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Apresentação da novela Pecado Mortal, da TV Record

10 de Setembro de 2013

A novela Pecado Mortal marca a estreia do consagrado autor Carlos Lombardi na Rede Record. A direção geral é de Alexandre Avancini, que já assinou oito sucessos na teledramaturgia da emissora.

A década de 70    

Esta é uma fase de um momento muito especial na história do Rio de Janeiro e de uma nova onda que mudou o perfil da criminalidade no Brasil. Fala da “inocência” perdida quando o consumo de drogas se alastra pela sociedade alterando a estrutura de poder e os valores da “bandidagem”. Se antes os donos do pedaço eram os chefões do jogo do bicho, agora eles disputam cada palmo de território como os novos reis do crime, os traficantes. Foi no final do chamado milagre brasileiro, época de crescimento da economia e promessa de um amanhã melhor que a cocaína, que antes era um barato exclusivo dos ricos,se espalha pela classe média em um novo cenário que mudou a cara da noite ao combinar luz, brilho e musica dançante: a discoteca.

A moda e o estilo

As calças bocas de sino, os bigodes a la Magnun, os cavanhaques van dike,  as roupas coloridas e os cabelos black power davam o tom da moda. As saias eram ou muito curtas ou até o chão. Os homens usavam camisa desabotoada que revelavam pesadas correntes, ou apenas uma moedinha enfiada num cadarço de tênis amarrado no pescoço.

Liberdade sexual

Também foi o momento do sexo sem limites. Surgiam transas de uma noite só e a conquista não era mais privilégio dos homens, já que as mulheres também saíam para caçar. Ao mesmo tempo, a virgindade ainda era um tabu. No final dos anos 70 lutava-se pela lei do divórcio e protestava-se contra o fechamento do Congresso. Foram anos felizes para muita gente, os últimos antes da Aids colocar um freio nos embalos alucinados de sábado à noite, naquela atmosfera onde muitos acreditavam que ninguém era de ninguém.

Com tudo isso, as pessoas continuavam casando, se reproduzindo, se endividando, constituindo famílias. E, às vezes, essas famílias viravam sinônimo de riqueza e poder. Um sobrenome podia significar muita coisa, principalmente no mundo do crime.

A Família Vêneto

É nesse contexto que acompanhamos a vida da família Vêneto. Quando Michele Vêneto (fala-se Mi-ké-le) (Henrique Guimarães/Luiz Guilherme) veio para o Brasil fugindo de problemas com a polícia e das dificuldades financeiras da Europa em guerra, os bicheiros ainda eram senhores das áreas carentes. Era um poder patriarcal onde o bicheiro era ao mesmo tempo benfeitor da comunidade, dono da escola de samba e árbitro da justiça local. Havia temor e o respeito pela figura do bicheiro, mas não existia o clima de terror que o domínio posterior dos traficantes impôs. Muito do que ainda se vê hoje foi consolidado naquela época.

Michele acabou gostando do calor, das mulheres bonitas e foi ficando. Depois de ser leão de chácara de uma boate na Lapa, se tornou chefe da segurança do bicheiro Cebolão (Gracindo Jr.). Acabou herdando o posto numa mistura de sorte com a ajuda decisiva de sua mulher Ana (Maytê Piragibe / Jussara Freire), uma mulher determinada a ter o que quer, custe o que custar. Donana, como Ana ficou conhecida, nunca foi de esperar pela sorte. Sua vida inteira foi mirar um objetivo e correr atrás. Mas quando ela perde o filho que espera de Michele, percebe que seu casamento pode estar por um fio.

Só que, ao mesmo tempo, Donana descobre que seu marido tem uma amante, Stella (Marcela Barrozo/Betty Lago), e que a moça também está grávida dele. Na verdade, nem Michele sabia que estava prestes a ter um segundo filho de Stella. Com medo da violência dos bicheiros, Stella nunca deixou que Michele soubesse que já é pai de Otávio, um garoto de dois anos que ela habilmente escondeu.

Donana não conta para Michele que perdeu a criança e ameaça Stella, convencendo-a de que o único jeito de seu filho Otávio e da criança que ela está esperando sobreviverem é se forem criados por Donana e Michele. Por isso, em 1941, enquanto o bicheiro Cebolão (Gracindo Jr.) morre e Michele Vêneto assume o poder no Morro do Pinguim e, consequentemente, o comando do jogo do bicho na zona sul do Rio de Janeiro, Stella dá a luz a Marco Antônio. Temendo pela própria vida e pela vida dos filhos, Stella entrega Otávio e Marco Antônio para Donana criar.

