Além disso, segundo o MAPA, a produção de grãos no Brasil deve aumentar 27% nos próximos dez anos
Em ritmo acelerado de expansão, o agronegócio passa longe dos impactos negativos que o novo coronavírus vem causando em diversas áreas da economia. Na contramão da exponencial curva de desemprego no Brasil, o setor fechou o semestre gerando quase 63 mil novos empregos, para termos uma ideia só no mês de junho foram cerca de 37 mil vagas. Já o segundo semestre começou com quase 23 mil novas oportunidades formais, segundo o Ministério do Trabalho.
E a visão para o futuro é otimista! O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) fez uma projeção de que só a produção de grãos deve aumentar em 27% nos próximos dez anos, chegando a 318 milhões de toneladas em 2030.
Já segundo uma projeção estatística fornecida pela Conab, a safra 2020/21 pode chegar a 278,7 milhões de toneladas de grãos, considerando as perspectivas para a soja, milho, arroz, feijão e trigo, o que representaria uma aumento de 8% no volume estimada para a safra 2019/20.
Toda essa robustez, no entanto, tem um motivo: o forte investimento que tem sido feito no setor. O Plano Safra 2020/2021 foi de quase R$237 bilhões – o maior montante já ofertado, 6,1% a mais do que no período anterior. Parte dos fundos será destinado a investimentos, e é neste ponto que o agro tem tido maior assertividade.
O uso de tecnologias, antes mais comum no processo de produção, tem avançado para a base da cadeia, garantindo mais segurança a bancos, agroindústrias, cooperativas e até mesmo produtores rurais.
Atualmente, por exemplo, é possível fazer o monitoramento das lavouras por meio de satélites, e o recurso tem ganhado a confiança dos investidores. A solução atende desde os produtores rurais – que passam a ter dados mais precisos de suas produções e assim ganham poder de negociação de crédito – como para os demais envolvidos nas operações financeiras.
A TerraMagna, uma Agfintech brasileira com foco nesse tipo de solução, já monitora semanalmente mais de 22 mil fazendas.
“A tecnologia permite obter informações atualizadas e precisas, fornecendo uma visão geral sobre as etapas do processo agrícola, trazendo assim mais segurança à concessão de crédito”, comenta Bernardo Fabiani, especialista em concessão de crédito para o agronegócio, e CEO da TerraMagna.
Tendência veio para ficar
O aumento da procura por tecnologias que agreguem valor ao agronegócio também está em expansão. O próprio MAPA, que em 2020 completou 160 anos de existência, enxerga o futuro hightech. Segundo a pasta, será alcançado um nível de digitalização que vai agregar valor a toda a cadeia, não apenas financeiro, mas de percepção. E este tipo de informação e compreensão vai ao encontro do novo consumidor pós-pandemia.