Para estabelecer o estado da arte, fatores de sucesso, desafios e perspectivas da piscicultura do Maranhão, missão técnica formada por representantes da Embrapa, Instituto Federal do Maranhão - IFMA, Universidade Federal do Maranhão – UFMA e Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural - AGERP, com o apoio do SEBRAE e das prefeituras de Matinha, Santa Inês e Bom Jardim, percorreu a Rota do Peixe em duas das principais mesorregiões produtoras: Baixada Maranhense e Vale do Pindaré.
Segundo o chefe-geral da Embrapa Cocais, Marco Bomfim, a piscicultura maranhense produz mais de 50.000 Ton de peixes por ano, sendo o Maranhão o segundo maior produtor das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País. “Mantendo-se as taxas de crescimento dos últimos dois anos, em 2024 passará a ser o maior produtor dentre essas regiões. No âmbito nacional, já é o sexto colocado, e, o mais relevante, é uma atividade desenvolvida majoritariamente pela agricultura familiar. Uma análise desse cenário próspero é importante não apenas para garantir a consolidação da piscicultura maranhense, mas também para gerar as referências que respondam as questões sobre os fatores críticos de sucesso que permitam expandir essa experiência para outros setores da economia do estado, especialmente agricultura familiar”.
Entre os fatores de sucesso que contribuíram para que, principalmente os agricultores familiares, superassem os desafios da subsistência e do extrativismo e começassem a produzir renda a partir de uma atividade do setor primário, com sustentabilidade, estão o ecossistema de inovação dinâmico, representativo e com espaço de fala democrático formado por representantes do poder público (instituições de ensino, pesquisa e extensão) que disponibilizaram tecnologias de manejo básico; presença de associações com representatividade, do Sistema S (SENAR e SEBRAE) e de empresas privadas fornecedoras de insumos. Esse conjunto de agentes estruturaram o arranjo produtivo local e o mercado. Entre os desafios, a ampliação do mercado e a agregação de valor ao produto. Para um futuro mais próspero, segundo percepções da comitiva, é necessário planejamento estratégico para o fortalecimento das organizações locais e do apoio do poder público, a comercialização coletiva e a profissionalização dos produtores e da atividade.