Donana some para o interior fingindo que foi ter a criança na casa de parentes. Quando volta, faz Michele acreditar que Marco Antônio é o filho legítimo deles e que Otávio é um menino abandonado no morro que ela pegou pra criar.  Stella foge deixando tudo para trás, sem imaginar que, para evitar problemas, Donana mandou seu irmão Getúlio (Gustavo Leão/Mário Gomes) dar cabo de sua vida. Com Stella morta, a farsa de Donana jamais seria revelada.

Esse segredo ficou muito bem guardado até 1977, quando Michele e Donana estão comemorando 38 anos de casados. Agora eles têm quatro filhos: Otávio (Felipe Cardoso), que acredita ser adotivo, Marco Antonio, o segundo filho de Stella que Donana apresentou como sendo dela própria, e os filhos legítimos do casal, Juliano (Henrique Guimarães) e Lívia (Tatyane Goulart). Todos, exceto Marco Antônio, moram com os pais.

O preferido, Marco Antônio, fugiu porque não queria herdar a vida de crimes e contravenções de seu pai Michele. Já Otávio quer ser o braço direito do pai, mas é estourado demais para o comando e leva uma vida infeliz preso a um casamento de conveniência com Catarina (Daniela Galli), sobrinha do principal rival de Michele, o bicheiro Omar Ashcar (Ricardo Petraglia), de Niterói. Otávio desconta sua frustração em Tônia (Gabriela Moreyra), a filha de Joana (Aline Borges), cozinheira dos Vêneto e casada com Bernardo (Gero Pestalozzi), o mecânico que ninguém sabe direito que apito toca. Só se sabe que Bernardo luta bem demais para quem nunca teve treino militar. Tônia está de olho no padrasto. Otávio não percebe porque, na verdade, está interessado em Laura (Carla Cabral), a nova moradora do morro, mãe de Gui (Luis Augusto Formal), que jura para o filho que o pai dele está morto. Gui não acredita. O que importa é que tanta pressão não faz bem para Otávio, que acaba explodindo e batendo em Catarina Ashcar, o que acirra ainda mais os ânimos entre as duas famílias.

Do outro lado, Danilo Aschar (Gustavo Machado) tem um problema maior que os Vêneto: Lili (Laíze Câmara), a mulher de seu tio Omar, a passista que deu o golpe do baú no velho bicheiro, que quer tomar tudo o que Danilo conquistou.

O equilíbrio de forças entre os Vêneto e os Ashcar é a maior preocupação de Michele e Donana quando um acontecimento muda o panorama de uma hora para outra: Stella, que todos pensavam que estava morta, volta. E ela não é mais a menina assustada que fugiu com medo de morrer. Agora é uma mulher forte, rica e quer seus filhos de volta.

O retorno de Stella

Stella fez a vida em São Paulo. Estudou, acabou se tornando modelo de uma requintada casa de modas. Vive bem com o dinheiro que o falecido marido dono de cartório lhe deixou.

Ela quer conhecer os filhos que entregou. Não que tenha a ilusão de que eles vão correr para os braços dela, mas quer pelo menos que eles saibam quem ela é. Sabe que não se reescreve uma vida inteira de um dia para o outro. Mas acha que é possível tentar esclarecer a verdade e construir algum tipo de relação.

Só que, pra isso, ela vai ter que passar por cima de Donana.

Depois de desistir de mandar matar Stella pela segunda vez, Donana arma uma arapuca para ela, fazendo-a acreditar que Marco Antonio está morto. Quando Stella força Donana a apresentá-la para Otávio, ele a rejeita completamente. Stella se desespera. Teme nunca conseguir recuperar os filhos. Teme ser morta por Donana.

Vêneto x Ashcar

A disputa entre Michele Vêneto e Omar Ashcar por dinheiro e poder é antiga. Mas um ingrediente pesa na balança quando esse conflito se estende à nova geração, representada por Otávio e Danilo. O código de honra do jogo do bicho não vale para o tráfico de drogas.

