Colaboradores - Patrícia Fernandes

Cuidados Paliativos

27 de Janeiro de 2020

Entende-se por “cuidados paliativos” segundo a Organização Mundial de Saúde (2002), como sendo ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e familiares que enfrentam problemas associados com doença que ameaça a vida, através de prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação correta e promovendo o controle da dor, alívio de outros sintomas, suporte psíquico-espiritual e social que devem estar presentes desde o diagnóstico até o final da vida.

O objetivo não é curar. Os cuidados paliativos se centram na qualidade e não na duração da vida, oferecendo assistência humana e compassiva para as pessoas nas últimas fases de uma doença incurável para que possa viver o mais confortável possível.

A filosofia dos cuidados paliativos aceita a morte como o estágio final da vida: ela afirma a vida e não acelera nem adia a morte.

Os cuidados paliativos num hospice (um espaço de acolhimento aos pacientes que se encontram fora das possibilidades de tratamentos curativos, ou seja, ele se concentra em cuidar, e não em curar), ou seja tratam a pessoa e não a doença, controlando os sintomas, para que os últimos dias de vida sejam dignos e com qualidade, cercado por seus entes queridos. Está também focada na família, o que inclui não só o paciente, mas sua família na tomada de decisões.

Quando um paciente tem um diagnóstico terminal (geralmente definido como tendo uma expectativa de 6 meses ou menos de vida) e está se aproximando do fim da vida, ele pode passar a receber apenas os cuidados paliativos.

Um dos problemas com os cuidados paliativos é que é indicado de forma tardia. As vezes, o médico, o paciente ou familiar rejeitam a internação num hospice porque acreditam que dessa forma o paciente está se “entregando” ou que não existe mais esperança. Isso não é verdade. Se o paciente melhorar ou a doença entrar em remissão, o paciente terá alta e continuará a realizar uma série de ações contra o câncer em casa.

Mas, a esperança que um hospice oferece é de uma vida de qualidade, oferecendo o melhor de cada dia durante os últimos estágios de uma doença avançada.

Alguns médicos não mencionam ou oferecem cuidados paliativos, assim o paciente ou algum familiar pode questionar sobre o assunto. Se o seu tratamento não está funcionando mais e as opções terapêuticas são cada vez menores ou caso não existam mais opções, você deve conversar com seu médico sobre os cuidados paliativos, além de discutir as suas necessidades para o alívio dos sintomas e apoio emocional, os pacientes e suas famílias devem considerar a quantidade de informação que eles necessitam e desejam receber.

O que os pacientes querem saber sobre o seu diagnóstico e tratamento varia de acordo com cada pessoa. É importante que os pacientes informem seu médico sobre o que eles querem saber, quanto querem saber e quando querem receber de informação.

Se você e seus familiares estão enfrentando tempos difíceis, os cuidados paliativos são uma maneira de obter a ajuda de que todos podem estar necessitando.

Todos os envolvidos nesse processo de adoecimento e terminalidade devem ser acolhidos e contemplados pelos cuidados paliativos.

Lembre-se seu médico e sua equipe médica poderão ajudar a encontrar a melhor forma de gerenciar e decidir sobre a procura de um serviço de cuidados paliativos.

Alguns hospitais podem ter programas ou serviços que tratam de questões específicas de cuidados paliativos, com linfedema, controle de dor, sexualidade ou problemas psicossociais.

Um paciente também pode receber os cuidados paliativos em casa, sob os cuidados de um médico ou numa instalação que ofereça esse tipo de suporte.

Os familiares devem fazer isso enquanto o paciente tem força e capacidade para tomar parte na decisão. Qualidade do atendimento, disponibilidade de serviços necessários, tipos de serviços disponibilizados, treinamento de pessoal e cobertura de seguros precisam ser considerados.

Além do que, também, podem ser consultada as listas disponibilizadas por:

  • Serviços disponíveis na relação do plano de saúde.
  • Hospitais de grande porte.
  • Associação Médica Brasileira.
  • Academia Brasileira de Cuidados Paliativos.
  • Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
  • Sociedade Brasileira de Psico-oncologia.

 

Recursos Municipais e Estaduais

Pode, também, contatar diretamente uma unidade de cuidados paliativos de sua cidade, ou a secretaria de saúde de seu município ou estado ou ainda serviços sociais para obter uma lista das entidades que oferecem atendimento.

Receber cuidados paliativos não significa que não haja mais nada a fazer por você ou pela pessoa que você ama. Isso simplesmente indica que o diagnóstico é de uma doença crônica grave, que ameaça a vida, e que uma equipe, juntamente com os profissionais especialistas na enfermidade, irá cuidar de quem está doente e daqueles que o cercam. Ou seja, “há muito a fazer” pelo paciente.

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