O casamento continua sendo uma idealização para todos, independente de sexo, gênero e condição social. No entanto, a questão que vem sendo levantada é: Ao se casar, ambos estão de fato, preparados?
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 140 mil casamentos são cancelados hoje no Brasil, enquanto em 2006, este número não ultrapassava 80 mil.
O motivo do crescimento dos registros de divórcio, deve-se a fatores como o estresse diário, a independência financeira individual , mudanças nas leis que facilitam o divórcio, mas sem dúvidas o término do afeto entre os casais continua a ser o motivo principal de uma separação, e é sobre isto que vamos falar hoje.
Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, estudaram pessoas ao longo de 15 anos e uma das conclusões divulgadas pelo Dayli Mail, foi que, aqueles que passaram pelo divórcio tiveram sua saúde em declínio mais rapidamente, comparados aos que nunca se divorciaram.
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Este tipo de pesquisa também confirma que o divórcio pode estar relacionado ao desenvolvimento da síndrome do pânico, da depressão, do câncer de mama, da insônia e do transtorno do estresse pós traumático (TEPT).
“Qualquer término de relacionamento vem cercado de muita tristeza e dor, porque é um momento de luto. É como ter que enfrentar todas as etapas da dor de quando se perde um ente querido. A pessoa terá que aprender a viver sem a outra, que já não fará mais parte do seu dia a dia, de suas atividades, de seus planos. E na maior parte das vezes a pessoa que foi deixada sente a dor da rejeição. O ser humano tem muita dificuldade em aceitar ser excluído, ser rejeitado, porque a dor é inerente; e esta dor emocional pode desencadear quadros depressivos, de ansiedade, insônia ou outros transtornos emocionais" explica a psiquiatra e psicoterapeuta Dra. Aline Machado Oliveira, que recebe diariamente em seu consultório pessoas que sofrem as consequências emocionais causadas pelo divórcio.
Ela também diz que quando a pessoa reconhece a dor e aceita que é necessário passar pelo processo de luto, o processo de superação pode ser alcançado, mas cada indivíduo o vivenciará no seu tempo.
Em relação às mulheres que passam pelo divórcio, as preocupações são distintas em diferentes fases da vida. Enquanto o divórcio das mulheres na faixa etária dos 30, a maior preocupação, no geral, são os filhos pequenos envolvidos, as mais velhas, na faixa etária dos 50 a 60 anos não sabem como passarão o resto de suas vidas sozinhas, justo no momento em que estão caminhando para a velhice e se sentindo incapazes de recomeçar.
Assim sendo, não há muito o que discutir: quem está passando esta dor precisa de ajuda e o apoio psicoterápico poderá ser necessário antes, durante e após divórcio.
Depressão pós Divórcio
A Dra. Aline Machado Oliveira enfatiza que é necessário observar a si mesmo durante este período pós separação. “Se existir uma percepção de que este luto já foi longe demais, está durando muito tempo, se está começando a impedir o indivíduo de realizar suas atividades, fazer sua higiene diária, trabalhar, sair da cama, sair de casa, é hora de buscar ajuda médica.” E aí, tanto a psicoterapia quanto a medicação assistida pelo psiquiatra, caso haja necessidade, podem ser necessárias neste período.
É importante lembrar que a dor emocional vai passar. Mas, para isto, você precisará levantar e seguir em frente. E neste momento, ter alguém que possa te dar a mão e te ajudar a levantar, faz toda a diferença.
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Créditos:
A Dra Aline Machado Oliveira é médica psiquiatra e especialista em Psicologia Clínica Junguiana e Analista Junguiana em formação pelo Instituo Junguiano do Rio Grande do Sul. Membro da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul e da Associação Brasileira de Psiquiatria,e atua há mais de 9 anos com psiquiatria clínica e psicoterapia.
Atendimentos presenciais na cidade de Lajeado -RS. Online para todo o Brasil.
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