Business -

Dólar valoriza 3% contra o real em março

24 de Abril de 2021

Moeda brasileira tem queda devido a piora da pandemia da covid-19 e o atraso na vacinação

No Brasil, o quadro de agravamento da pandemia do novo coronavírus e o atraso na campanha de vacinação, em conjunto com as incertezas recorrentes nos âmbitos político e fiscal, tem contribuído para que a moeda local siga depreciada. O dólar valorizou 3,0% contra o real em março, de acordo com a iHUB Investimentos. 

Paulo Cunha é sócio fundador da iHUB Investimentos
Foto: Divulgação

Por outro lado, no mercado de ações, o resultado mensal foi positivo com alta de 6,0% para o Ibovespa, impulsionado pelo desempenho de empresas mais sensíveis à reabertura da economia e ligadas ao setor de commodities.

No dia 17 de março, os diretores do Banco Central Brasileiro voltaram a elevar a taxa básica de juros após quase seis anos, com um aumento de 0,75 ponto porcentual. “O evento provocou um movimento de elevação dos juros futuros no país, e os índices de renda fixa que representam os títulos prefixados, chamados de IRF-M, e atrelados à inflação, IMA-B,  tiveram queda mensal de -0,84% e -0,46%,”explica Cunha.  

Paulo Cunha, sócio-fundador da iHUB Investimentos, explica que no ambiente das ações, as bolsas globais seguiram o movimento de valorização, pois os índices que representam os mercados acionários dos Estados Unidos, o S&P 500, na Europa, o MSCI Europe, e do mundo, chamado de MSCI ACWI, tiveram alta em dólar de 4,2%, 2,7% e 2,5%, respectivamente. 

Renda Fixa

Após um período bastante negativo para a classe de fundos de Renda Fixa e de Crédito, entre o segundo semestre de 2019 e o fim de 2020, foi observado um mês de forte captação líquida para a classe. Dados da ANBIMA mostram fluxos positivos de R$ 12 bilhões em março e cerca de R$ 59 bilhões para o primeiro trimestre de 2021. 

Com a retomada do ciclo de alta da taxa SELIC, a taxa de juros básicos da economia, de 2% para 2,75%, no terceiro mês do ano, a atratividade da classe de Renda Fixa começa a voltar e pode se intensificar, conforme a alta dos juros. 

Expectativas para abril 

De acordo com o sócio-fundador da iHUB, o andamento do mercado deve continuar relacionado com a vacinação das populações dos principais países. Os índices mundiais mais importantes devem sentir mais resistência nas altas por já estarem em topos históricos, e as preocupações quanto à inflação devem fazer os investidores serem mais cautelosos nas próximas semanas.

No Brasil, os juros futuros devem seguir pressionados enquanto não houver uma solução para o orçamento além do encaminhamento das principais reformas, administrativa e tributária. Vale ressaltar que o país ainda é um dos piores emergentes quando calculado o valor da bolsa em dólar, o que demonstra preocupação dos investidores quanto ao quadro político e fiscal brasileiro, por um lado, por outro uma possível oportunidade de upside maior com relação às demais bolsas globais.

Abaixo, confira como foi o desempenho dos principais indicadores em março/2021: 

  • CDI: +0,20%
  • Dólar: +2,59%
  • S&P: +4,24%
  • IBOVESPA: +6,00%

Sobre Paulo Cunha

Paulo Cunha é sócio fundador da iHUB Investimentos, empresa especializada em assessoria de investimentos, com mesa de operação atuante em ações, derivativos e câmbio em tempo real. Possui mais de 1,5 mil clientes no Brasil e em 2014, firmou parceria com a maior plataforma de investimentos da América Latina, fundando a iHUB e sendo um escritório credenciado a XP Investimentos. Desde então, é diretor executivo da empresa, que possui matriz na Vila Olímpia e Alphaville, em São Paulo e Barueri. Também é palestrante e professor sobre investimentos de cursos em plataformas EAD.

Comentários
Assista ao vídeo