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Índice CEAGESP sobe 7,9% em setembro

9 de Novembro de 2020

No ano, indicador acumula alta de 13,5%

O índice de preços da CEAGESP encerrou o mês de outubro com forte alta de 7,94%, principalmente pela elevação dos preços nos setores de legumes, frutas e diversos. Por conta das temperaturas elevadas e da estiagem que adentraram a primeira quinzena de outubro, o clima não favoreceu as culturas que já vinham sofrendo perdas desde setembro, que resultaram em oferta irregular de alguns produtos como tomates, batatas (chuvas durante a colheita prejudica), mamão formosa, laranjas e abacates. Pesa também nos custos da produção a alta continuada do dólar neste ano, de mais de 40%, que vem gravando os fertilizantes e defensivos agrícolas cotados nesta moeda, refletindo em aumento de preços para o consumidor. No entanto, os setores de verduras e pescados acumulam alta no ano de apenas 4,61% e 0,75% respectivamente.

Em outubro, o setor de frutas apresentou forte alta de 8,58%. As principais elevações ocorreram nos preços do mamão formosa (97,0%), da laranja pera (41,5%), do maracujá doce (30,7%), do abacate margarida (25,1%) e da laranja lima (23,7%). As principais quedas ocorreram nos preços das mangas tommy atkins (-23,1%) e palmer (-15,6%), do limão taiti (-12,4%) e do abacaxi pérola (-5,5%).

O setor de legumes registrou elevação expressiva de 17,16%. As principais altas de preços aconteceram com a ervilha torta (73,4%), com o tomate caqui (69,7%), com o chuchu (54,1%), com a vagem macarrão curta (50,8%), com o tomate cereja (48,9%) e com o quiabo (44,9%). As principais quedas de preços ocorreram com os pepinos caipira (-17,3%), comum (-15,6%) e japonês (-14,6%), com a cenoura (-12,3%) e com a abobrinha italiana (-11,4%).

O setor de verduras apresentou alta de 1,56%. As principais elevações ocorreram nos preços do coentro (162,0%), da couve-flor (36,0%), do repolho (29,4%), da acelga (27,2%) e da rúcula hidropônica (22,2%). As principais quedas de preços ocorreram com a salsa (-37,5%), com a erva-doce (-21,6%), com a mostarda (-15,4%), com o orégano (-15,2%) e com a hortelã (-14,8%).

O setor de diversos fechou o mês com forte elevação de 5,83%. As principais altas foram registradas nos preços da batata asterix (41,0%), do milho de pipoca estrangeiro (19,8%), do coco seco (19,5%), da batata lavada (16,6%) e dos ovos brancos (10,1%). A principais baixas ocorreram com a cebola (-21,9%), e com o alho (-2,5%).

O setor de pescados registrou queda de 0,84%. As principais baixas ocorreram nos preços do salmão (-10,7%), do polvo (-6,9%), do camarão ferro (-5,3%) e da pescada goete (-3,9%). As principais altas foram registradas nos preços da betara (27,1%), da cavalinha (20,8%), da sardinha (13,8%), da pescada tortinha (11,4%) e do pintado cativeiro (11,3%).

Tendência do Índice

Com uma maior flexibilização do isolamento social e o retorno de novas atividades econômicas em todo o estado de São Paulo, incluindo bares e restaurantes, escolas e teatros e com a ampliação do horário de atendimento, acreditamos que a tendência seja de recuperação da oferta para os próximos meses.

O Índice CEAGESP fechou o mês passado em alta, registrada na maioria dos setores, com exceção do setor de pescados. O período de estiagem não favoreceu a produção sem irrigação e as chuvas que caíram na segunda quinzena do mês num curto período de tempo foram mal distribuídas e não foram suficientes para melhorar a produtividade, principalmente dos legumes e frutas.

Registramos também alterações bruscas de preços vindas do produtor, que muitas vezes, principalmente na segunda quinzena do mês, quando os consumidores estão com menos dinheiro, resultam em travas de compras pelos comerciantes que não aceitam as altas, mas a consequente menor oferta acaba por elevar os preços no varejo.

Para este mês são previstas mais chuvas, que, não sendo excessivas, podem favorecer as culturas. Com clima quente e com maturação adequada dos frutos, a boa oferta de produtos, caso venha a se confirmar, deverá conter elevações gerais de preços.

Índice CEAGESP

Primeiro balizador de preços de alimentos frescos no mercado, o Índice CEAGESP é um indicador de variação de preços no atacado de Frutas, Legumes, Verduras, Pescado e Diversos. Divulgados mensalmente, os 150 itens da cesta foram escolhidos pela importância dentro de cada setor e ponderados de acordo com a sua representatividade. O Índice foi lançado em 2009 pela CEAGESP, que é referência nacional em abastecimento.

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