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Mercado de scooters está aquecido no Brasil

12 de Dezembro de 2020

As chamadas motonetas, conduzidas em posição sentada, agradam um público mais urbano, que visa se deslocar com agilidade nas cidades tanto para lazer quanto para motivos profissionais

O mercado de scooters está em crescimento no Brasil. De acordo com os dados de emplacamentos do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), foram 161 mil novas motonetas emplacadas até outubro de 2020. Nos últimos anos, as scooters tiveram crescimento mais expressivo do que o mercado de motocicletas. De 2018 para 2019, eles aumentaram em 5,3% na frota frente a 3,7% de motos tradicionais. Atualmente, representam cerca de 4,4% do total do mercado (considerando carros, ônibus, caminhões e motos, entre outros).

“A scooter agrada ao perfil mais urbano, que gostaria de um transporte rápido e fácil, especialmente em grandes centros urbanos, caso de São Paulo e Rio de Janeiro. Ela oferece um estilo mais suave e tranquilo, especialmente pelo fato de ter uma posição de pilotagem mais tranquila”, afirma a gerente de suporte comercial da Laquila, considerada a líder do mercado de autopeças da América Latina, Iael Trosman.

Tecnicamente, na motocicleta, o condutor dirige de forma montada – ou seja, o veículo está entre as suas pernas. No caso das motonetas, a condução é feita em posição sentada – com as pernas juntas, como se estivesse em uma cadeira. Em geral, as scooters contam com câmbio automático ou semiautomático, visando privilegiar o conforto do piloto, fazendo com que ganhem pontos no uso urbano.

No acumulado de 2020 até outubro, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as scooters/cubs representam cerca de 34% dos emplacamentos – patamar muito semelhante ao do ano passado. “Embora não seja uma das motos mais baratas, ela agrada muito a um público distinto, que tem outro apelo. São pessoas que, normalmente, contam com um automóvel, mas, quando não está chovendo, optam pelas suas scooters para facilitar o deslocamento”, ressalta Iael.

O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, no entanto, vê a possibilidade de aumento das vendas das motocicletas em geral em razão da pandemia. Ele apresenta três fatores: a adoção da motocicleta/motoneta como meio de transporte para evitar aglomerações, o uso de motos e motonetas como instrumento de trabalho e os consórcios. Já houve, inclusive, aumento na procura, que “não está plenamente suportada pelas unidades fabris”, ressalta Fermanian.

De olho na reposição

A Laquila trabalha na reposição de peças de scooters e já inseriu em seu planejamento observação mais atenta para compreender o perfil de público desta moto e como trabalha em sua manutenção. “Sentimos, sim, um aumento de procura. Ainda inferior ao das motocicletas tradicionais, mas representativo”, diz Iael. “Há uma preferência pelas motocicletas como instrumento de trabalho. Essas pessoas buscam custos menores do veículo e da reposição”, diz, citando a importância de compreender o perfil.

Entretanto, o apelo mais casual, urbano e de lazer da scooter faz com que seja um perfil que pode se disseminar nas cidades, especialmente no período pós-pandemia. “Quem quer um ventinho no rosto e mais segurança, opta por ela. Muitas pessoas podem estar interessadas em investir, mas, com a possibilidade de trabalho remoto, ainda estão segurando. Outras optam pelo lazer e facilidade de locomoção”, completa Iael. 

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