Patrícia Fernandes entrevistou na última terça-feira o cantor José Carlos dos Santos, ou Carlinhos Santos. O artista nasceu no dia 04 de novembro em Taquaral, uma pequena cidade do interior de Goiás, distante 80 quilômetros da capital. As primeiras influência musicais viriam mesmo através de seus pais, Salviano Barroso, e a mãe Rosalina, que em casa sempre ouviam muita música. Desde grandes cantores do rádio, como Nelson Gonçalves, até ídolos da juventude da época, como os artistas da Jovem Guarda.
Ainda criança, Carlinhos já tinha um forte contato com a musica, pois o pai sempre cantava e tocava nas festas da região, acompanhado de dois amigos que tocavam violão e pandeiro. Além disso, na família, tanto do lado materno quanto paterno, havia muitos tios e primos relacionados com atividades musicais. Todos autodidatas.
Quando tinha apenas três anos de idade, o pai o levou para cantar num programa de rádio na sua cidade natal. Com dez anos participou do primeiro festival, aí já residindo na cidade de Itaberaí, próxima à Taquaral. Dos dez aos dezesseis anos continuou participando de festivais, cantando em festinhas com os amigos e começou a fazer as primeiras composições ainda na adolescência. A princípio, as canções traziam letras de caráter religioso e de protesto, fruto do contato que tinha com pessoas ligadas a religiões e da militância nas campanhas de Centros Cívicos das escolas nas quais estudava. Aos onze anos de idade, os pais se separaram e Carlinhos passou a trabalhar para ajudar a mãe. Foi engraxate, comerciário, entregador de gás, despachante, lanterneiro e ainda achava tempo para participar de vários festivais, chegando a vencer alguns, interpretando canções desde Raul Seixas à Morris Albert, além de suas próprias composições.
Ainda adolescente em Itaberaí, foi convidado a participar de uma banda de bailes, a Banda San Carlo, onde ficou por quatro anos. E durante esse tempo aprendeu a tocar violão (sozinho, já que, por ser canhoto, ninguém se dispunha a ensinar alguém que tocava com as cordas pelo lado contrário!) e conheceu, entre outros músicos e amigos com os quais desenvolveria seus projetos musicais, Jairo e Ocione Reis, futuros guitarrista e contrabaixista da banda P.0. BOX. A banda San Carlo, infelizmente acabou. E o vocalista separou dos dois amigos e partiu para conseguir outro trabalho, pois já estava casado e acabara de nascer sua primeira filha, Marina. Daí, Carlinhos trabalhou como funcionário público municipal durante um ano e meio. No período com a San Carlo, continuou estudando até se formar em Técnico Agrícola, curso que lhe qualificava a trabalhar como Extensionista Rural. Mas ele continuaria mesmo na música.
Enquanto trabalhava como funcionário público, surgiu a oportunidade de formar a banda Esquema Novo, na cidade de Americano do Brasil. A princípio, Carlinhos recusou, pois não queria se mudar de Itaberaí. Mas a vida estava difícil e o emprego não estava lhe dando condições. Além disso, já havia nascido a segunda filha, Maria Rita. Não teve jeito. E ele acabou indo iniciar uma nova banda. Também era um conjunto que tocava em bailes. Ficou no Esquema Novo por cinco anos. Durante esse tempo, continuou compondo - incorporando novos estilos às canções - e começou a trabalhar em estúdios, como produtor, arranjador, vocalista, etc. E teve a felicidade de ver nascer o primeiro filho, José Carlos dos Santos Filho.
O primeiro trabalho como produtor foi feito em l.988 em um disco de música pop, que infelizmente nem chegou a ser prensado. Tainá Rakan era o nome do grupo.
