O meia Carlos Eduardo, de Ribeirão Preto, atualmente, contratado pelo Shabab Al-Ahli Dubai FC, dos Emirados Árabes Unidos, recebeu a Bola de Bronze ao ser considerado o terceiro melhor jogador do campeonato Mundial da FIFA 2019 e é um dos ídolos do futebol árabe, além do maior artilheiro estrangeiro da história do Al-Hilal, com 75 gols.
Em uma conversa descontraída, o jogador contou momentos de sua trajetória profissional que teve início no Desportivo Brasil, de Porto Feliz, em 2008, de onde passou pelo Ituano, Fluminense e Grêmio Desportivo Prudente antes de iniciar sua carreira promissora na Europa, com passagens pelo Estoril e Porto, em Portugal, e Nice, da França, até chegar e consolidar sua carreira no futebol árabe por meio do Al-Hilal e, atualmente, com o Al-Ahli.
Como foi trocar a Europa pelos Emirados Árabes Unidos?
R.: Em primeiro lugar foi a questão financeira que pesou muito. Estava bem na França, chamei a atenção de bons clubes como o Monaco, que chegou a fazer uma proposta, mas o Porto chegou ao acordo com o clube na Arábia Saudita e aceitei. Hoje tenho certeza de que foi uma boa escolha
Fale um pouco sobre o seu sucesso no futebol árabe e a condição de ídolo da torcida?
R.: O time tem muita torcida e o pessoal aqui é fanático, quando saio tenho que ter um pouquinho de paciência. Eu fiz um passeio com meus pais e tive que sair com segurança do shopping. Até mesmo na Europa há muitos torcedores. Quando vamos jogar na Ásia, em Dubai ou no Catar, o estádio é tomado pelos torcedores. É difícil quando você quer sair com sua família e não consegue, mas faz parte e sinal que estou contribuindo para o clube.
A estreia no Al-Ahli foi um presente em dobro?
R.: Foi um jogo especial, em que vencemos o Al Ittihad, por 3 a 0, na primeira rodada da Liga dos Emirados Árabes, temporada 2020/2021, e fiz o meu primeiro gol com a camisa do Al-Ahli no dia do meu aniversário. Foi um presente que eu mesmo me dei.
Você conquistou muitos títulos no futebol árabe?
R.: Pelo Al-Hilal fui campeão Saudita nas temporadas de 2016-2017 e 2017-18, campeão na Copa da Coroa do Príncipe, em 2015-2016, campeão na Super Copa Saudita, em 2015 e 2018, campeão na Copa do Rei, em 2017, e campeão na Liga dos Campeões da AFC, em 2019.
O Corinthians chegou a fazer uma proposta para te contratar esse ano. Como foi?
R.: Deu uma balançada, claro, teve o interesse do Corinthians e senti desejo de ir. No entanto, não dependia da minha vontade, mas do clube. Sabia que era difícil de ser liberado. Estamos na briga pelo título da Liga Nacional, mas fiquei muito feliz pelo interesse. Hoje me sinto muito bem para voltar e jogar em um grande clube. O melhor de tudo é saber que o trabalho está sendo reconhecido, principalmente, por um grande time como o Corinthians que veio atrás.
E a culinária árabe, sentiu muita diferença?
R.: É bem diferente, mas no clube tem opções comuns, como arroz, macarrão, mas não tem feijão. Dá para comer bem. Eu nunca tinha visto as pessoas comerem com as mãos, mas depois a gente acostuma. Quando cheguei, achei estranho.