Os 10 anos de Diego Simeone no banco do Atleti: como ele transformou os Colchoneros

O argentino é o técnico mais antigo em qualquer uma das cinco principais ligas da Europa e ganhou oito troféus durante sua década no cargo, quebrando uma série de recordes no processo. Para baixar fotos de Diego Simeone, acesse este link

O dia 23 de dezembro de 2011 não foi uma sexta-feira qualquer para o Atlético de Madrid. Foi o dia em que Diego Simeone voltou ao clube como treinador, marcando um antes e um depois na história de Los Colchoneros.

Com o time na décima posição na tabela e tendo acabado de sofrer a humilhante eliminação da Copa del Rey pelas mãos do Albacete, da terceira divisão, o clube procurava um substituto para Gregorio Manzano e considerava seu ex-jogador, que ainda tinha apenas 41 anos no clube, o homem para o cargo. O presidente do clube, Enrique Cerezo, e o CEO Miguel Ángel Gil Marín fizeram ligações para o Catania - o único clube europeu que Simeone havia treinado até então - e para o River Plate - o maior clube em que ele treinou - para avaliar sua adequação. Eles decidiram que El Cholo era o homem certo, taticamente e emocionalmente, para acender uma fogueira sob a equipe.

Simeone não hesitou quando recebeu o telefonema. Depois de ouvir o clube espanhol e desligar o telefone, o seu filho Giuliano - agora está no Atlético de Madrid B - disse “Então, você vai enfrentar Lionel Messi e Cristiano Ronaldo? ” e depois "Radamel Falcao não joga lá?" “Sim” e “sim”, foram as respostas. Com sua família tão animada quanto ele, Simeone embarcou nesta nova aventura.

De décimo ao título

Na década seguinte, Simeone levou o Atlético a novos patamares sem precedentes. Ele assumiu uma equipe que estava em 10º lugar na tabela, mas eles não ficaram lá por muito tempo. No final do ano, eles estavam em quinto lugar e voltaram para a Europa, e Simeone conduziu o Atleti ao primeiro de seus oito títulos como técnico ao vencer a Liga Europa daquela temporada. Não só eles venceram a final contra o Athletic Club, de LaLiga Santander, por 3 a 0, com Simeone derrotando seu ex-técnico Marcelo Bielsa, mas o Atleti venceu todas - em casa e fora - das oito partidas eliminatórias que disputou até chegar ao título.

Em seguida, eles golearam o Chelsea por 4-1 na SuperTaça Europeia de 2012 para a segunda conquista de Simeone, com o jogador favorito de Giuliano, Falcao, dando uma aula magistral com um hat-trick. Naquela temporada 2012/13, o time ganhou uma Copa del Rey e terminou em terceiro lugar em LaLiga Santander e para a primeira de nove eliminatórias consecutivas da Liga dos Campeões.

A maior conquista de Simeone foi vencer LaLiga Santander duas vezes como treinador do Atlético de Madrid. O primeiro campeonato aconteceu em 2013/14, quando a equipe da capital teve de ir ao Camp Nou na última rodada da temporada para evitar a derrota, o que fez devidamente graças a uma cabeçada histórica de Diego Godín e um empate 1-1. O Atleti de Simeone terminou em primeiro lugar recentemente este ano, conquistando o título com uma vitória de 2 a 1 de parar o coração na casa do Real Valladolid no último dia da temporada, dando ao clube seu 11º título da liga nacional.

Recordes atrás de recordes

A caminho de ganhar oito troféus como treinador - os dois campeonatos de LaLiga Santander, mais dois títulos da Liga Europa, duas Supercopas UEFA, uma Copa del Rey e uma Supercopa Espanhola - o argentino quebrou vários recordes e atingiu vários marcos.

Uma vitória por 2-1 sobre o Athletic Club em março de 2021 foi sua 309ª no comando da equipe e que o viu ultrapassar o lendário Luis Aragonés para se tornar o treinador do Atlético com mais vitórias de sempre. Simeone conseguiu isso em muito menos partidas também e está se aproximando do recorde de Aragonés de jogos no comando do clube de 612. Após seus primeiros 10 anos no cargo, a contagem de 551 de Simeone significa que ele pode atingir este marco na próxima temporada.

A nível nacional, Simeone já é o homem que foi treinador principal de um clube da LaLiga Santander pelo segundo maior tempo consecutivo. Os 417 jogos consecutivos de Miguel Muñoz na liga no Real Madrid entre 1959 e 1974 são o alvo desta categoria e Simeone, com 382 após completar uma década no comando, também conquistaria este recorde em 2022/23.

Transição também na Europa

Além dos troféus e dos recordes, Simeone conseguiu transformar o Atlético de Madrid de um participante ocasional da Champions League e um perene fracasso em uma das equipes mais temidas do continente. Eles conquistaram quatro troféus europeus sob sua supervisão, além de chegarem a duas finais da Liga dos Campeões e se tornarem regulares nas eliminatórias da principal competição continental da Europa.

Antes de sua chegada, o Atleti havia disputado 34 partidas nas últimas 16 etapas ou além da Copa da Europa nos primeiros 56 anos de existência do torneio. Em apenas 10 anos desde que chegou ao Atleti, eles jogaram mais 31 partidas nas últimas 16 fases ou além da Liga dos Campeões, e terão pelo menos mais duas quando o torneio desta temporada for reiniciado em fevereiro.

O treinador colocou o Atleti no top 10 do ranking de coeficientes de clubes da UEFA e manteve-o lá, algo que era impensável quando ele assumiu a posição.

Ele fala abertamente sobre o crescimento do clube e a evolução ano após ano que está sendo feito fora de campo também, principalmente com a mudança do antigo Vicente Calderón para o novo Wanda Metropolitano de última geração, uma transição que foi tão impreceptível como era graças a Simeone e à maneira como ele sempre alcançava resultados positivos e conduzia a torcida durante as partidas como se fosse sua orquestra.

Kiko Narváez, um de seus ex-companheiros de equipe, disse a famosa frase: “Simeone já era treinador em campo durante seus dias de jogador”. Após 10 anos de seu reinado no banco de reservas Atleti, ele está tão apaixonado como sempre enquanto realiza o trabalho que estava destinado a ser seu. Certamente haverá muitos mais anos e registros por vir.

Sobre a LaLiga

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