A partir daí, passou a trabalhar com jingles, vinhetas, trilhas, etc., até gravar, em 1.990, seu primeiro disco, com a Banda Marcantes, de Goiânia. Uma banda de bailes e shows, muito ativa em Goiás e em vários estados. O disco fez um sucesso razoável nas rádios da região. Na banda Marcantes conheceu Nelson Araújo, mais tarde, guitarrista da P.0. BOX. Mas, a direção da Marcantes preferia continuar apenas no circuito de bailes, e em l.992 Carlinhos preferiu retornar para o interior, já disposto a diminuir a intensidade da atividade musical. Voltou para Taquaral, formou um trio, juntamente com um tecladista/saxofonista e um contrabaixista. Aí, cantava e tocava violão. O resultado do trabalho foi muito bom. O grupo fazia covers e animava festas na região. E daí pra surgir mais uma banda foi rápido. Nascia então, a Mira Cetti, uma banda de bailes, mas já com o objetivo definido de gravar um disco. Carlinhos chamou Nelson e também Neil Araújo, irmão de Nelson e baterista. Em novembro de l.993, gravaram a música “Em nome da paixão” de autoria de Carlinhos, uma balada que fez muito sucesso em algumas FMs do interior de Goiás. Entre 1.995 e 1.997, a Mira Cetti serviu como banda de apoio nos primeiros shows da dupla Cleiton e Camargo. Carlinhos produzia, tocava violão e fazia backing-vocals nos shows.
Mas, ainda não seria daquela vez. Por conta de uma série de problemas e necessidade de expandir o trabalho, Carlinhos teve que deixar a Mira Cetti e se mudar para Inhumas, uma bela e pacata cidade bem próxima de Goiânia.
Nessa época, enquanto trabalhava em estúdios e atuava junto a outros artistas, montou uma banda de música country, a Nashiville Country Band, um trabalho que lhe trouxe muitas alegrias, pois o repertório era puro country rock. Fez vários shows por Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Tocantins, etc. Hoje, a banda continua em franca atividade, mais voltada para o sertanejo.
No final de abril de 1.997, paralelamente ao trabalho com a Nashiville, trabalhava como vocalista em trabalhos “free-lancer”. E reencontrou-se com Jairo, após vários anos sem trabalharem juntos. Entre outros projetos, discutiram a possibilidade de, juntamente com Ocione, gravarem um disco. A princípio, desanimado com tanta dificuldade encontrada nas tentativas anteriores, não se empolgou muito. Mas acabou sendo convencido por Jairo e ainda trouxe Nelson e Neil para junto do grupo.
Carlinhos, que já contava com um grande número de composições (que viriam a se tornar os grandes sucessos da banda), e ainda mais contente pela possibilidade de voltar a trabalhar um disco, mostrou as canções, definiu os caminhos básicos para a produção do trabalho e foram á luta. Daí, levou os arranjos e as idéias ao produtor e arranjador Guilherme Bicalho. E surgia a BANDA P.0. BOX, com Carlinhos Santos e Cia. Impulsionado pelo sucesso Papo de jacaré, a banda viria a se tornar um dos maiores sucessos do pop nacional recente, com vendagens superiores a meio milhão de discos e shows por todo Brasil, além de duas temporadas por EUA e Japão. Gravaram quatro discos. Até o sol raiar (independente), P.O. Box - Ao vivo, A festa continua (pela gravadora EMI) e P.O. IV - Acústico ao vivo, que juntamente com um DVD, fecharam um ciclo. Este último nem chegou a ser lançado no mercado.
Após mais de seis anos de muito sucesso, mas com constantes problemas internos (divergências entre os componentes, pouca exposição na mídia, vontade de seguir outros rumos na carreira, etc.) e externos (pirataria, mudanças radicais no mercado fonográfico) Carlinhos resolveu deixar a banda e seguir em carreira solo. Passou a produzir e acompanhar outros artistas e gravou dois discos - Pra chamar sua atenção, CD solo e o CD e DVD Qwert - Rock’n pop acústico, ao lado do músico Haroldo Menezes, com regravações de grandes sucessos do pop-rock nacional dos últimos anos, lançado pela Musart Music.
E após um tempo longe das atividades com a banda, decidiu lançar, juntamente com Jairo e Ocione, uma edição especial do CD e DVD P.0. BOX - IV - Acústico ao vivo.
