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GRAACC orienta sobre a vacinação contra Covid-19 em crianças com câncer

3 de Fevereiro de 2021

O mundo se encheu de esperança após a divulgação da vacina contra a Covid-19. A necessidade de ter uma vacina contra um vírus que devastou a população mobilizou a comunidade científica mundial que vem estudando arduamente diversas plataformas de vacina para imunizar a população contra a doença.

"Até o momento, duas vacinas contra COVID-19 foram aprovadas para uso emergencial no Brasil. Ainda não se sabe a segurança e eficácia em alguns grupos específicos como pacientes imunossuprimidos, oncológicos ou submetidos a transplante de medula óssea", explica a Dra. Fabianne Carlesse, infectologista pediátrica do Hospital do GRAACC.

A avaliação de risco benefício e a decisão referente à vacinação ou não deverá ser realizada pelo paciente em conjunto com o médico assistente, sendo que a vacinação somente deverá ser realizada com prescrição médica.

"Aguardamos o posicionamento da Sociedade Brasileira de Imunizações, e de Pediatria, para as recomendações sobre esse grupo etário. Depois dessa aprovação é que haverá alguma recomendação para as crianças oncológicas. Porém, a vacinação do entorno, seja médicos, pais, avós, tios ou responsáveis, irá auxiliar muito com a diminuição do risco desses pacientes terem contato com a Covid-19, e isso já pode ser considerado uma grande vitória", salienta a Dra. Fabianne.

Algumas precauções devem ser tomadas ao se recomendar a vacinação, e isso vale para qualquer vacina. Por exemplo, diante de doenças agudas febris moderadas ou graves, recomenda-se o adiamento da vacinação até a resolução do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença. "Não há evidências, até o momento, de qualquer preocupação de segurança na vacinação de indivíduos com história anterior de infecção ou com anticorpo detectável pelo SARS-COV-2", acrescenta a infectologista.

Tipos e importância das vacinas

As vacinas de vírus inativados utilizam tecnologia clássica de produção, através da qual é produzida uma grande quantidade de vírus em cultura de células, sendo estes posteriormente inativados por procedimentos físicos ou químicos. Geralmente são vacinas seguras e imunogênicas, pois os vírus inativados não possuem a capacidade de replicação e, assim, o organismo não fica exposto às grandes quantidades de antígenos.

As vacinas de vetores virais utilizam vírus humanos ou de outros animais, replicantes ou não, como vetores de genes que codificam a produção da proteína antigênica (no caso a proteína Spike ou proteína S do SARS-CoV-2). Os vetores virais replicantes podem se replicar dentro das células enquanto os não replicantes, não conseguem realizar o processo de replicação, porque seus genes principais foram desativados ou excluídos. Uma vez inoculadas, estas vacinas com os vírus geneticamente modificados estimulam as células humanas a produzir a proteína Spike, que vão, por sua vez, estimular a resposta imune específica. O vírus recombinante funciona como um transportador do material genético do vírus alvo, ou seja, é um vetor inócuo, incapaz de causar doenças.

O vírus tem uma capacidade de transmissibilidade muito alta. Cada indivíduo infectado consegue infectar de 2,5 a 3 pessoas, sendo assim cerca de 60% a 70% da população precisaria estar imune (assumindo uma população com interação homogênea) para interromper a circulação do vírus. Desta forma, seria necessária a vacinação de 70% ou mais da população (a depender da efetividade da vacina em prevenir a transmissibilidade) para eliminação da doença. Portanto, em um momento inicial, em que não existe ampla disponibilidade da vacina no mercado mundial, o objetivo principal da vacinação passa a ser focado na redução da morbimortalidade causada pelo novo coronavírus, bem como a manutenção do funcionamento da força de trabalho dos serviços de saúde e a manutenção do funcionamento dos serviços essenciais.

Sobre o GRAACC

Criado em 1991 para atender crianças e adolescentes com câncer, o Hospital do GRAACC tornou-se, em pouco tempo, referência no tratamento do câncer infantojuvenil, principalmente em casos de maior complexidade. Possui uma parceria técnica-científica com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) que possibilita, além de diagnosticar e tratar o câncer infantil, o desenvolvimento de ensino e pesquisa.

O GRAACC é a primeira instituição do país, especializada em câncer infantojuvenil, a receber a acreditação da Joint Commission International (JCI), uma das organizações mais renomadas do mundo na área de certificações em serviços de saúde, que reacreditou o hospital em 2020, quando foram realizadas mais de 32 mil consultas, além de cerca de 1500 procedimentos cirúrgicos e 20,5 mil sessões de quimioterapia.

A instituição completará 30 anos de atividades em 2021. Neste período, o Hospital do GRAACC elevou o patamar do tratamento de alta complexidade do câncer infantojuvenil no Brasil, para 70% de chances de cura, em média. Saiba mais sobre o trabalho do GRAACC em https://www.graacc.org.br

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