Cultura - Teatro

Espetáculo Loucas

4 de Março de 2021

A peça tem no elenco a atriz Carolina Stofella e o cantor Gilberto Chaves, com direção de Dan Rosseto. A história começa a ser contada no ano de 1882 com Maria do Pílar, ainda uma jovem mulher, escrevendo a sua primeira carta, dentro do hospital psiquiátrico, para a sua família. Nela aparecem os relatos de sua rotina, a convivência com as suas companheiras, os tratamentos médicos aplicados, a falta que está sentindo do mundo externo e de tudo que lhe foi retirado à força.

Cantor Gilberto Chaves e a atriz Carolina Stofella 
Foto: Thais Boneville

A partir desse momento durante os próximos 30 anos acontecerá uma série de troca de cartas com familiares e amigos. Pílar sempre afirmará estar lúcida e saudável, em perfeito estado mental, além de solicitar, pedir e até implorar por uma alta médica ou até mesmo ser enviada para um convento.

Atriz Carolina Stofella
Foto: Thais Boneville

Todas as respostas recebidas, para as suas diversas cartas, começam com palavras de conforto e incentivo, falando que a internação é somente por um período e que em breve será transferida, mas isso nunca ocorre. 

O problema é sempre passado adiante começando pelo seu pai, transferido para o seu irmão e chegando até a sua sobrinha que nem era nascida na época que foi internada, porém todos tem uma desculpa para não tirá-la. 

O passar dos anos faz a interna se questionar sobre o tempo, como estará o mundo do lado de fora, o uso contínuo dos remédios e tratamentos oferecidos, além de achar que talvez esteja ficando louca. 

Pílar, como tantas outras, acaba os seus dias dentro de um hospital psiquiátrico, esquecida pela família e sociedade. É mais uma mulher, mãe, artista, mas acima de tudo um ser humano, proibida de existir, somente por pensar diferente dos outros. 

A personagem não representa apenas a história de Pílar, mas de diversas mulheres que foram obrigadas a renunciar a suas vidas, trancadas em sanatórios exclusivamente por raciocinar, questionar e ter opinião. Outros temas presentes no espetáculo e ainda atuais são o cerceamento aos direitos de escolha, as relações tóxicas e os preconceitos. 

Essa é a terceira peça da parceria da atriz Carolina Stofella com o diretor Dan Rosseto, já tendo trabalhado juntos antes nas produções de “Enquanto as Crianças Dormem” (2017) e “Eles não usam Black-Tie” (2018). 

Um dos destaques da montagem serão as canções executadas ao vivo pelo tenor Gilberto Chaves, dando uma emoção a mais para a personagem Maria do Pílar durante os mais de 30 anos de confinamento que viveu dentro de um hospital psiquiátrico. 

O texto da peça “Loucas” também marca a estreia do produtor Fabio Camara fazendo a sua primeira tradução para teatro. 

Este projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc n°14017/2020 / Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, ProAC e Governo Federal. 

Ficha Técnica: 

Texto: Sandra Massera 

Diretor: Dan Rosseto 

Direção de produção e tradução: Fabio Camara 

Elenco: Carolina Stofella 

Cantor: Gilberto Chaves 

Figurinista: Kléber Montanheiro 

Iluminador: César Pivetti 

Cenografia: Dan Rosseto 

Visagismo: Louise Hèlene 

Operador de luz: Herick Almeida 

Operador de som: Beto Boing 

Operação de vídeo: Luiz Motta 

Fotos: Thaís Boneville 

Designer gráfico: Leilane Bertunes 

Assessoria de imprensa: Fabio Camara 

Social Mídia: Kyra Piscitelli 

Serviço:

LOCAL: Sympla 

DATA: 12/03 até 28/03 (Sexta e sábado 20h e domingo 18h)  

INGRESSOS: Gratuito 

INFORMAÇÕES: @espetaculoloucas 

DURAÇÃO: 50 minutos  

CLASSIFICAÇÃO: 12 anos 

Equipe: 

Sandra Massera (autora) 

Nasceu em Montevidéu, em 1956, dramaturga, diretora de teatro, atriz e professora. Formada pela escola Municipal de Arte Dramática e pelo Instituto de Professores Artigas. Escreveu diversos textos para teatro e três óperas. Suas obras para teatro têm recebido diversos prêmios, entre eles, Prêmio Florencio da Crítica pelo melhor texto nacional; Prêmio Nacional de Literatura do Ministério da Educação e Cultura; Prêmio Juan Carlos Onetti; Prêmio da Comissão do Fundo Nacional de Teatro, Museo Vivo de Titere/MEC, entre outros. É fundadora e diretora do Grupo de Teatro Umbral em Montevidéu desde 1998, grupo independente que tem levado diversos textos aos teatros e em festivais internacionais, como Argentina, Chile, Brasil Estados Unidos, França e Espanha. Sandra lançou, em Montevidéu, no final de 2018 o livro No digas, nada Nena e outros textos para teatro pela editora Estuario, 1975 está dentre os textos selecionados.  

