Realizada pelo Instituto Italiano de Cultura e Sesc São Paulo, a mostra acontece de 3 a 17 de agosto, na cidade de São Paulo, e segue com exibição gratuita de filmes em streaming, para todo o Brasil, na plataforma Sesc Digital
Ingressos à venda a partir de 1/8 em sescsp.org.br/mostrapasolini
Pier Paolo Pasolini em cena no filme “Édipo Rei” (1967), um dos destaques da mostra, em exibição no CineSesc |
De 3 a 17 de agosto de 2022, o Sesc São Paulo e o Istituto Italiano di Cultura – San Paolo realizam a mostra “Os 100 anos de Pasolini”, com a exibição de filmes, encontros e debates em homenagem ao centenário do cineasta, escritor, intelectual e poeta italiano Pier Paolo Pasolini. Ao todos, 19 filmes serão projetados no CineSesc, em cópias restauradas em 2k e 4K e uma sessão especial em 35mm. Um ciclo de palestras on-line com a presença de professoras, professores, críticas e críticos será realizado pelo Centro de Pesquisa e Formação do Sesc. Além disso, duas aulas magnas sobre Pasolini com pesquisadores italianos serão disponibilizadas on-line. No dia 17 de agosto, a mostra ganha o streaming e convida o público de todo o Brasil para assistir a 5 títulos dirigidos por Pasolini, na plataforma Sesc Digital. Os filmes ficam disponíveis gratuitamente por 30 dias ou até esgotarem os limites de visualização. Confira a programação completa em sescsp.org.br/mostrapasolini.
Nascido em 5 de março de 1922, em Bolonha, no norte da Itália, Pier Paolo Pasolini, encontrou na literatura, desde cedo, uma paixão. Formou-se em Estudos Literários pela Universidade de Bolonha, publicou livros de poesia, contos e romances. Foi poeta, editor, pintor, ensaísta, crítico literário e cinematográfico, roteirista, jornalista e agitador cultural. Somente aos quarenta anos de idade se rendeu ao cinema, meio pelo qual ganharia projeção mundial. Gay, cristão e marxista, Pasolini era polêmico, controverso e marcou uma época. Intelectual profundamente crítico da sociedade de consumo e do capitalismo, foi uma figura central na vida cultural italiana dos anos 1950 aos 1970. Atacada de diversos lados, sua obra foi marcada pelas experiências políticas e estéticas que teve ao longo da vida e se tornou um precioso legado para história.
“A mostra “Os 100 anos de Pasolini” celebra a vida e a obra do diretor e exibe boa parte de sua produção cinematográfica, além de palestras e outras atividades formativas que se aprofundam na obra de Pasolini, definida por uma postura de permanente reflexão e problematização acerca dos postulados estéticos e políticos de seu tempo”, comenta Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo.
Para Michele Gialdroni, diretor do Istituto Italiano di Cultura – San Paolo, o centenário de Pasolini é uma oportunidade de homenagear a vida e obra de um autor inevitável e transversal. “Todos têm seu Pasolini, o apocalíptico e o elegíaco, o violento e o delicado, o comunista e o católico, o tradicionalista e o moderníssimo, o clássico e o vanguardista, o intelectual sofisticado e o frequentador das ruas de subúrbio, o filólogo e o cineasta, o poeta e o colunista. Eu também tenho meu próprio Pasolini”, declara.
Durante duas semanas, serão exibidas na tela do CineSesc, em São Paulo, 16 obras assinadas pelo cineasta (15 longas e 1 curta-metragem, sendo 13 ficções e 3 documentários). Além dos filmes dirigidos por Pasolini, serão exibidos três filmes extras: A Raiva de Pasolini - Hipótese de Reconstrução da Versão Original do Filme (2008), de Giuseppe Bertolucci, O Jovem Corsário (2022), de Emilio Marresi, e o curta Agnès Varda - Pier Paolo Pasolini - Nova York - 1967, dirigido pela própria Agnès Varda.
