Vacinação em massa, adoção de protocolos de segurança em todo setor e redefinição da imagem do Brasil no mercado externo
Essa é a fórmula apontada por especialistas e por entidades como a FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação) e CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) para a retomada do turismo no pós-pandemia.
Desde o início das restrições sanitárias e aumento de casos da Covid-19, o Brasil perdeu mais de R$ 55 bilhões em receitas, o que impactou toda cadeia da indústria de turismo como operadoras, companhias aéreas, hotéis, restaurantes, organizadores de eventos, entre outros participantes, diretos e indiretos, do segmento.
Um estudo realizado pelo Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) identificou que, entre os brasileiros, o desejo de viajar no pós-pandemia é maior do que o de trocar de carro. De acordo com os resultados, a possibilidade de realizar uma viagem foi apontada como maior desejo por 25% do público, enquanto a compra de um novo carro alcançou apenas 11%.
No entanto, o cenário ainda mescla as expectativas positivas e as incertezas como, por exemplo, o risco de uma nova onda provocada pelas variantes e a consolidação do cronograma de vacinação. Em São Paulo, por exemplo, o Governo do Estado anunciou uma previsão de imunização de toda população acima de 18 anos até o final de outubro, considerando a primeira dose. Em um cenário com a aplicação de uma segunda dose, essa previsão pode se estender por pelo menos mais dois ou três meses, ou seja, dezembro de 2021 e janeiro de 2022.
As empresas do setor já iniciaram suas ações e estratégias visando acelerar a retomada. Agências de turismo estão oferecendo pacotes com descontos e programas de fidelidade para públicos específicos como, por exemplo, maiores de 55 anos, que estão na frente da fila de imunização com as duas doses.
Grandes redes de hotéis, em todo Brasil, estão estruturando campanhas com serviços exclusivos e até a inauguração de novas unidades para atrair os turistas no período de verão.
A parcela mais otimista acredita que a retomada seja iniciada no segundo semestre de 2021, os mais cautelosos aguardam o movimento para o início de 2022.
Por outro lado, os dois grupos demonstram consenso de que também será necessário um reposicionamento da imagem do Brasil no mercado internacional e foco na inovação de novas ofertas para atrair os turistas. Os dados da Organização Mundial do Turismo apontam uma queda de 88% nas viagens internacionais e na América do Sul.
Quando e como será a retomada do turismo no pós-pandemia ainda é uma pergunta sem resposta. No entanto, esse movimento se aproxima na medida que avança o programa de vacinação.
Nos Estados Unidos, onde são imunizadas, em média, 3 milhões de pessoas por dia, foi registrado um crescimento de 75% nas buscas por voos para o mês agosto em um dos aplicativos de viagem disponíveis e 27% em um site especializado de viagens.
No Brasil essa retomada será responsável pela ativação de um setor que reponde por cerca de 8% do PIB nacional e gera renda para mais de 10 milhões de pessoas. Assim, nos resta aguardar a vacinação em massa para permitir.