A banda P.O. BOX mantem atividades exclusivamente para os fãs, com produção de novas canções e vídeos, mas diminuiu sensivelmente os shows.
Atualmente, Carlinhos continua trabalhando em produções artísticas e musicais pra outros artistas e lança um projeto há muito preparado. O CD e DVD Canções que Ouvimos e Gostamos de Cantar, com interpretações de grandes canções de todos os tempos. Nesta primeira edição, as baladas internacionais dos anos 70, ouvidas em novelas, filmes e sucessos de rádio daqueles anos.
Além dos três primeiros filhos, hoje é pai de André Luiz e Carlos Vinícius, nascidos em 2.001 e 2.003, de um outro casamento.
Todo o trabalho desenvolvido ao longo desses anos em bandas de baile, bares, estúdios de gravação, deram ao músico uma formação muito eclética. Soma-se a isso o fato de ser um artista sempre atento ao movimento pop, aberto a novas tendências musicais e com uma grande capacidade de integrar suas idéias aos grupos por onde passou. Tem-se, assim, uma carreira de muita luta, muita dificuldade, mas também com uma sólida bagagem, que lhe permitiu fazer da P.0. BOX uma banda de sucesso e muito querida pelo público. E o sucesso continua até hoje, com uma legião de fãs que mantem sempre vivas as imagens e canções da banda pela Internet, além de execuções de suas canções por todo Brasil.
Carlinhos adora a estrada, o palco, mas no estúdio, gravando ou produzindo discos ele também se sente muito à vontade.
Roqueiro de alma e coração, amante de MPB, é um compositor versátil, que gosta de fazer canções de todos os estilos. Só não gosta de letras vulgares, com expressões deselegantes. É escorpiniano, torcedor do Flamengo, fã de cinema, música, esportes e leitura. É apaixonado por animais, amante da natureza. Não bebe, não fuma e nunca usou drogas. Considera o seu público o motivo maior de todo empenho no trabalho. Autodidata, sua formação musical vem basicamente do Blues (uma grande paixão), rock’n roll e MPB. Sempre grato à Deus “por tudo e acima de tudo”, entende que os seus dons devem ser sempre usados em favor da alegria e uma maior integração entre as pessoas, sempre para o lado do bem.
Além das atividades com o novo projeto, continua a trabalhar com produções musicais e composições, inclusive para outros artistas, já tendo sido gravado por Banda Nashiville, Latino, Trem da Alegria e artistas sertanejos. Entre os quais, Lucas & Luan, Henrique & Hernane, Marcos e Fernando, Leo & Leo, K-Z, João Vítor & Raul, etc.
Atualmente, o artista desenvolve um projeto há muito sonhado, o CONTANDO E CANTANDO O CERRADO BRASILEIRO, em parceria com letrista e poeta tocantinense Pedro Ivo Peres, com 12 faixas, sendo 11 canções sobre os animais do cerrado e a narrativa de um poema, enfocando temas a favor da conscientização pela preservação do Cerrado Brasileiro. Nesta primeira edição as músicas falam dos animais do cerrado. As letras mostram curiosidades e informações sobre esses animais, bem como chama a atenção para o sério problema ambiental do Cerrado, bem como a risco de extinção da maioria desses animais. O formato será em CD e livreto, contendo as letras e histórias dos animais citados nas músicas. Além disso, Carlinhos pretende levar o material e show para ser mostrados nas escolas públicas e particulares, eventos de meio ambiente, turismo e esporte/lazer.
Sempre muito sorridente, considera muitíssimo importante o contato com os fãs. Por isso, busca sempre estar disponível e bem disposto para entrevistas, fotografias, autógrafos, etc.
INFORMAÇÕES MAIS DETALHADAS
Nome completo – José Carlos dos Santos
Cidade natal – Taquaral – GO.