Entre os destaques da programação, o público que estiver em São Paulo poderá assistir ao primeiro longa-metragem do diretor, Accattone - Desajuste Social (1961), sobre um cafetão que sobrevive na periferia de Roma, em 1960, graças a duas mulheres: Nannina, sua esposa que cuida de várias crianças, e Madalena, uma prostituta de cujos ganhos ele depende. Quando Madalena é presa, ele perde sua receita e acaba sucumbindo. O filme teve sua estreia no Festival de Veneza do mesmo ano, mas sua recepção foi controversa, o que se tornaria uma constante na carreira do cineasta. Além dele, Mamma Roma (1962) traz em sua trama uma prostituta de meia-idade que sonha em mudar de classe social para poder voltar a viver com seu filho adolescente, Ettore. Para isso, faz de tudo para dar uma vida melhor a ele. Aclamada pela crítica, a obra causou furor na opinião pública por ser considerada, supostamente, obscena. Em uma sessão especial, A Raiva (1963), filme ensaístico de colagem sobre décadas da história mundial, conjugando a prosa e a poesia nos comentários proferidos por dois locutores, terá exibição em 35mm, no CineSesc.
Também integra a mostra A Ricota (1963), episódio do filme coletivo “Lamiamoci Il Cervello” (RoGoPaG), de Roberto Rossellini, Jean-Luc Godard, Pier Paolo Pasolini e Ugo Gregoretti. Na obra, um figurante de um filme baseado na Paixão de Cristo e rodado na periferia de Roma, alimenta sua numerosa família com a comida do set. Essa obra satírica foi considerada um insulto à religião do Estado e fez com que Pasolini fosse condenado a quatro meses de prisão. Seu longa seguinte, O Evangelho Segundo São Mateus (1964) é mais um destaque na programação. O filme teve estreia no Festival de Veneza, onde conquistou o prêmio do júri, e foi sucesso de público ao abordar a história de Jesus Cristo, do nascimento à ressurreição, a partir do texto de São Mateus. Mesmo com a boa recepção, Pasolini sofreu duras críticas por parte de intelectuais de esquerda, ainda que ele próprio se autoproclamasse comunista (mesmo tendo sido expulso do partido no fim dos anos 1940 por ser homossexual).
Em Gaviões e Passarinhos (1966), pai e filho caminham por periferias e estradas desertas e encontram um corvo falante, de forte espírito crítico. O pássaro, que tudo viu, tudo leu e tem ideias sobre tudo, insiste em partilhar a sua ciência e a sua concepção do mundo com os dois viajantes, eles próprios ignorantes e insensíveis à sua especulação intelectual. Cristianismo e marxismo aparecem nas falas do corvo, cuja "cultura" se opõe às reações instintivas e "naturais" de seus interlocutores. Visto como uma crítica à crise interna do Partido Comunista, o filme chamou especial atenção no Festival de Cannes à época. Em Teorema (1968), o cineasta segue discutindo de maneira crítica a sociedade italiana, ao retratar a vida de uma rica família burguesa de Milão que é radicalmente modificada após a chegada de um misterioso visitante que seduz todos da casa, dos filhos ao pai, passando pela mãe e pela empregada.
Em 1967, Pasolini realizou a primeira de uma série de adaptações inspiradas em grandes textos da literatura universal, obras que também integram a programação do centenário do diretor: Édipo Rei (1967), com a famigerada história do rei de Tebas, desde o seu abandono no deserto, até a descoberta do incesto involuntário e a partida para o exílio; Medéia (1969), clássico de amor, traição e vingança; e as adaptações literárias da trilogia da vida, realizada pouco antes de sua morte precoce, em 1975, e formada pelos filmes Decameron (1971), Contos de Canterbury (1972) e As Mil e uma Noites (1974).
Pasolini foi morto em 2 de novembro de 1975, no balneário de Ostia, a 30 km de Roma. Um garoto de programa de 17 anos foi o único condenado pelo crime. O cineasta não chegou a ver seu último filme lançado, Salò, ou os 120 Dias de Sodoma (1975). Polêmica, a adaptação da obra do Marquês de Sade também tem exibição garantida nesta retrospectiva. Nela, o cineasta apresenta sua visão sobre o poder, a sexualidade, o conformismo e a juventude italiana dos anos 1970. O longa foi censurado em diversos países por mostrar explicitamente cenas de violência física, sexual e psicológica.
A programação de “Os 100 anos de Pasolini” ainda exibe documentários dirigidos por Pasolini, alguns deles fruto de pesquisas para filmes que o diretor intencionava realizar, como Anotações para uma Oréstia Africana (1969). Outro destaque de sua produção documental é Comícios de Amor (1964), uma enquete sobre sexo, que o diretor realiza entrevistando pessoas nas ruas de diferentes cidades italianas.