O que muda é que, se antes essa guerra e violência era silenciosa e velada, ela está ficando cada vez mais ostensiva e sanguinária. Para defenderem seus impérios, eles precisam manipular políticos, subornar policiais, comprar testemunhas, defender seus territórios à bala.

Entre os bicheiros, Michele é o maior. Mas os Ashcar não estão dispostos a deixar a situação como está. Enquanto eles tentam abocanhar pedacinho por pedacinho da fatia dos Vêneto, Michele procura um traidor que jurou de morte: Ricardo Rocha.

Ricardo Rocha delatou Michele e forneceu provas que permitiram que a promotoria pública abrisse um grande processo contra ele. Exposto e fragilizado, Michele está cada vez mais à mercê do ataque dos Ashcar. Encontrar Ricardo Rocha é a maneira mais eficiente de estancar essa sangria.

Carlão e Patrícia – o hippie e a promotora

No olho deste furacão está um casal de opostos: Carlão (Fernando Pavão), o hippie, e Patrícia (Simone Spoladore), a jovem promotora de justiça. Patrícia é a promotora envolvida tanto no processo contra Michele quanto em um que ela está montando contra os Aschar. Carlão tem outras prioridades. Ele mantém sozinho uma escolinha infantil onde é ao mesmo tempo professor, pedreiro, encanador, marceneiro, mecânico e motorista.

Se ela sempre foi respeitada pela profissão, ele enfrenta o preconceito por ser só mais um cabeludo, daqueles que só serviam para protestar contra o fim do famoso Píer de Ipanema. Com o tempo, Carlão se torna a figura mais popular da praia de Ipanema e Leblon, organizando os campeonatos de futebol da garotada. Chegam até a pedir que ele se candidate a vereador.

Carlão e Patrícia se apaixonam perdidamente no verão de 66 para 67. Casam e têm dois filhos: Rodolfo (Luis Felipe Mello), o menor, mais frágil e carinhoso, e Rafaela (Pietra Goa), a mais velha, inteligente e precoce.

Tudo vai bem até que Carlão é acusado de abusar de um aluno da escolinha. A manchete do jornal o transforma no vilão número um da sociedade carioca: o Tarado do Jardim da Infância.

 Leva um tempo até Carlão e Patrícia perceberem que foram vítimas de uma armação. As fotos encontradas e usadas como prova contra ele foram feitas num sábado em que a escolinha é assaltada. Enquanto Carlão persegue os assaltantes, alguém entra na escolinha e forja as imagens comprometedoras.

Mas não é fácil para Carlão provar sua inocência. Isso porque ele também guarda um segredo: sua identidade é falsa. Carlão não é seu nome e ele também se esconde do passado. Mentiu para Patrícia esses anos todos

A situação piora conforme vai ficando claro que Dorotéia Aschar (Paloma Duarte), a irmã de Danilo que parece ser a gangster mais fria e calculista da família, tem a ver com tudo isso. É possível que Carlão seja um amor que Dorotéia não consegue esquecer e de quem ela quer se vingar. Será que os Ashcar estão tentando destruir Carlão para atingir Patrícia que quer mover um processo contra eles? Ou será que Carlão é Ricardo Rocha, o homem que está sendo caçado por Michele Vêneto por tê-lo denunciado?

Tudo se complica porque quem conduz essa investigação é o corrupto detetive Picasso (Vitor Hugo)

Picasso, um tira acima da lei

  Picasso lidera uma equipe que ganhou o apelido de “artistas da polícia”, e conta com os detetives Van Gogh (Heitor Martinez), Monet (Renato Livera) e Caravaggio (Miguel Nader). Ele é o mais forte candidato a novo delegado e sustenta a fama de melhor policial do Rio de Janeiro, o que faz questão de deixar claro nas entrevistas que dá para a imprensa e TV. O que Picasso não diz é o quanto ele transita no limite do que é ou não é ilegal. Mas a corregedora Das Dores (Denise Del Vecchio) está na marcação dele.

A conduta de Picasso na investigação do caso do Tarado do Jardim da Infância deixa rastros. Que estranha ligação tem o melhor policial do Rio de Janeiro com o perigoso Veludo (Guilherme Winter), empregado de Danilo Aschar? E porque Picasso tem tanta sede em ver Carlão atrás das grades? Definitivamente, a acusação de pedofilia mexe com o detetive, só que é difícil não perceber que Picasso oculta uma agenda própria.

