Colunistas - Rodolfo Bonventti

Recordista do cinema brasileiro

24 de Setembro de 2018

O carioca Wilson Chaves, que ficou conhecido no cinema como Wilson Grey, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em dezembro de 1923, e teve várias atividades, muitas delas à margem da lei, como ser anotador do jogo de bicho, antes de se decidir pela carreira artística.

A carreira começou em 1942, aos 19 anos de idade, quando ele entrou no Teatro do Estudante, criado por Paschoal Carlos Magno no Rio de Janeiro, e seu primeiro papel foi de um soldado na montagem de “Hamlet”.

Seis anos depois, em 1948, ele estreava no cinema, onde desenvolveria uma carreira brilhante de quase 200 participações, um recorde no cinema brasileiro até hoje e que dificilmente deverá ser batido por qualquer outro ator. 

A estréia aconteceu no filme “Hóspedes da Noite” de Ugo Lombardi e nos anos 50, foi para a Atlântida, onde viveu a época de ouro das nossas chanchadas, participando de 90% dos filmes produzidos pela companhia.

Na grande maioria das vezes, Wilson Grey fazia parte do time de vilões com seu tipo bem característico do malandro carioca. E não parava nunca, fazendo um filme atrás do outro, chegando a atuar em quatro ou cinco fitas no mesmo ano.

Na televisão ele só estrearia em 1977 fazendo o Jeca Tatu no “Sítio do Picapau Amarelo” na TV Globo e logo depois participaria das novelas “Feijão Maravilha”; “Maria, Maria”; “Guerra dos Sexos” e “Cambalacho”, todas elas na emissora carioca.

Ele nunca se importou de fazer pequenos papéis, o que queria era estar na ativa constantemente, e conseguiu isso até o final da década de 80, quando sofreu uma isquemia cardíaca e teve que diminuir o seu ritmo de trabalho.

O único papel principal veio em 1982, quando o diretor Ivan Cardoso lhe presenteou com o personagem do professor Expedito Vitus no suspense “O Segredo da Múmia”, e que lhe valeu o prêmio de melhor ator no Festival de Cinema de Brasília.

Em 1990, Wilson Grey teve um acidente vascular cerebral (AVC), mas mesmo assim voltou à ativa e ainda fez três filmes, entre eles “Vai Trabalhar Vagabundo II, A Volta” e “A Maldição do Sanpaku”.

O ator, uma lenda do cinema nacional, morreu em 1993, vitimado por um infarto.

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