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Entrevistamos Rodrigo Lang, fundador da Escola de Negócios mais inovadora da América Latina

9 de Novembro de 2021

Em uma conversa direta ao ponto, o executivo a frente do BBI of Chicago conversou com nossa equipe sobre o cenário atual e futuro da educação de ponta

Quem se depara com uma porta simples no terceiro andar de um luxuoso edifício comercial na Zona Oeste do Rio de Janeiro não imagina que por trás daquele simples portão está o coração da instituição de ensino considerada a mais inovadora da América Latina, segundo ranking recentemente publicado pelo Education Index.

Foto: Rodrigo Lang em evento de Negociação drive-in em Brasília

Em uma sala simples, composta apenas por uma cadeira e uma mesa, fomos recebido pelo fundador do BBI of Chicago que aceitou responder algumas perguntas da nossa equipe. Do lado de fora, uma equipe de mais de 200 colaboradores trabalhava utilizando equipamentos poderosos, lembrando mais uma empresa de tecnologia do que de educação.

Vamos às perguntas.

No que reside a inovação na educação?

Acredito que inovação vem da simplicidade. Uma coisa que aprendi quando começamos a montar nossa operação, ainda tendo os EUA como principal hub, é que o mercado latino americano investe muito em hardware e  pouco em software. Em todos seguimentos, não só os tecnológicos. Temos, por exemplo, no Rio de Janeiro – as estações de metrô mais lindas do mundo, mas uma malha de baixíssima eficiência. Do que adianta termos obras de artes em estações se não conseguimos levar nem 50% da população de um ponto A para um ponto B. Na educação é a mesma coisa, principalmente na educação à distância: temos sistemas lindíssimos, aplicativos maravilhosos, mas com péssimos conteúdos ou metodologia. No nosso caso, começamos pelo básico: trouxemos o melhor conteúdo do mundo e a melhor metodologia. Esta é a raiz da inovação, a base de tudo. É lógico que procuramos inovar em outros processos, mas acho que a conversa ficaria um pouco longa.

Fique à vontade para nos contar: que outros processos?

Sempre falo que para dominar o mercado você precisa de três coisas:
1) um produto ou serviço que resolva um real problema da sociedade;
2) dominar o canal;
3) medir a qualidade da sua entrega.
Grande parte das empresas de educação possuem dificuldade de dominar o canal e encontram uma solução que na minha visão é muito simplista: a oferta excessiva de bolsas. Atualmente, recebemos anualmente 10 mil alunos, sendo que - desse total - são 600 bolsistas parciais. Isso equivale a 6% do total. Empresas com o perfil como nosso possuem em média mais de 80% de bolsistas parciais. Outro ponto interessante: se você quiser se candidatar a uma bolsa, você não encontra essa opção no site. Você precisa ser indicado por um aluno nosso ou ser convidado através de anúncio nas principais redes sociais. Usamos o algoritmo de inteligência artificial das principais redes ao nosso favor. Nós queremos chegar até as pessoas certas. E estamos chegando.

Por que um modelo totalmente online? 

Na verdade, essa é uma pequena confusão que as pessoas fazem sobre o BBI. Nosso modelo é 90% online. Quando começamos nossa operação em Illinois e depois na Flórida, testamos um MVP presencial – principalmente para atender empresas americanas da Costa Leste – uma região desabrigada dos centros de inovação do Vale do Silício. Essa operação in-company rapidamente se expandiu para o Brasil e perdura até hoje.

Nos dias de hoje, temos cursos ativos nos EUA, Brasil, Singapura, Malásia, China, Emirados Árabes, Suíça e Omã online, sendo que no Brasil e EUA ainda operamos com algumas turmas exclusivas para executivos em formato presencial. São altamente exclusivas. Para se ter uma ideia, estamos com praticamente 100% das vagas de 2022 preenchidas desde a metade desse ano.

Na sua visão, quais as novas fronteiras e as maiores oportunidades no setor de educação?

Essa é uma pergunta que muito me fazem. Venho falando de metaverso desde o ano passado de forma intensa. Esse tema veio à tona agora com o Facebook, mas essa criação dos mutiplos universos não é um assunto novo. Matrix já alertava sobre isso faz duas décadas. O que mudou? A pandemia escancarou que é possível termos uma vida em um universo digital, ganhando dinheiro, tendo uma segunda profissão, transacionando como moedas digitais e assim vai. A educação precisa estar preparada para isso e não está. Tente pagar qualquer faculdade do mundo com Bitcoin, por exemplo e me conte o resultado. Para falar a verdade, nem mesmo no BBI você irá conseguir. Por isso, nosso desafio é estar sempre um passo a frente. E não falo do desafio do BBI, mas do desafio de todos aqueles que querem fazer educação de ponta. E precisamos estar a frente não apenas antecipando tendências, mas sim sendo elementos ativos de implementação dessas tendências.

Você pode antecipar quais os planos para 2022? 

Muitos executivos teriam medo de responder a essa pergunta, mas gosto de dividir nossos planos. Fomos inclusive a primeira escola de negócios de capital fechado no Brasil e EUA a divulgar relatórios de relacionamento com mercado de forma pública. Nossas principais frentes para 2022 reside em alguns pilares: queremos ser referência em gestão em alguns segmentos chave, tais como saúde, produto, esporte e e-sports. Visualizamos também grandes oportunidades no mercado hispânico (América Latina e EUA) e Europa.

E Ásia? 

Esse pedaço vou ficar te devendo contar. Mas adianto: quem não está olhando para China, não está olhando para o mundo. Teremos muitas novidades por aí.

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