No último ano, principalmente, no Brasil, o que vemos é a repetição de estratégias e fórmulas de prevenção, em maior ou menor escala, com resultados momentâneos e colocando a eficácia em questionamento.
Já a experiência da vacinação, que em nosso país teve início tardio e ocorre de forma lenta, apesar de todo know-how brasileiro com campanhas e programas de alcance nacional, demonstra ser o caminho mais eficiente.
Em países como Israel, que proporcionalmente é o que conta com a maior taxa de imunização mundial, e nos Estados Unidos, que deve concluir a primeira etapa de vacinação em breve, as curvas de contágio despencaram e os processos de retomada das atividades estão em andamento.
Claro que a vacinação não representa o fim da pandemia, já que mesmo após a imunização, ainda teremos que continuar com os protocolos de segurança sanitária. No entanto, veremos uma redução significativa em relação ao número de mortes e de casos de contaminação ou de novas cepas. Dados recentes registraram mais de 2,65 milhões de mortes no mundo, sendo mais de 277 mil no Brasil.
O neurocientista Miguel Nicolellis, professor da Universidade Duke, nos Estados Unidos, responsável pelo Projeto Mandacaru, grupo formado por voluntários de diversas áreas que oferecem orientação e consultoria para o enfrentamento da pandemia a nove estados da região nordeste do Brasil, avalia que a situação da pandemia no país é o reflexo de uma sequência de equívocos.
O cientista aponta que o primeiro erro foi minimizar a gravidade no início da pandemia antes de ela chegar ao Brasil, o segundo foi negar os impactos da primeira onda de contaminação e o terceiro a falta de uma ação centralizada no combate à pandemia.
Diante desses dados é fácil observar como a vacinação em massa surge como a solução necessária e viável para reduzir os impactos e efeitos desastrosos dessa pandemia, já que contribuirá para salvar vidas de pessoas e de empresas que continuam sofrendo com o efeito cíclico das mesmas medidas.
Excluindo essa alternativa, o que nos resta é ver os mesmos erros sendo cometidos com resultados similares, que aumentam as incertezas e a ansiedade de toda população diante da pandemia.