Dan Rosseto (diretor)  

Diretor e dramaturgo atuando desde 1996 na área teatral. Já dirigiu mais de 30 espetáculos e tem 05 peças de sua autoria encenadas. Destaque para “Ritual dos 7” (2006), “O Colecionador” (2007), “Quando as Máquinas Param” (2008), “Lisbela e o Prisioneiro – O Musical” (2015), “Tadzio” (2015), “Enquanto as Crianças Dormem” (2017), “Diga que Você já me Esqueceu” (2018), “Eles não usam Black-Tie” (2018), “Nunca Fomos tão Felizes” (2019) e “Duosolo” (2019). Já trabalhou com nomes como: Teca Pereira, Cleto Baccic, Fred Silveira, Caco Ciocler, Sônia Guedes, Kleber Montanheiro, Sergio Ferrara, Gustavo Haddad, Lucas Romano, Nicole Cordery, entre outros. Premiado no teatro recebeu indicações e premiação por trabalhos em dramaturgia e direção. Em 2018 recebeu o troféu Nelson Rodrigues como personalidade do teatro.  

Fabio Camara (produtor e tradutor)  

Produtor e assessor de imprensa atuando desde 2011 na área teatral. Produziu e assessorou os espetáculos: “Manual para Dias Chuvosos” (2014), “Antes de Tudo” (2015), “Enquanto as Crianças Dormem” (2017), “Diga que Você já me Esqueceu” (2018), “As Loucuras que as Mulheres Fazem” (2018), “Entre! A Porta está Aberta” (2018), “Eles não usam Black-Tie” (2018), “Nunca Fomos tão Felizes” (2019) e “Duosolo” (2019). Atuou como assessor de imprensa de mais de 100 peças, nos últimos 03 anos destaque para “Até que o Casamento nos Separe”,“Roleta-Russa”, “O Novo Rei de Beléleu”, “Memórias (Não) Inventadas”, “Blink”, “Um Dez Cem Mil Inimigos do Povo”, “Mente Mentira”, “A Dama da Noite”, “A.M.A.D.A.S”, “Hoje é Dia de Maria –O Musical”, “Palhaços”, “Operetinha do Sapato Falador”. 

Carolina Stofella (atriz)  

Atriz e bailarina, formada pela CAL. Atuou nos espetáculos: “Viagem ao Centro da Terra”, vencedor do Prêmio Shell Especial de Montagem em 2001, “En’dependência” de João Brandão, prêmio Coca-Cola de Melhor Dramaturgia, “A Antessala” com direção de Ernesto Picollo”, “Alices” com direção de Leo Gama. Com Dan Rosseto esteve em: “Enquanto as Crianças Dormem” e “Eles não usam Black-Tie” de Gianfrancesco Guarnieri. Os dois espetáculos somam 05 prêmios paulistas. Estudou dez anos de Ballet Clássico e atualmente faz sapateado, dança e canto. No cinema atuou em “Talvez” e “Pelas Minhas Próprias Mãos” de Felipe Sassi e “Histórias íntimas” de Julio Lellis, longa vencedor do Cubo – Festival de Cinema do Rio e Melhor Doc. Drama no Los Angeles Brazilian Filme Festival 2014. 

Gilberto Chaves (cantor)  

Tenor lírico, premiado nos Concursos de Canto Vozes do Brasil e Bidu Sayão, foi bolsista da Hochschule für Musik de Karlsruhe / Alemanha, tenor solista da Cia. Brasileira de Ópera e, também, da Cia. de Ópera Curta. Participou dos musicais: “O Fantasma da Ópera” em suas duas montagens no Brasil (2007 / 2018) e “A Bela e a Fera” (2009). Foi integrante do Coral Paulistano do Theatro Municipal de São Paulo. Preparador vocal dos elencos das superproduções brasileiras da Broadway: “O Fantasma da Ópera” e “West Side Story”, além das peças “Manual Para Dias Chuvosos” e “Divino Maravilhoso”. É professor de canto e graduando em Fonoaudiologia. 

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