Para quem não está em São Paulo, após o dia 17 de agosto, será possível acompanhar a mostra a partir de uma seleção de filmes que estreiam na plataforma Sesc Digital. Mamma Roma (1962), O Evangelho Segundo São Mateus (1964), Édipo Rei (1967), Gaviões e Passarinhos (1966) e Medéia (1969) ficam disponíveis, na série Cinema #EmCasaComSesc, gratuitamente para todo o Brasil, por 30 dias ou até esgotarem as visualizações. Confira a programação completa.
### OS 100 ANOS DE PASOLINI ###
De 3 a 17/08
PROGRAMAÇÃO CINESESC
Rua Augusta, 2075 - São Paulo
SESSÃO DE ABERTURA
MAMMA ROMA
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1962 | 106 min | Ficção | 12 anos
Quando seu cafetão se casa, a prostituta Mamma Roma comemora sua liberdade, recupera seu filho Ettore e começa uma nova vida. Mas nada dá certo, e ela se vê̂ obrigada a retomar suas atividades à beira do Tibre. Cópia restaurada em 4k.
Imagens: https://drive.google.com/
QUARTA, 03/08, ÀS 20H30*
QUARTA, 10/08, ÀS 18H30
*Sessão de abertura. Grátis. Retirada de ingressos 2h antes na bilheteria do CineSesc.
COMÍCIOS DE AMOR
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1964 | 93 min | Ficção | 12 anos
Pasolini percorre a Itália entrevistando pessoas comuns e intelectuais italianos sobre casamento, fidelidade, prazer, liberdade sexual, prostituição e homossexualidade. Cópia restaurada em 4k. Cópia restaurada em 4k.
Imagens: https://drive.google.com/
QUINTA, 04/08, ÀS 15H30
SEXTA, 12/08, ÀS 20H30
GAVIÕES E PASSARINHOS
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1966 | 89 min | Ficção | 12 anos
Pai e filho caminham por periferias desertas, estradas, prédios em construção e terrenos baldios, e encontram um corvo dotado de fala e de um forte espírito crítico. O pássaro, que tudo viu, tudo leu e tem ideias sobre tudo, insiste em partilhar a sua ciência e a sua concepção do mundo com os dois viajantes, eles próprios ignorantes e insensíveis à sua especulação intelectual. Cristianismo e marxismo aparecem nas falas do corvo, cuja "cultura" se opõe às reações instintivas e "naturais" de seus interlocutores. Cópia restaurada em 4k.
Imagens:� https://drive.google.com/
QUINTA, 04/08, ÀS 18H30
SÁBADO, 13/08, ÀS 20H30
ACCATTONE - DESAJUSTE SOCIAL
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1961 | 117 min | Ficção | 14 anos
Conhecido por Accattone, o cafetão Vittorio sobrevive na periferia de Roma, graças a duas mulheres: Nannina (sua esposa que cuida de várias crianças) e Madalena (prostituta de cujos ganhos ele depende). Quando Madalena é presa, ele perde sua receita e acaba sucumbindo.
Imagens: https://drive.google.com/
QUINTA, 04/08, ÀS 20H30
SEGUNDA, 08/08, ÀS 18H
ANOTAÇÕES PARA UMA ORÉSTIA AFRICANA
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1969 | 65 min | Ficção | 12 anos
Um documentário sobre um filme por vir. Pasolini reúne o material de pesquisa que rodou na África para fazer uma adaptação de Ésquilo, e expõe em over sua tese de que o continente descolonizado está submetido ao destino de ser uma grandiosa tragédia grega.
Imagens: �https://drive.google.com/
SEXTA, 05/08, ÀS 15H30
QUARTA, 17/08, ÀS 18H30
A RICOTA
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1963 | 35 min | Ficção | 12 anos
Episódio do filme coletivo Lamiamoci Il Cervello (RoGoPaG), de Roberto Rossellini, Jean-Luc Godard, Pier Paolo Pasolini e Ugo Gregoretti.
Stracci alimenta a numerosa família com o trabalho de figurante num filme a cores baseado na Paixão de Cristo e rodado na periferia de Roma. Ele interpreta o segundo ladrão, sob as ordens de um diretor prepotente e de uma equipe técnica cansada. Faminto, ele mata sua fome no set, mas acaba morrendo de indigestão.
Imagens: https://drive.google.com/
SEXTA, 05/08, ÀS 18H30
SEXTA, 12/08, ÀS 20H30
O EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1964 | 137 min | Ficção | 10 anos
O filme retoma os episódios do Evangelho segundo São Mateus, quase sempre na mesma ordem e respeitando cada palavra da edição de Pro Civitate Christiana d’Assise.
