Cultura - Teatro

Solo-manifesto O Futuro Chegou Ontem, de Kleber di Lázzare, tem sua estreia presencial em julho

10 de Junho de 2022

Espetáculo retrata um pierrô maltrapilho que transita entre o presente e o passado tentando entender o atual momento em que vivemos

O futuro chegou ontem
Crédito: Cleber Correa (@_cleber.correa_)

Criar uma reflexão sobre as contradições existentes no Brasil do presente e do passado é a proposta do solo-manifesto O Futuro Chegou Ontem, escrito, concebido e interpretado por Kleber di Lázzare. O espetáculo, que teve uma versão online na pandemia de Covid-19, estreia presencialmente no dia 3 de julho na Giostri Livraria Teatro, onde segue em cartaz até 8 de agosto. 

Na trama, um pierrô maltrapilho está abandonado à própria sorte no meio da avenida por onde sua escola de samba desfilou em um tenebroso último carnaval. Estão espalhados por esse lugar restos de confetes, serpentinas e corpos, sobras das histórias, vestígios de violências e marcas de crueldade. 

Transitando entre o presente e o tempo passado/histórico, esse palhaço das ruas e da folia toma a avenida vazia de vida e de oxigênio e narra a sua derrocada. Ele remonta, dentro de um estado de alucinação, os últimos atos da comunidade da sua Escola de Samba na luta por existirem. Na busca por unir as partes dessa imensa colcha de retalhos, ele apoia-se e confunde-se entre acontecimentos recentes e fatos longínquos da nossa história. 

O solo teatral busca criar escritas para a cena a partir dos medos, dos desejos, das perdas, dos ganhos, dos conflitos, das bifurcações, das novidades, das repetições, dos olhares, das cegueiras, das frestas de luz, das escuridões, das respirações resistentes, das asfixias forçosas, das contradições e das inércias de um país e de um povo. E, também, da necessidade inadiável de criar movimentos que nos tomou nos últimos meses e que encontra ecos em diversos outros momentos da nossa história.

“É uma escrita cênica, um manifesto, um cortejo teatral, que visam dar voz e visibilidade aos corpos, às culturas, aos sobreviventes, aos silêncios forçosos, e às páginas apagadas da nossa história; dar visibilidade e palco para os direitos retirados e às expressões de um povo – expressões, direitos e páginas que definem esse povo”, explica di Lázzare.

“Criar um relato poético, cênico e teatral para estes tempos contraditórios e assombrosos é uma busca artística por uma cartografia sobre o nosso hoje para compartilhar e compreender – passado e presente – e, assim, podermos aludir acerca de possibilidades futuras”, acrescenta. 

Kléber conta, ainda, que se inspirou na frase “Não fomos catequizados. Fizemos foi Carnaval”, do Manifesto Antropofago de Oswald de Andrade.  

Sobre Kleber di Lázzare

Cursou, entre os anos de 1994 e 1996, Artes Cênicas na EAD – Escola de Arte Dramática/USP; se formou em Letras, pela Fundação Santo André; em 2011, graudou-se em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul).

Aperfeiçoou seus trabalhos com os cursos de Dramaturgia, com Chico de Assis; formou-se em Dramaturgia pelo Núcleo de Dramaturgia da ELT, em 2003, sob a coordenação de Luiz Alberto de Abreu; Direção, com Plínio Rhigon; O Ator Criador, com Ricardo Kosovsk; Canto no Teatro, com Dionísio Moreno; Cenografia, com Ciro Del Nero; entre outros.

Como ator, destacam-se os trabalhos: “Você Precisa Saber de Mim”, “A Felicidade Segundo os Felizes”; “A Tempestade”, de William Shakespeare, sob direção de Marcelo Lazzaratto; o autoral “O Dono da Videolocadora”, entre outros.

Como diretor, entre os mais de trinta espetáculos dirigidos, destacam-se “O Homem Travesseiro”, de Martin MacDonagh; “Mãos Dadas”; o autoral “O Fabuloso Mundo das Descobertas”; “As Damas de Paus”, de Mara Carvalho; “Felizes 30!”, de Eduardo Galán, entre outros.

Sinopse

Um pierrô maltrapilho do terceiro mundo está abandonado à própria sorte no meio da avenida por onde sua escola de samba desfilou em um tenebroso último carnaval. Esse palhaço das ruas e da folia toma a avenida vazia de vida e de oxigênio e narra a sua derrocada. Um olhar afiado e necessário para o nosso tempo e para essa construção ameaçada por pilastras corroídas pelo tempo que chamamos de nação. É fato: ela pode vir a desabar a qualquer momento.

Ficha Técnica

Dramaturgia, Concepção e Interpretação: Kleber di Lázzare

Preparação Corporal e Assistência de Direção: Marcela Sampaio

Pesquisa Musical, Trilha Sonora e Música Original: Edu Berton

Pesquisa e Produção Musical: Vitor Trida

Voz na Canção Original: Aline Calixto

Criação e Execução de Figurino:  Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon

Costureira: Simone Santos

Aderecista: Biano Ferraro

Pintura de Arte: Leandro Art

Criação de Cenografia: Kleber di Lázzare

Execução de Cenografia: PalhAssada Ateliê

Visagismo: Louise Helène

Fotografia: Cleber Correa

Identidade Visual e Mídias Sociais: Carlos Sanmartin

Contrarregra e Operação de Som: Rafael Fuzaro

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Produtora Executiva e Operação de luz: Marina Rodrigues

Direção de Produção: João Noronha

Realização: RN Produções Artísticas

Serviço

O Futuro Chegou Ontem - um solo manifesto

Temporada: 3 de julho a 8 de agosto

Aos domingos, às 17h, e às segundas-feiras, às 20h

Giostri Livraria Teatro - Rua Rui Barbosa, 201 - Bela Vista, São Paulo - SP

Ingressos: R$50(inteira) e R$25 (meia-entrada)

Vendas online pelo Sympla

Duração: 80 minutos

Classificação: 14 anos

Capacidade: 50 lugares

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