 Não são só esses os segredos nos corredores da delegacia. Quando Otávio Vêneto invade a casa dos Aschar, por exemplo, o reencontro de Caravaggio com Starsky (Carlos Bonow) mostra que eles já trabalharam juntos, já foram amigos, mas se afastaram por um motivo sério. Será que é por causa de Teresão (Tarciana Saad), que todo mundo diz que tem pinta de machona, apesar de ela ser casadíssima com um tira grandão e morrer de ciúme do marido?

E porque será que Ramiro (Marcos Pitombo) e Baldochi (Rafael Sardão), dois malandros com pinta de otário, parecem sempre aparecer no lugar errado, na hora errada?

A vida da corregedora Das Dores, que tem de monitorar todas as ações dessa turma, não é menos complicada. Ela também tem um ponto fraco: seus sobrinhos pilantras de Minas Gerais: os primos Pedro (Iran Malfitano) e Paulo Noronha (Claudio Heinrich), golpistas que acabaram de chegar ao Rio de Janeiro dispostos a se dar bem e que logo vão aplicando seus golpes até virarem donos do lugar mais badalado da cidade: a discoteca Stars Like Dust.

O som da discoteca

É na Stars Like Dust que a vida de todas essas pessoas se cruza.

É também onde vamos conhecer Anjo (Daniel Del Sarto), o caixa de banco casado e pai de duas meninas, que vira barman da discoteca e se perde numa vida de excessos. Isso porque tudo o que Anjo quer é pegar emprestado o fusca do seu Jurandir (Fabio Villa Verde), o alfaiate mais procurado de Marechal Hermes, para se acabar na noite Ipanema toda sexta-feira. Ele é apaixonado por Laura, mãe de Gui, que trabalha como enfermeira de dia e stripper à noite, e que não quer nem ouvir falar do ex-marido, que pode estar muito mais perto que ela pensa.

Lá também é o lugar onde Marcinha (Mel Lisboa), que foi expulsa de casa pela mãe quando engravidou do namorado, se transforma em Eva, a acompanhante de luxo mais cobiçada do Rio de Janeiro.

Todos vão ser decisivos no desenrolar dos fatos que envolvem Stella, os Vêneto, os Ashcar, Carlão, Patrícia, a turma da delegacia e, lógico, toda a sociedade zona sul. Sociedade que inclui a sedutora Leila (Juliana Didone), filha de Ilana (Bianca Byington) e Vergueiro (Eduardo Lago), o falido advogado de Michele Vêneto. Vergueiro vive às voltas com a necessidade de sempre arranjar o dinheiro que sua ex-mulher gasta e seu sonho é casar uma de suas filhas com Otávio, o mais provável herdeiro do império dos Vêneto. Só que a irmã de Leila, Maria Clara (Juliana Didone), também está na jogada. Quem vence essa queda de braços?

Nessa briga vai sobrar até pra Romeu (Bernardo Velasco), o filho de Ilana de um relacionamento misterioso do passado, mas que Vergueiro criou como se fosse seu filho. Romeu é apaixonado por Silvinha (Lua Blanco), a linda sobrinha de Stella, que encanta com sua pureza. Com tanto olho comprido em cima da moça, esse romance pode não ser um conto de fadas.

Pecados Mortais

O tempo vai dizer se a velha geração da contravenção vai ser destruída pela nova turma do crime organizado, representada por Danilo e Dorotéia Aschar. Vai mostrar o que aconteceria se hoje Marco Antônio Vêneto estivesse dentro do sistema legal perseguindo os bicheiros.

E será que Patrícia vai perdoar Carlão se ele realmente cometeu crimes no passado? Pode uma mulher que trabalha com a Justiça aceitar isso por um grande amor? Ou será que Carlão vai voltar pra Dorotéia e se envolver novamente com a vida bandida?

Muitas perguntas têm que ser respondidas. Será que Laura, uma mulher que fugiu de um casamento com um bandido, pode recuperar a capacidade de amar?

 E Stella? Vai conseguir consertar o que ela considera o maior erro que uma mãe pode cometer na vida?

As respostas estão nos próximos capítulos.

Pecado Mortal estreia na quarta-feira, dia 25 de setembro.

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