Imagens: https://drive.google.com/
SEXTA, 05/08, ÀS 20H30
SEGUNDA, 08/09, ÀS 15H30
SALÒ, OU OS 120 DIAS DE SODOMA
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1975 | 117 min | Ficção | 18 anos
Pasolini parte da obra de Sade e revisita o episódio histórico da República de Salò para apresentar sua visão sobre o poder, a sexualidade, o conformismo e a juventude italiana dos anos 1970, em um filme de 4 partes: vestíbulo do inferno, círculo das manias, círculo da merda e uma última, não nomeada. Cópia restaurada em 4k.
Imagens: https://drive.google.com/
SÁBADO, 06/08, ÀS 15H30
DOMINGO, 14/08, ÀS 20H30
TEOREMA
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1968 | 98 min| Ficção |18 anos
A vida de uma rica família burguesa milanesa é radicalmente modificada por um misterioso visitante que seduz todos da casa, dos filhos ao pai, passando pela mãe e pela empregada.
Imagens: https://drive.google.com/
SÁBADO, 06/08, ÀS 18H30
SEXTA, 12/08, ÀS 18H30
POCILGA
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1969 | 100 min| Ficção | 18 anos
Filme estruturado em duas histórias paralelas. Uma no século XVI, que apresenta a jornada de um jovem faminto que se transforma em assassino e canibal, e outra na Alemanha, em 1967, que envolve um industrial e sua família.
Imagens: https://drive.google.com/
SÁBADO, 06/08, ÀS 20H30
QUARTA, 10/08, ÀS 15H30
DECAMERON
Dir.: Pier Paolo Pasolini |1971 | 112 min| Ficção | 14 anos
Primeiro filme da Trilogia da Vida, apresenta um divertido quadro da Idade Média por meio de episódios extraídos da obra de Boccaccio.
Imagens: https://drive.google.com/
DOMINGO, 07/08, ÀS 15H30
SEGUNDA, 08/08, ÀS 20H30
OS CONTOS DE CANTERBURY
Dir.: Pier Paolo Pasolini |1972 | 112 min| Ficção | 14 anos
Baseado nos contos eróticos escritos no século XIV por Geoffrey Chaucer, o filme é a segunda parte da Trilogia da Vida.
Imagens: https://drive.google.com/
DOMINGO, 07/08, ÀS 18H
TERÇA, 16/08, ÀS 18H
AS MIL E UMA NOITES
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1974 | 155 min| Ficção |14 anos
Capítulo final da Trilogia da Vida, baseada nos contos das Mil e uma Noites.
Imagens: https://drive.google.com/
DOMINGO, 07/08, ÀS 20H30
QUARTA, DIA 10/08, ÀS 20H30
O JOVEM CORSÁRIO
Dir.: Emilio Marresi | 2022 | 98 min | Ficção | 12 anos
Documentário que retoma os passos de Pasolini em Bolonha. Cópia em 4k.
Imagens: https://drive.google.com/
TERÇA, 09/08, ÀS 15H30
QUINTA, 11/08, ÀS 18H30
MEDÉIA
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1969 | 118 min| Ficção | 16 anos
Para fugir com o amado Jasão, Medéia trai sua pátria e mata seu próprio irmão. O casal vive feliz até o dia em que Jasão se apaixona por Glauce, a jovem e bela filha do rei de Corinto, Creonte. A vingança de Medéia será́ sanguinária.
Imagens: https://drive.google.com/
TERÇA, 09/08, ÀS 18H
SEGUNDA, 15/08, ÀS 20H30
ÉDIPO REI
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1967 | 104 min| Ficção |14 anos
Um prólogo mudo retoma alguns episódios da infância de Pasolini, à época do seu próprio complexo de Édipo. A história de Édipo rei de Tebas é retomada em seguida, desde o seu abandono no deserto até́ a descoberta final do incesto involuntário e a partida para o exílio. Cópia restaurada em 4k.
Imagens: �https://drive.google.com/
TERÇA, 09/08, ÀS 20H30
DOMINGO, 14/08, ÀS 18H30
A RAIVA
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1963 | 104 min | Documentário | 14 anos
Um filme ensaístico de colagem sobre décadas da história mundial, conjugando a prosa e a poesia nos comentários over proferidos por dois locutores. Cópia em 35mm.