Aniversário – 04 de novembro
Pai – Salviano Barroso dos Santos
Mãe – Rosalina Barroso da Silva
Bandas em que trabalhou – San Carlo, Esquema Novo, Os Marcantes, Mira Cetti, Nechivile
Artistas com quem trabalhou na fase dos bailes – Lindomar Castilho, Cleiton e Camargo
Formação musical – Sertanejo de raiz, Serestas, MPB e Rock´n roll
Artistas que admira – Renato Braz, Renato Teixeira, Mato Grosso e Mathias, Milionário e José Rico, João Bosco, Vander Lee, Gereba, Joe Cocker, David Coverdale, Michael Johnson, banda Eagles
CURIOSIDADES
Orientação religiosa - Cristã
Ídolo na música – A banda Pink Floyd
Um lugar – Qualquer um, com meus filhos
Uma paixão – Animais, principalmente cachorros
Uma cidade – Taquaral-GO.
Defeito – Confiar demais
Mania – Falar demais
Um sonho – Ver acabar a impunidade no Brasil
Brasil – Melhor lugar do mundo, apesar dos políticos
Esportes preferidos – Automobilismo e Futebol
Um livro – Noite (Érico Veríssimo)
Um filme – Não amarás (Krisztof Kieslowsky) (e “Lisbela e o Prisioneiro”, claro).
Uma música – Hotel Califórnia (Eagles)
Time – Flamengo
Signo – Escorpião
RELEASE
Carlinhos P.O. BOX
Conhecido como vocalista da banda P.O. BOX, Carlinhos é músico profissional há mais de 32 anos. Neste período desenvolveu trabalhos em variadas áreas musicais como professor em escolas de música, crooner em bandas de baile, bares e até em peças de teatro. Produtor musical, também atuou como arranjador e músico em vários estúdios. Além disso, foi fundador e vocalista da banda Nechivile. Em 1998 fundou e liderou a banda P.O. BOX, grande sucesso em shows e mídia em todo Brasil (tuornées ao Japão e EUA), com vendagens próximas a um milhão de discos (discos de Ouro e Platina) pela gravadora EMI, além de trabalhos independentes. Em 2005 criou o bem sucedido projeto QWERT – Rock´n Pop Acústico, com apresentações no FICA, Canto da Primavera, Conad, além de vários shows em Goiânia e interior de Goiás. O QWERT foi o primeiro artista do bem sucedido projeto Executiva nos Bares (hoje Executiva no Palco). Como compositor, tem canções gravadas por P.O. BOX, Latino, Trem da Alegria, Lucas e Luan, Chico Rei e Paraná, Henrique e Hernane, entre outros. Entre 2008 e 2009, atuou como back vocal da banda de Bruno e Marrone.
Paralelamente ao trabalho como artista, realiza trabalhos na área de produção musical, artística, gerenciamento artístico, além de atuar como back vocal para outros artistas, entre eles, Bruno e Marrone. E dirige junto com o filho uma produtora de vídeo, onde produzem DVS e vídeo clipes.
Um de seus projetos atuais é o recém criado projeto CANÇÕES QUE OUVIMOS E GOSTAMOS DE CANTAR - em shows, CD e DVD - onde o artista interpreta canções de todos os tempos nos formatos acústico ou elétrico - solo ou com banda - em interpretações personalizadas. Na primeira edição do projeto, as canções escolhidas são os Standards internacionais dos anos 70, ouvidas no rádio, em novelas e filmes da época.
Atualmente, o artista desenvolve um projeto há muito sonhado, o CONTANDO E CANTANDO O CERRADO BRASILEIRO, em parceria com letrista e poeta tocantinense Pedro Ivo Peres, com 12 faixas, sendo 11 canções sobre os animais do cerrado e a narrativa de um poema, enfocando temas a favor da conscientização pela preservação do Cerrado Brasileiro. Nesta primeira edição as músicas falam dos animais do cerrado. As letras mostram curiosidades e informações sobre esses animais, bem como chama a atenção para o sério problema ambiental do Cerrado, bem como a risco de extinção da maioria desses animais. O formato será em CD e livreto, contendo as letras e histórias dos animais citados nas músicas. Além disso, Carlinhos pretende levar o material e show para ser mostrados nas escolas públicas e particulares, eventos de meio ambiente, turismo e esporte/lazer.