Viver - Saúde

Paciente recupera audição após cirurgia inédita em Campinas

25 de Novembro de 2020

Prótese foi ativada nesta terça-feira (24) em paciente de 40 anos; procedimento, o segundo do Brasil, foi realizado no Vera Cruz Hospital

(Fotos: Leandro Ferreira)

Novembro, 2020 - Um mês após uma cirurgia auditiva inédita em Campinas, realizada pelo Vera Cruz Hospital, a coordenadora de Sistema de Gestão da Qualidade, Ana Paula Castro Lyra Macedo, de 40 anos, que sofria de perda auditiva moderadamente severa nos dois ouvidos, voltou a escutar os primeiros sons nesta terça-feira (24), após a instalação de uma prótese moderna e mais segura. Emocionada, ela comemorou a recuperação da audição, que perdeu com o agravamento de uma otite (infecção no ouvido), que resultou em tumor. "Agora posso voltar a ter uma vida social e a tocar violão. Nem acredito que vou voltar a ouvir os pássaros quando acordar. Parece um sonho", afirmou Ana Paula, que começou a perder a audição quando tinha 10 anos. "Essa redescoberta será muito importante para ela. Estamos muito gratos por essa cirurgia tão assertiva, e por todos os cuidados de cada um dos profissionais envolvidos no processo de reabilitação dela", completa a irmã, Carla Lyra.

"Essa prótese faz com que o som atravesse direto para dentro da cóclea, ou seja, não passa pelo tímpano, martelo, bigorna e estribo. Vai direto do osso, atrás da orelha, para dentro da cóclea e para o nervo. Então, se a pessoa tem alguma doença no meio do caminho, isso não influi, e a gente consegue reabilitar 100% da audição", explicou o cirurgião otorrinolaringologista Henrique Gobbo. "São próteses modernas, que trazem maior conforto ao paciente, incluindo o conforto estético, pois são praticamente invisíveis. Além disso, ainda conseguimos dar conectividade a essas próteses. Além de corrigir a surdez, ainda podem ser conectadas ao celular para o paciente ouvir música, por exemplo", completou.

A ativação da prótese foi realizada pela fonoaudióloga Elaine Soares, profissional fundamental para a evolução no processo de adaptação de Ana Paula. "Hoje, graças aos avanços da ciência, tanto na medicina quanto nas tecnologias, é muito raro uma perda que não possa ser reabilitada. Aparelhos como esse são nossos principais aliados", afirmou a especialista em audiologia. "A ativação funciona como uma audiometria e a da Ana Paula foi realizada com 100% de sucesso. É impossível não se emocionar ao ver um paciente completamente satisfeito, ouvindo novamente", completa. O aparelho possui controle remoto, que inclui, ainda, programa de controle de ruído.

Prevenção à Surdez

A ativação foi feita duas semanas após o Dia Nacional de Prevenção à Surdez. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2015, apontam que no Brasil existe um total de 28 milhões de pessoas com surdez. Isso representa 14% da população. Segundo o órgão, 10% da população mundial tem alguma perda auditiva. "A perda ou a diminuição da capacidade de ouvir pode ser causada por uma série de fatores, como otites mal curadas ou de repetição; uso de remédios prejudicais à audição; problemas no tímpano, tumores, envelhecimento, frequentar ou trabalhar em locais barulhentos; uso contínuo de fones de ouvido em volume alto; hereditariedade, entre outros fatores", explica o cirurgião otorrinolaringologista. "No caso dos bebês, se estimulado até o sexto mês, conseguimos reduzir as consequências geradas pela surdez como a falta de fala e a impossibilidade de comunicação. Por isso, é importante procurar um especialista", explica a fonoaudióloga. "Nos adultos é importante ressaltar que a perda auditiva pode vir acompanhada de graves problemas emocionais, por isso buscamos sempre as melhores soluções em reabilitação, para que a vida desse paciente seja completamente normal", completa.

De acordo com o especialista, nos adultos, a perda auditiva pode gerar dificuldades de socialização ou desempenho laboral. Já no idoso, o afastamento e isolamento social e familiar, e até a depressão. "Por isso, a importância na escolha da prótese, assim como foi feito com a Ana Paula. Se trata de um implante de condução óssea ativo do modelo mais avançado que existe e que é implantado totalmente sob a pele", explica o cirurgião, que em 2014 já havia realizado outro procedimento inédito no Vera Cruz Hospital. "Naquele ano fizemos a segunda cirurgia desse tipo e, agora, com o lançamento de um novo modelo, estamos novamente realizando o segundo procedimento no país", celebra Gobbo.

Sobre o Vera Cruz Hospital

Em 77 anos de existência, o Hospital Vera Cruz é reconhecido pela qualidade de seus serviços, capacidade tecnológica, equipe de médicos renomados e por oferecer um atendimento humano que valoriza a vida em primeiro lugar. O Vera Cruz dispõe de 167 leitos distribuídos em diferentes unidades de internação, em acomodação individual (apartamento) ou coletiva (dois leitos), UTIs e maternidade. A Instituição conta também com setores de Quimioterapia, Hemodinâmica, Câmara Hiperbárica Monoplace, Radiologia (incluindo tomografia, ressonância magnética, densitometria óssea, ultrassonografia e raio-x), e laboratório com o selo de qualidade Fleury Medicina e Saúde. Em outubro de 2017, a Hospital Care tornou-se parceira do Vera Cruz. Em pouco mais de dois anos, a aliança registra importantes avanços na prestação de serviços gerados por investimentos em inovação e tecnologia. Em médio prazo, o grupo prevê expansão no atendimento com a criação de dois novos prédios erguidos na frente e ao lado do hospital principal, totalizando 17 mil m² de áreas construídas a mais. Há 30 anos, o Vera Cruz inaugurou e mantém a Fundação Roberto Rocha Brito, referência em treinamentos e cursos de saúde na Região Metropolitana de Campinas, tanto para profissionais do setor, quanto para leigos, e é uma unidade credenciada da American Heart Association.

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