O ano de 2020 jamais será esquecido. Estamos lidando com uma das maiores crises sanitárias dos últimos 100 anos. Não há como negar que estamos passando por transformações em vários aspectos da vida. Ao contrário da maior parte dos segmentos econômicos, o imobiliário e o da construção civil vislumbram uma imediata retomada. Já iniciada, em alguns casos.
Segundo Balanço da ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) no país, o total de unidades vendidas de médio e alto padrão apenas em julho, foi 34,8% maior que o mesmo mês de 2019.
Recentemente, o economista Ricardo Amorim apontou que podemos estar iniciando o maior ‘boom’ imobiliário de todos os tempos e que esta é uma fase nunca antes vista. Isto se deve a dois fatores importantes.
O primeiro é a disponibilidade maior de crédito ofertado no mercado pelas instituições financeiras. Esta condição só foi possível devido à queda da taxa básica de juros que ficou próxima a zero e a visão das instituições em aproveitar o momento e oferecer mais oportunidades ao consumidor final – uma vez que os financiamentos imobiliários possuem uma periodicidade maior.
Amorim indica ainda que este cenário acontece quando à alta taxa de desemprego no país é uma das maiores da história. Em um futuro próximo, teremos o oposto - a queda da taxa de desemprego - e um risco menor de inadimplência o que irá impulsionar ainda mais a roda da economia e dos créditos imobiliários.
O outro fator gerador de mudança está diretamente ligado ao comportamento do consumidor. A pandemia impôs que muitas pessoas ficassem em suas casas e que adquirissem novos hábitos de trabalho e de convivência. Neste habitat, que ficou constante, elas estão pensando mais sobre estilo de vida, espaços disponíveis, tranquilidade e outros pontos relacionados ao bem-estar e ao distanciamento social.
Após mais de 6 meses em home-office, várias pesquisas apontam que empresas estudam a possibilidade de fechar o escritório e manter seus colaboradores em casa, trabalhando normalmente. Por um lado, isso gera uma redução de demandas por salas comerciais e de escritório. Por outro, um crescimento e busca por novos imóveis - alugados ou comprados - que possibilitam um maior bem-estar e que correspondem com um novo estilo de vida. O público tende a buscar novos lares com amplos espaços que atendem os afazeres domésticos, familiares e corporativos em um só lugar.
E é neste momento que vemos como estes dois setores podem liderar a retomada.
Com todo o cenário favorável, as empresas do ramo precisam estar atentas para ofertar o que o público espera, merece e procura. Isso pode se dar com novos projetos, condições ainda mais facilitadas de crédito, entre outras estratégias inteligentes e bem planejadas.