Com foco na prevenção de acidentes aeronáuticos, a Força Aérea Brasileira (FAB) intensificou a fiscalização da aviação no norte do país. Cerca de 1.200 aeronaves, 439 planos de voo e nove aeródromos foram fiscalizados durante uma blitz aérea realizada de 1 a 5 de setembro em parceria com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Receita Federal e Polícia Federal, sob a coordenação da Secretaria de Aviação Civil (SAC).
Trinta e oito aeronaves foram impedidas de voar durante a operação Voe Seguro, que checou pilotos e aeronaves em aeródromos no Amazonas e Pará, incluindo cidades de maior fluxo aéreo, como as capitais Manaus e Belém, além de Santarém (PA) e Marabá (PA).
Durante a operação, uma equipe da FAB monitora os radares e repassa informações sobre voos suspeitos para agentes da ANAC, que acionam os inspetores em solo. "A operação conscientiza operadores, pilotos e oficinas quanto a prevenção de acidentes. É importante disseminar a cultura da segurança de voo", afirma Marcos Antônio Rama, inspetor da ANAC.
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Passageiros e pilotos aprovaram a fiscalização. "Nada melhor que prevenção. Essa operação deixa a gente mais segura. É muito bom saber que vocês estão preocupados com a nossa segurança", disse Maria Lúcia Alcântara, que voa diariamente entre Juriti e Santarém, no Pará.
"A aviação depende da segurança tanto do aviador como da aeronave, da empresa e da documentação. É importante ter essa abordagem. É nossa responsabilidade conduzir a aeronave e estar ciente de todas as regras de segurança", ressalta o piloto de taxi aéreo Felipi Cazado.
Fiscalização constante - Fora da operação, o trabalho de prevenção e fiscalização do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) é permanente. São 1700 profissionais envolvidos somente no Quarto Centro Integrado de Defesa e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA IV), responsável pelos movimentos aéreos e pela busca e salvamento em quase 70% do território nacional.
Os controladores monitoram se os pilotos estão cumprindo o plano de voo e as regras de tráfego aéreo. As irregularidade cometidas são encaminhadas para a Junta de Julgamento da Aeronáutica (JJAer), que pode aplicar punições a proprietários e pilotos.
"Um terço dos acidentes em 2012 aconteceu por desvio de conduta do piloto. Queremos criar uma mudança de cultura, intensificando a segurança das operações e mostrando que não vale a pena voar sem ter as devidas condições", explica o Capitão Especialista em Tráfego Aéreo Ubiraci Pereira.
Na região norte, o fluxo de taxi aéreo e pequenas aeronaves é constante, respondendo por cerca de 15% dos acidentes aéreos no país até 31 de julho deste ano. Quinze das 103 ocorrências registradas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) aconteceram na Amazônia.