As taxas condominiais costumam ser encaradas por boa parte das pessoas como uma despesa desagradável, conforme explica a consultora em saúde financeira Suyen Miranda, de São Paulo. Entretanto, cada vez mais gente tem preferido morar seja em condomínios verticais – edifícios – e condomínios horizontais de casas a escolher os tradicionais sobrados e casas térreas que não requerem algum tipo de gerenciamento, segundo informa a Solução Labor Negócios Imobiliários, que estuda tendências do mercado e avaliou o público paulistano nos seis primeiros meses de 2013.
“As pessoas querem morar com segurança e comodidade principalmente em cidades como São Paulo, e isso explica o interesse pelos condomínios. No entanto, quando se deparam com os custos tendem a rapidamente classificar o valor cobrado como um problema, e não como um custo decorrente da segurança e comodidade que dispõem”, informa Suyen analisando tanto sua percepção de mercado quanto os dados pesquisados pelo mercado imobiliário. Isso se deve, na opinião da especialista, pela imagem negativa que os condomínios e seus custos representam para tanto a classe média – que vê inclusive o pagamento do condomínio como um problema – quanto às classes mais baixas que começam agora a conviver com esta informação por conta de programas como Minha Casa Minha Vida, programas estes que são gerenciados em condomínios definidos pelo banco financiador.
Na opinião da especialista, há pouco entendimento do que constitui o valor condominial – que é formado pelas estimativas de custos de energia elétrica coletiva das áreas comuns, consumo de água (em alguns condomínios ainda há rateio do consumo total do empreendimento), limpeza, segurança, folha de pagamento de funcionários, seguros, assistência técnica de elevadores, piscina e serviços disponíveis no empreendimento, entre outros fatores acrescidos de um fundo de reserva – e o desconhecimento resulta tanto no desinteresse dos condôminos em acompanhar as despesas quanto no processo decisório. “Depois que acontece a reunião de condomínio é comum que os ausentes se queixem do que foi decidido por desconhecerem do que se trata, desinteresse em saber detalhes e mesmo a cultura de pensar que o prédio não lhes ´pertence´, trazendo um sentido negativo que explica em parte a inadimplência”, afirma Suyen.
Para mudar isso é importante que tanto os moradores quanto a administração condominial estejam cientes das dificuldades normais e busquem ao máximo informar e envolver todos para o bem comum, que traz como resultado melhor uso dos recursos, menos custos e maior integração entre as pessoas é o que a consultora recomenda tanto para quem já está em condomínios quanto para quem vai residir em um. “Quando todos sabem o que o condomínio significa passam a preservar mais os espaços comuns, usam melhor a verba, planejam melhorias e buscam pagar em dia para minimizar problemas de caixa”, explica Suyen, que acrescenta a importância de pagar em dia a taxa condominial para evitar questões futuras. Por lei, condomínio atrasado pode causar a penhora do imóvel – algo que gera muito mais custos do que o pagamento regular das taxas.
Suyen Miranda lembra que é importante tanto para o morador quanto para o condomínio que as prestações de contas sejam claras, ambos participem de assembleias e acompanhem o dia a dia para fazer com que o condomínio seja econômico sem abrir mão da segurança, conforto e qualidade. “Estes elementos auxiliam em muito a valorização do imóvel”, finaliza.