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Gabriel Inácio analisa porque as redes sociais têm ajudado a engajar os jovens na política

30 de Janeiro de 2021

O CEO da BrasilFy e acadêmico de Ciências Políticas, Gabriel Inácio, aponta os motivos que fazem das redes sociais um meio para um maior envolvimento dos jovens na política

Nos últimos anos, o panorama que tem sido encontrado entre os jovens no Brasil é de uma certa apatia e falta de envolvimento nas formas mais convencionais de participação política, seja devido a uma redução da satisfação dos cidadãos relativamente à atuação dos poderes instituídos ou decepção com os políticos tradicionais e a chamada ‘velha política’. 

Contudo, apesar deste panorama de rejeição à política, o acadêmico de Ciências Políticas e CEO da BrasilFy, Gabriel Inácio, aponta que através das redes sociais e da internet, de uma forma mais abrangente, a juventude tem estado cada vez mais engajada e militante, reacendendo afã por mudanças de uma geração que era considerada como desinteressada da política. “Movimentos que se destacam nas redes sociais e parecem ser contra o establishment, serem anti-sistema e surgirem espontaneamente estão renovando a fé de muitos jovens de que é possível mudar alguma coisa e combater a velha política. O próprio impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016 foi, em grande parte, resultado do movimento de jovens nas redes sociais que convocaram a população em geral para as ruas. Isto é um fenomeno que ainda precisamos entender.” 

Internet como ferramenta de militância

Segundo as conclusões e observações de métricas e tráfego das redes sociais realizadas pela BrasilFy, sobre os jovens brasileiros têm tido uma menor exposição à informação política divulgada pelos vários órgãos de comunicação social, tendo a internet como principal fonte de informação e militança política. “Comparativamente ao resto da população, os jovens e não apenas os que ainda não chegaram à idade de voto, são dos que menos conhecimentos políticos têm e são alvos fáceis para ideologias que se fazem valer de influenciadores digitais e memes, tanto de direita como de esquerda. Toda essa situação e esse novo despertar da juventude acontece numa altura em que esta parcela da população está mais do que nunca exposta a informação política e discurso, mais do que os seus pais alguma vez estiveram, e tudo isso tem total relação com as redes sociais”, ressalta Gabriel Inácio.

Novos Horizontes para a juventude na política

Por outro lado, Inácio atribui à Internet a criação de novos horizontes e possibilidades de comunicação e participação entre as pessoas. Contudo, questiona se a Internet estaria criando realmente uma geração de jovens com uma maior capacitação para participar na sociedade. “É preciso analisar se os jovens estão em direção a uma literacia cívica através do uso das novas ferramentas promovidas pelas redes sociais como o Facebook e outras. Em segundo lugar, precisamos compreender se a Internet e as redes digitais estão criando um maior nível de interesse, participação e mobilização cívica e política entre os jovens no Brasil, ou se as redes sociais estão potencializando um maior debate de ideias e troca de informação entre os indivíduos. Ou seja, será que os nossos jovens estão mais militantes ou mais propensos a exercer o debate, dialogo e livre pensamento.”

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