Imagens: https://drive.google.com/
QUINTA, 11/08, ÀS 20H30*
SÁBADO, 13/08, ÀS 18H30
*Sessão gratuita seguida de bate-papo. Retirada de ingresso 2h antes da sessão, na bilheteria do CineSesc.
AGNÈS VARDA - PIER PAOLO PASOLINI - NEW YORK - 1967
Dir.: Agnès Varda | França, EUA | 1967 | 4 min | Documentário | Livre
Em 1967, Varda e Pasolini estão em Nova York. Com sua câmera 16mm, a diretora filma a 42nd Street em estilo direto: as pessoas, as luzes, os corpos, o caos da cidade, o rosto e a silhueta de Pasolini. A banda sonora é preenchida por um diálogo entre os dois, registrado posteriormente.
Imagens: https://drive.google.com/file/
QUINTA, 11/08, ÀS 20H30
SÁBADO, 13/08, ÀS 18H30
A RAIVA DE PASOLINI – HIPÓTESE DE RECONSTRUÇÃO DA VERSÃO ORIGINAL DO FILME
Dir.: Pier Paolo Pasolini, Giuseppe Bertolucci | 2008 | 76 min | Ficção | 14 anos
Segundo o diretor, “uma hipótese de reconstrução” do filme original de Pasolini, incluindo trechos cortados em 1963.
Imagens: https://drive.google.com/
SEXTA, 5/08, ÀS 18H30
SEGUNDA, 15/08, ÀS 18H30
DEBATE: A RAIVA
11/08, ÀS 20H
O encontro aborda de maneira abrangente a obra cinematográfica de Pasolini à luz das reflexões trazidas pelo cineasta a partir do filme “A Raiva”, uma obra bastante particular em sua filmografia, por ser um documentário ensaístico de montagem, em que Pasolini joga seu olhar sobre o estado do mundo naquele momento para explicitamente colocar suas posições bastante críticas à ideologia ocidental. De que maneira a tônica colocada neste filme reverbera em sua filmografia?
Participantes:
João Silvério Trevisan. Escritor, jornalista, dramaturgo, tradutor, cineasta e defensor da comunidade LGBT. Escreveu roteiros de cinema e dentre os filmes que dirigiu está Orgia ou o Homem que Deu Cria (1970). Possui extensa obra literária.
Mariarosaria Fabris. Professora aposentada do Departamento de Cinema, Rádio e TV da ECA/USP e do Departamento de Letras Modernas da FFLCH/USP. Publicou, entre outros, os livros Neorrealismo cinematográfico italiano (EDUSP, 1996) e Nelson Pereira dos Santos: Um Olhar Neorrealista? (EDUSP, 1994).
Érica Sarmet. Roteirista, diretore e pesquisadore de cinema e audiovisual. Doutorande em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP, é Mestre em Comunicação e Bacharel em Estudos de Mídia pela UFF. Dirigiu e roteirizou curtas-metragens, é também curadore do cineclube Quase Catálogo, dedicado a filmes dirigidos por mulheres e pessoas trans.
AULAS MAGNAS
A convite do Instituto Italiano de Cultura, pesquisadores e críticos italianos discorrem sobre a vida e a obra de Pier Paolo Pasolini. As aulas ficam disponíveis a partir do dia 3/08, no canal do CineSesc no Youtube, com legendas em português. Acesse youtube.com/cinesescsp.
AULA MAGNA COM ANDREA CORTELLESSA
Crítico italiano, historiador e professor associado de literatura na Universidade de Roma, onde leciona literatura comparada e história da crítica. Tem trabalhado sobre a obra de Pasolini, tendo publicado artigos sobre o escritor e cineasta e participado de inúmeros eventos em torno de seu centenário na Itália.
AULA MAGNA COM ROBERTO CHIESI
Roberto Chiesi é crítico de cinema e chefe do Centro Studi - Archivio Pier Paolo Pasolini, da Cineteca di Bologna. Grande especialista na obra de Pasolini, publicou diversos artigos e organizou livros sobre o cineasta. Publicou também, entre outros, os livros Jean-Luc Godard (2003) e Le film noir français (2015).
PROGRAMAÇÃO SESC DIGITAL
www.sescsp.org.br/
18/08 a 18/09
MAMMA ROMA
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1962 | 106 min | Ficção | 12 anos
Quando seu cafetão se casa, a prostituta Mamma Roma comemora sua liberdade, recupera seu filho Ettore e começa uma nova vida. Mas nada dá certo, e ela se vê̂ obrigada a retomar suas atividades à beira do Tibre.
