Por Julio Di Madeo
Em meio a uma das principais crises sanitárias do mundo e após três meses de recuo no País por conta da insegurança do atual momento, o mercado se mostra empolgado com os recordes históricos que a bolsa de valores brasileira tem batido. No mês de junho, foram oito altas consecutivas, com alcance de 130 mil pontos, registrando a maior série de ganhos desde 2018.
A justificativa para esta melhora pode se dar por conta de alguns fatores, entre eles aceleração no processo de vacinação, juros baixos em relação ao histórico brasileiro, expectativa de retomada da economia, influência de mercados externos e alta das commodities.
Na opinião dos especialistas, o risco do país ainda pode gerar instabilidade no índice, porém, a pergunta que fica é, a alta pode produzir alguma melhoria imediata na saúde financeira da população?
Segundo entrevista do professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, José Roberto Savoia, concedida ao blog do Nubank (https://blog.nubank.com.br), o crescimento por si, em um primeiro instante, só aumenta a desigualdade (social), já que o salário está comprimido e há muito desemprego. Além disso, houve aumento na informalidade no país, e o informal, além de ter instabilidade dos ganhos, não tem a cobertura social adequada.
Porém, segundo ele, com alguns países em vacinação adiantada e a pandemia mais controlada ensaiando uma retomada animadora, o Brasil tem chances de se dar bem, especialmente quando se trata dos maiores parceiros comerciais do Brasil, pois o crescimento das economias de grandes potências eleva a necessidade por produtos brasileiros para dar suporte ao avanço econômico.
Ainda de acordo Savoia, o efeito dessa demanda afeta positivamente o mercado daqui e as expectativas de crescimento do Brasil também ficam elevadas. Com isso, grandes empresas estão tendo aumento de suas receitas, e um movimento mais consistente de retomada de resultados.