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Núcleo Mangalarga da Alta Mogiana completa 30 anos e terá história registrada em documentário

6 de Fevereiro de 2022

Comemorações também incluem a retomada de algumas atividades que foram paralisadas em função da pandemia do Coronavírus

Amizade e paixão pelos cavalos. Em 1991, a combinação desses dois fatores deu origem à mais representativa união de criadores de cavalos Mangalarga do interior do Estado de São Paulo: o Núcleo Mangalarga da Alta Mogiana que, em dezembro de 2021, completou 30 anos. A comemoração destas três décadas de existência terá início durante assembleia que será realizada em São Joaquim da Barra (SP), no próximo dia 12 de fevereiro, na Fazenda Santa Cecília. Na ocasião, a atual diretoria lançará um documentário que resgata fragmentos desta história.

Eventos equestres diversos como exposições, simpósios, jantares, cavalgadas, competições, leilões, cursos e confraternizações estão entre as atividades promovidas e realizadas pelo Núcleo ao longo dos 30 anos, sempre reunindo pessoas e famílias em torno da criação do cavalo da raça Mangalarga. “O Núcleo representa um nicho de amigos que têm os mesmos conceitos de criação do cavalo Mangalarga, um animal dócil e funcional, servindo tanto para o lazer, como para cavalgadas e competições”, fala Sérgio Serio, diretor e um dos ex-presidentes da entidade.

Um dos fundadores, Roberto Maestrello, lembra que a criação desta estrutura associativista foi uma decisão de criadores da região que se reuniam e queriam ter representatividade junto à Associacão Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga – ABCCRM. “Essa vontade veio deste grupo que já realizava leilões e cavalgadas e cresceu com a criação do Núcleo. Eu tenho orgulho e honra de ter sido fundador dessa entidade”, expressa. O ex-presidente relata que o Núcleo foi fundado com personalidade jurídica e registrado em cartório, adquirindo CNPJ, seguindo todos protocolos e trâmites burocráticos necessários, fato inédito na época.

Silvio Torquato Junqueira, atual presidente, ressalta que o Núcleo Mangalarga da Alta Mogiana procura conciliar todas as ideias e tendências, alinhavadas pelas confraternizações, que são o foco principal. “Tanto as cavalgadas, como as competições e exposições sempre foram muito incentivadas. O Núcleo sempre investiu nisso. Até porque, o esporte dá vida para a raça e agrega as pessoas. Paralelamente, o espírito de família é nosso farol condutor. Sem isso, a associação não existe”, salienta Junqueira, que defende esse mesmo caminho para os próximos anos do Núcleo.

Lembranças e expectativas

A 2ª Cavalgada na Serra da Canastra, em setembro de 2019, foi a última realizada pelo Núcleo. Devido às restrições impostas pela pandemia do Coronavírus, praticamente toda agenda planejada para 2020 e 2021 foi suspensa, com exceção da Copa de Marcha e Função e Etapa da Mangalargada, que aconteceu em outubro do ano passado, no Haras Manoel Leão, em Ribeirão Preto. 

A diretoria do grupo tem expectativas da retomada gradual das atividades ainda neste ano. De acordo com Fernando Rivabem, associado e também ex-presidente, duas cavalgadas estão na agenda: uma para a Serra da Canastra e outra em Cruzília, no Sul de Minas, nos meses de junho e julho, respectivamente. “As cavalgadas são minhas melhores lembranças do Núcleo. São programas de vários dias, que nos proporcionam dormir ao relento, viver a natureza com toda a força que ela tem. Essa convivência com pessoas de todas as idades cria uma relação de muito respeito, principalmente pelo fato de que os participantes passam dificuldades ao mesmo tempo, o que os aproximam muito”, conta o criador Rivabem.

Mangalarga da Alta Mogiana

Além de marcar o retorno do tradicional calendário, as cavalgadas integram a comemoração pelos 30 anos de existência do Núcleo, que terá, ainda, o lançamento de um documentário como registro audiovisual desta história. Filmada em fazendas de criadores associados na região, a produção reúne depoimentos de fundadores e até relatos de quem nasceu e cresceu em meio à movimentação do Núcleo. 

O vídeo com apelo histórico e artístico foi desenvolvido pela Torres Comunicação, com direção dos documentaristas Adriana Silva (jornalista e escritora) e Toninho Torres (videomaker), com apoio de produção, reportagem e divulgação da Verbo Nostro Comunicação Planejada. Após o lançamento presencial para associados, o documentário será veiculado pela internet pelos canais do YouTube e redes sociais do Núcleo.

Sobre o Núcleo Mangalarga da Alta Mogiana

Do começo com 30 criadores, o Núcleo Mangalarga da Alta Mogiana chegou a ter quase 300 associados, de várias regiões do Estado. Posteriormente, associados de regiões mais distantes se organizaram e constituíram outros Núcleos, sendo a experiência no Núcleo da Alta Mogiana o modelo que seguiram. Atualmente, são mais de 50, que fazem questão de destacar e reforçar o amor pelo Mangalarga e a importância da amizade que os mantém juntos. 

Criado em dezembro de 1991 e formalmente oficializado em fevereiro de 1992, o Núcleo Mangalarga da Alta Mogiana está oficial e formalmente ligado à ABCCRM, cumprindo sua função de unir e representar os criadores da região, bem como realizar atividades de fomento da Raça Mangalarga.  

Em Ribeirão Preto, em meados de 1980, a organização de exposições, leilões e provas equestres na região da Alta Mogiana foi o embrião do que hoje é o Núcleo. “As exposições eram organizadas pelos criadores de cada microrregião e as cavalgadas de um dia eram motivo para reunião dos amigos e suas famílias”, recorda Sérgio Serio.

A Casa do Mangalarga, instalada dentro do recinto da extinta Feira Agropecuária da Alta Mogiana (Feapam), funcionou por anos como sede do Núcleo, sendo, inclusive, o local onde sua oficialização foi efetivada. Atualmente, a sede é na cidade de Ribeirão Preto.

Perfil da raça

A opção dos criadores pelo cavalo Mangalarga está ligada às características desse animal, que é uma raça brasileira, com origem nos cavalos ibéricos. É um animal resistente, de confiança, confortável e com marcha de progressão, andamento peculiar, perfeito para turismo equestre, cavalgadas, equoterapia, trabalho diário em fazendas, além de momentos de lazer de toda a família.

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