelionatários, dispondo de informações pessoais da vítima, como nome completo, data de aniversário e endereço, entram em contato, via aplicativo de mensagens, com a vítima afirmando representar algum conhecido estabelecimento comercial (floricultura, loja de eletrônicos, loja de chocolates finos, etc.). Ainda durante esse contato, os golpistas afirmam que possuem um presente adquirido por terceira pessoa para ser entregue à vítima, porém, para a entrega do presente se faz necessário efetuar o pagamento de uma taxa “simbólica”, que deverá ser paga no momento da entrega do presente.
Os golpistas aproveitam o fato de ser o dia de aniversário da vítima para aumentar a chance de ela cair no golpe e efetuar o pagamento. Além disso, geralmente, o perfil falso criado pelos golpistas apresentam descrição da loja, foto de perfil de uma empresa legítima, texto descritivo de serviços, empresa para entrega, opções de produtos à venda, enfim, criam todo o cenário para ludibriar suas vítimas em potencial.
Depois de combinarem a entrega do suposto presente, os golpistas informam que enviarão um moto-entregador para a residência da vítima, o qual levará consigo o presente, bem como uma maquineta de cartões para o pagamento daquela taxa anteriormente acordada.
Já na residência da vítima, antes de entregar o presente, o motoboy inicia a transação, via cartão, para pagamento da taxa, porém, utiliza-se de maquininha com o visor danificado ou alterado para que a vítima não perceba o real valor da transação que, na grande maioria das vezes, é muito superior àquele “acordado” anteriormente.
Outro desdobramento do golpe consiste em uma “falha inesperada” na maquininha no momento da transação, que, supostamente, não é finalizada. Ledo engano. Quando a vítima percebe o que ocorreu, já é tarde demais.
Há relatos de vítimas que sofreram prejuízos financeiros que superam a dezena de milhares de reais. Além do prejuízo financeiro, esse tipo de golpe pode expor dados bancários das vítimas e envolver crimes que vão desde estelionato até falsidade ideológica.
Para se proteger, evite fornecer dados pessoais a fontes desconhecidas ou links não confiáveis. É importante, também ter cuidado ao expor informações pessoais nas redes sociais, pois os criminosos podem acessá-las facilmente através de pesquisas simples.
Além disso, é necessário desconfiar de surpresas inesperadas. Antes de fornecer qualquer informação ou efetuar pagamentos, verifique as informações da empresa em perfis oficiais e confirme a legitimidade da entrega.
Um ponto importante a ser observado é que as taxas de entrega geralmente são cobradas do remetente, e não do destinatário. Caso seja solicitado o pagamento de alguma taxa, dê preferência a métodos seguros, como dinheiro ou Pix. Nunca insira sua senha em maquininhas com visor danificado e evite que o entregador visualize sua senha ao digitá-la.
Outra dica valiosa é não permitir a realização de fotos durante a entrega. Essa prática pode expor informações sensíveis, como endereços residenciais, a criminosos que utilizam essas fotos para cometer fraudes.
Com a crescente sofisticação dos golpes, é fundamental manter-se vigilante e adotar medidas de segurança para proteger-se contra possíveis prejuízos financeiros e roubo de dados pessoais.
Fonte: Daniel Feitosa Naruto, sócio do escritório Ernesto Borges Advogados, atua nas áreas de Imobiliário, Cível, Consumidor e Empresarial. Bacharel em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco – UCDB; Especialização em Processo Civil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP; Mestrado em Direito, com ênfase em Direito Processual Civil, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP.