Filme com limite de 800 visualizações.
ÉDIPO REI
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1967 | 104 min | Ficção | 14 anos
Um prólogo mudo retoma alguns episódios da infância de Pasolini, à época do seu próprio complexo de Édipo. A história de Édipo rei de Tebas é retomada em seguida, desde o seu abandono no deserto até́ a descoberta final do incesto involuntário e a partida para o exílio.
MEDÉIA
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1969 | 118 min | Ficção | 16 anos
Para fugir com o amado Jasão, Medéia trai sua pátria e mata seu próprio irmão. O casal vive feliz até́ o dia em que Jasão se apaixona por Glauce, a jovem e bela filha do rei de Corinto, Creonte. A vingança de Medéia será́ sanguinária.
Filme com limite de 1000 visualizações.
O EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1964 | 137 min | Ficção | 10 anos
O filme retoma os episódios do Evangelho segundo São Mateus, quase sempre na mesma ordem e respeitando cada palavra da edição de Pro Civitate Christiana d’Assise.
GAVIÕES E PASSARINHOS
Dir.: Pier Paolo Pasolini | 1966 | 89 min | Ficção | 12 anos
Pai e filho caminham por periferias desertas, estradas, prédios em construção e terrenos baldios, e encontram um corvo dotado de fala e de um forte espírito crítico. O pássaro, que tudo viu, tudo leu e tem ideias sobre tudo, insiste em partilhar a sua ciência e a sua concepção do mundo com os dois viajantes, eles próprios ignorantes e insensíveis à sua especulação intelectual. Cristianismo e marxismo aparecem nas falas do corvo, cuja "cultura" se opõe às reações instintivas e "naturais" de seus interlocutores.
PROGRAMAÇÃO CENTRO DE PESQUISA E FORMAÇÃO
Rua Dr. Plínio Barreto, 285 4º andar - São Paulo
centrodepesquisaeformacao.
CICLO DE PALESTRAS
A fim de dar conta da extensa obra e pensamento de Pier Paolo Pasolini, um ciclo de quatro palestras apresenta diferentes aspectos e interpretações sobre seu trabalho. As palestras acontecem online, sempre das 15h às 17h, em youtube.com/cpfsesc.
O CINEMA MODERNO DE PASOLINI
08/08, das 15h às 17h
Uma abordagem sobre a concepção de Pasolini do cinema moderno como um “cinema de poesia”; uma formulação que supõe que este cinema, ao expressar a visão de mundo de seu autor, imprime, ao mesmo tempo, toda ênfase à “função poética da linguagem”. Ou seja, aquela construção formal que faz a obra de arte chamar a atenção sobre si mesma, ao contrário do cinema clássico que procura fazer com que a tela se torne uma janela transparente para o mundo. Colocada esta premissa, o objetivo é apresentar uma reflexão sobre a sua noção mais original: a de “subjetiva indireta livre” formulada a partir de uma reflexão que parte do chamado “estilo indireto livre”, conceito usado pela teoria do romance para qualificar um procedimento do narrador em sua expressão do ponto de vista de uma determinada personagem. Com Ismail Xavier, pesquisador, crítico e professor de cinema. Professor associado da Universidade de São Paulo, publicou diversos livros e artigos que são referência na área de cinema no Brasil e internacionalmente.
A LAMA DE OUTRAS ERAS: ANACRONISMO COMO RESISTÊNCIA NO CINEMA DE PASOLINI
09/08, das 15h às 17h
Frequentemente evocado como grande polemista, Pasolini assumiu artística e biograficamente o combate contra uma forma pervasiva de fascismo que ganhava escala na sociedade italiana dos anos 1960 e 1970: a onipresença do consumo. Assim, ele engendra um universo poético que manifesta uma tomada de posição política: figurativizações de formas ancestrais e periféricas da vida social representam uma via de resistência contra a homogeneização das diferenças culturais. A estética apocalíptica do cineasta instaura assim a dinâmica do anacronismo: no interior da própria lógica industrial burguesa, emergem as temporalidades e mentalidades disruptivas de um mundo arcaico que não se deixa reduzir à assimilação mercadológica. Com Mariana Duccini, doutora em Ciências da Comunicação pela ECA/USP. É coorganizadora dos livros "Gêneros cinematográficos e audiovisuais: perspectiv.